segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Creme Mediterrâneo

À primeira vista, este antepasto pode parecer lugar comum, mas, além de simples preparo, é muito saboroso e distinto dos que já provei.
Ingredientes (para cinco porções de cerca de 300 gramas)
- 300 gramas de tomate seco, conservado em óleo
- 5 dentes de alho
- 3 colheres de sopa de alcaparras conservadas em sal
- 1 colher de Aceto balsâmico
- 5 colheres de sopa de azeite extravirgem
- folhas de Basílico para decorar
Modo de preparo
-basta triturar tudo, não deixando plena pasta
- distribuir em pequenas cumbucas 
- servir com pão italiano ou focaccia como antespasto

alcaparras conservadas no sal

domingo, 16 de outubro de 2011

Pasta com fungui porcini selvagem


Poucos e simples ingredientes podem tornar uma refeição inesquecível. No caso, uma pasta servida com fungui porcini fresco, cortado em grande nacos, alho em dentes inteiros, pimenta seca e molto olio extravirgem. A Masssa, pode prepara em casa, pois vai tornar a refeição estupenda ou, se preferir, uma boa pasta seca, de grano duro.
Ingredientes (para quatro pessoas)
- 500 gramas de fungui porcini fresco, lipos com um papel para não encharcar e alterar resultado
- 100 ml de azeite de oliva extra virem, de boa procedência
- 2 cabeças de alho, com dentes descascados
- 400 gramas de pasta – fettuttine
- Um maço de salsinha picada
- sal
- 2 pimentas secas, com sementes, rasgadas com a mão ou picadas rapidamente com a faca
- parmesão ralado na hora
Modo de preparo
- Limpe os porcini com um papel e corte-os em grandes nacos – em quatro
- Aqueça o azeite em uma grande frigideira (desta forma, todos os nacos terão a mesma consistência)
- Sele os dentes de alho, acrescente a pimenta seca (de boa picância), picada em nacos irregulares, e acrescente os porcini. Abaixe o foco, e doure por cerca de 7 minutos, já que pedaços são grandes
- ao mesmo tempo, cozer a massa fresca por cerca de 4, 5 minutos
- agregar a massa, com um pouco da água em que foi cozida à panela de porcini
- Agregar ingredientes delicadamente e servir na sequência, com a salsinha picada e parmesão ralado.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Testaroli, uma iguaria da Toscana

Trata-se de uma iguaria típica da Itália, da região da Ligúria e Toscana, os Testaroli são preparados artesanalmente. De simples elaboração, à base de farinha e água, são comercializados pelos pequenos agricultores, que dedicam a vida ao agriturismo, principal forma de atividade econômica da região. A iguaria é servida, na maioria das vezes, com pesto, olio d’oliva ou, ainda, com sugo de fungui tudo também preparado e vendido pelos próprios donos de pequenas ‘comunas’ - fazendas que recebem hóspedes, de forma simples, mas com muita dedicação, oferecendo a todos que por ali passam tudo que tem à cozinha, de queijos, pães, azeites a vinhos deliciosos – tudo por eles produzidos. No caso, estes preparados no Borgo Della Colomba.
Depois de distribuídos uniformemente, com cerca de 25 a 20 cm, em formas, como as típicas de pizza, só que de material especial, os Testaroli são embalados à vácuo e, quando servidos, escaldados em água fervente por, no máximo 2 minutos. Muitas vezes degustados como primeiro prato ou, depois de muito trabalho que todos tem na lavoura, como refeição principal. Como os próprios agricultores, muito unidos, falam  “os dirigentes da terra são os dirigentes da agricultura e por ela responsáveis...e responsáveis pelo futuro do Planeta terra, já que da terra tudo tiram e transformam”.
Uma vez que a cozinha desta zona foi que a alimentavam os pobres, hoje se transformou em riqueza e variedade de preparação. A partir de ingredientes simples da terra, nascem as receitas e as variações que têm ajudado a fazer alguns pratos especiais dos mais característicos da região como o Testaroli.















terça-feira, 13 de setembro de 2011

Tambaquis, tucunarés e dourados em Porto Velho

Por razões trabalhistas sindicais, este escriba passou cinco dias em Porto Velho, Rondônia, coração da América do Sul. Conseguiu visitar dois lugares memoráveis. O primeiro num completo acidente de percurso. Após desembarcar na cidade, sob um calor senegalês, ao lado dos companheiros Rolf Meyer e Márcio da Silva,  resolvemos encarar a chuva do meio da tarde e procurar um restaurante na rua Carlos Gomes, uma das principais da cidade. A dica dos funcionários do Hotel Vila Rica era uma churrascaria, mas que quando chegamos, estava encerrando as atividades. Sorte nossa, pois numa rua transversal avistamos uma placa: Restaurante e Peixaria Tucuxi. Entramos, não vimos nada de peixaria e meio descrentes, perguntamos se ainda tinha algo para comer, pois já passava das três da tarde. 
O garçom, um maranhense simpático, nos mandou sentar, entregou o cardápio e disse com convicção nordestina que os pratos serviriam bem os três famintos. Bom sinal. Escolhemos uma mesa na calçada e, sem pensar muito, pedimos Costela de Tambaqui Frito e uma gelada, que veio perfeita, estúpida. Já ligeiramente refrescados, surge uma porção de macaxeira frita, deliciosa, crocante. O prato surprendeu mais ainda. O pescado muito bem feito e saboroso, veio acompanhado de excelente baião de dois, vinagrete, além farofa de farinha de mandioca amarela e molho de pimenta tucupi, ambos típicos da região. Simplesmente perfeito, e para nossa alegria, uma conta de míseros 17 reais por cabeça. Uma bela recepção da culinária rondoniense. Pena que Maranhão nos informou, após a terceira garrafa, que a cerveja tinha acabado...
Costelas de Tambaqui e o baião de dois do Tucuxi
O segundo local digno de registro já é bem mais famoso, o Remanso do Tucunaré, na Rua Brasília, outra travessa da Carlos Gomes. Esse foi dica do companheiro Geraldo Sena, paraense que habita por lá há mais de 20 anos. Em seu cardápio, bem mais extenso, apenas peixes e frutos do mar, como carangueijos e camarões. Um adesivo na porta entrada diz que o lugar tem 43 anos de tradição, o que não é pouca coisa para uma cidade jovem como a banhada pelo Rio Madeira. É mais chique - tem até ar-condicionado - mas mantém aquele climão caseiro de lugar sem frescura. Tem dois grandes aquários com os peixes da região  recepcionando os comensais e conta com um elemento divertido. Por todo o local, placas informam o nome de celebridades diversas que por lá comeram, passando de lendas futebolísticas como Mané Garrincha até figuras bem menos cotadas, como a ex-primeira-dama Dulce Figueiredo.
Decoração Inusitada do Remanso
Acompanhado de Ulisses Kaniak, Cícero Martins e esposa pedimos dois pratos:  Peixada de Dourado a Brasileira (que o pessoal de lá disse ter pouco a ver com o homônimo matogrossense) e Tucunaré Frito, que, para nosso espanto veio frito por inteiro com cabeça e rabo, coberto por rodelas de tomate e cebola crua,  servido numa bizarra forma de alumínio em formato de peixe! Eram acompanhados de arroz, pirão, farinha de mandioca amarela e pimenta tucupi. Ambos muito bem executados. Um pouco mais caro, a comilança custou 30 reais por comensal. Coincidências da vida: a cerveja, também servida estupidamente gelada, novamente acabou após a terceira garrafa... 

Tucunaré Frito e Dourado a Brasileira

Momentos agradabilíssimos, na companhia de amigos, numa cidade inusitada, que apesar de receber grandes obras de infraestrutura, é repleta de problemas, mas conta um povo bastante acolhedor, oriundo de vários lugares do país. Que sabe cozinhar muito bem, aproveitando com esmero os grandiosos peixes dos rios da região, completamente desconhecidos para esse comensal. Fazendo este relato, descobri o blog Onde Comer em Porto Velho, bem bacana para quem passar por estas bandas.
Turminha satisfeita em Porto Velho

domingo, 28 de agosto de 2011

Defumador Artesanal no Pastifício



Defumador Artesanal, construído por Joelson, com dicas de Newton de alencar
Neste final de semana, o Pastifício Dell A’more agregou às suas delícias gastronômicas o sabor de  peças de carnes e peixes defumados, já que nosso Defumador Artesanal funcionou com sucesso.  Construído por meio de diversas pesquisas e com dicas valiosas de um grande conhecedor do assunto, Luis Krassuski, e após alguns testes sem sucesso, agora foi a vez do acerto. No processo, além de horas e horas de dedicação total e admiração da ....fumaça, pois tudo depende dela. O tempo de preparo depende do tamanho das peças de carnes ou dos peixes, mas o resultado é fenomenal. Para a ocasião, lombo e joelho de porco.  No próximo cardápio, as ovas de tainha, que já testamos, e peixes frescos, matéria prima de Zimbros estarão presentes.

Além disso, como o sol brilhou, temperos e flores foram replantados e, para renovar a vida da família do Pastifício, trouxemos para o nosso lar a pequena cocker Rubia, que já se diverte entre os temperos, folhas e comidas sendo preparada a todo momento. Boa sorte pra gente com Rubia e nosso Defumador Artesanal!   
                                       joelho de porco defumado

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Barriga de porco crocante

Como tinha tempo de sobra e pouco dinheiro no bolso, resolvi cavocar a prateleira de carnes do famigerado Mercadorama. Para minha surpresa, no meio de dezenas de cortes pré-temperados, encontrei um pedaço de barriga de porco fresca. Tinha uma boa camada de carne, outra de gordura e o principal, o couro. O corte é praticamente inexistente em supermercados comuns, encontrado apenas em sua forma defumada e curada, o bacon. Por míseros quatro reais, comprei a peça de 400g, que foi preparada com paciência e outros temperos básicos para Baby, que regressava faminta da cidade maravilhosa...

Ingredientes (para duas pessoas)
400g de barriga de porco fresca
uma cebola 
sal grosso moído
 pimenta do reino
alecrim fresco
um copo de vinho branco seco
água quente

Com uma boa faca, faça cortes transversais no couro da peça, formando quadradinhos. Tempere com sal grosso e pimenta do reino em grão moída. Junte um maço de alecrim. Em fogo alto, sele a barriga, por todos os lados, principalmente o couro, até ficar pururuca. 
Quando estiver uniforme, junte a cebola, deixe dourar um pouco e acrescente o vinho branco. Deixe em fogo baixo por cinco minutos. Acrescente a água quente até cobrir a peça, com exceção da parte pururucada. Coloque no forno, em fogo baixo por aproximadamente duas horas. Retire do forno, corte em fatias e sirva com caldo de ervilhas. Coma sem lembrar que existe colesterol...

sábado, 20 de agosto de 2011

Ossobuco assado no caldo de carne



Dia cinza e chuvosa proporciona atividades mais intensas na cozinha. Então, mãos a obra. Decidi preparar um Ossobuco (músculo com osso), com o tutano delicioso do osso degustado à parte. Selado e depois cozido no caldo de carne, fica sensacional. Um boa dica para um almoço de domingo.
Ingredientes (para 4 pessoas)

1 kg de ossobuco cortado em medalhões de cerca de 4 cm cada - faça pequenos cortes na lateral de cda pedaço para que não se dobrem durante o preparo;
1 litro de caldo de carne – reduzir pela metade enquanto prepara a carne;
100 gramas de bacon picados finamente;
2 tomates concassê – sem sementes, cortados em cubinhos;
2 cebolas cortadas finamente;
um punhado de tomilho fresco;
pimenta do reino;
sal grosso;
farinha de trigo para empanar os medalhões;
azeite de oliva para dourar os medalhões;
pimenta verde em conserva;
Temperar os pedaços de carne com sal, pimenta do reino e tomilho fresco. Massagear bem a carne para que o tempero penetre bem. Deixe descansar na geladeira por cerca de 2h enrolado em papel filme. Depois empane-os com a farinha de trigo batendo levemente para retirar o excesso. Preencher o fundo de uma panela de ferro (ou outra de fundo grosso) com o azeite e aquecer bem. Selar os pedaços de carne de dois em dois deixando-os dourados, com cor uniforme nos dois lados e laterais. Reserve. Em outra forma, disponha os pedaços de carne lado a lado, adicione o caldo de carne já reduzido com as pimentas verde e cubra com papel alumínio. Asse por 1h. Retire o papel alumínio. Em um recipiente, misture a cebola, o bacon e o tomate e distribua esta mistura em cada pedaço de carne. Regue com o caldo da forma e volte à forma por mais 15 minutos. Sirva com pão italiano, rasgado com as mãos e levemente torrado com azeite de oliva.

sábado, 13 de agosto de 2011

Comemoração à italiana com massas caseiras, molhos artesanais e muitos brindes

Conferir o sorriso das pessoas ao degustarem pratos preparados pelas nossas próprias mãos acalentou a minha alma e trouxe o sorriso novamente ao meu semblante. Desta feita, o Pastifício Dell’amore proporcionou momentos de imenso prazer a mais um evento da família Basso, em comemoração ao aniversário do querido Rubens Basso, que colabora com a preservação das tradições italianas do Pilarzinho, um dos bairros onde as primeira colônias italianas se instalaram no Estado. Lá, ao lado da Capela Nossa Senhora do Pilar, preserva o supermercado Basso, que existe há muitas décadas.
Para a ocasião, nada mais adequado que um cardápio italiano, com massa caseira, no caso Fettuttine alla calabrese, Fettuttine com molho de queijos, saladas regadas ao vinagre de vinho, com nacos dourados de bacon. Para completar, antepasto de berinjela.
Rubens e Carmelino Basso,, amigos, irmãos de coração e, abaixo, Rubens e Edgar.










folhas diversas, com bacon crocante marinado no vinagre de vinho



Frida adoraria.........

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A benção, São Lourenço


Pastifício que se preza precisa ter um santo protetor. Afinal, como diria Sérgio Porto, "a tradição bate mais forte e é difícil esquecer a tradição...” E, agorita, nossa amiga Fabiana Ferreira, acaba de nos lembrar que hoje é o dia de São Lourenço, padroeiro dos forneiros e cozinheiros. O Santo também dá nome ao bairro onde montamos este singelo Pastifício - creio não ser por simples acaso. Segundo a liturgia católica, o jovem Santo foi queimado numa grelha e seu dia é celebrado na Itália até hoje, em 10 de agosto. Nas festividades de culto ao São Lourenço costuma-se servir pães e doces de diferentes formatos e também deliciosas lasanhas. Então, aproveitando toda essa deixa "católico-gastronômica", pedimos a benção de São Lourenço a todos nós, cozinheiros...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Frida...

Essa noite a pizza não teve o mesmo sabor. E, sinceramente, acho que nunca mais terá. Afinal, pela primeira vez em muitos anos, não tivemos que dividi-la com nossa querida companheira, parceira de todas as aventuras e receitas já postadas nesse blog, a mais que amada Frida. Partiu hoje a tarde, deixando uma saudade imensa, que jamais será preenchida por qualquer outro ser desta ou de outra vida. Durma em paz, Principessa.
'Principessa' Frida admirando o mar, em junho deste ano. Compartilhou  todos os momentos das minhas férias em Zimbros.

Rua Mila ( Carlos Heitor Cony) 
01/10/1995
RIO DE JANEIRO - Ontem fez quatro meses que perdi Mila. Fui ao armário onde guardo suas lembranças, mexi em papéis, o pedaço de tapete que ela roeu quando tinha cinco meses — era o único luxo da casa, comprado no mais fundo Oriente. O tapete acabou ficando para ela e foi nele que ela viveu seus últimos instantes.
De um envelope caiu a foto, tirada em Varsóvia, a placa da Rua Mila, rua que não existe mais. Eu tinha ido a Polônia a trabalho, quis saber onde ficara o gueto que resistira aos nazistas. As autoridades daquele tempo não apreciavam a curiosidade ocidental a respeito de certos assuntos, mesmo assim me levaram a Rua Mila.
Ela havia sido arrasada, casa por casa, pedra por pedra, pelos nazistas que massacraram o povo que ali vivia. Ao libertarem a cidade, os russos reconstruiram apenas o lado esquerdo, a fim de que não houvesse um número 18 naquele local — que se transformara no centro da resistência do gueto.
Procurei o número 18. Não o encontrando, limitei-me a fotografar a placa azul da rua, numa parede cenográfica, pois ninguém parecia morar nela. Os russos têm fama de superticiosos, não iriam ressuscitar o endereço que tinha, atrás de si, um passado de luta e liberdade.
Semanas depois, aqui no Rio, eu estava segurando essa foto para paginar uma crônica quando recebi uma cestinha de pão. Dentro dela, pão gordinho e quente, saído do forno, vinha aquela que seria minha companheira mais que amada. Não tinha nome, embora tivesse pedigree.
Precisava dar um nome aquilo. Ainda era "aquilo". Logo seria aquela a quem eu mais amaria neste mundo. Eu segurava a foto, reparava o nome em letras brancas no fundo azul. De repente, vi que Mila era mais do que uma rua distante numa cidade que nada tinha a ver comigo.
Coloquei minha mão em cima de sua cabecinha, ainda pouco maior do que uma bola de tênis. Chamei-a de Mila. E descobri como era macia aquela amiguinha que me chegava numa cesta de pão — pão quentinho que, nos 13 anos que se seguiram, alimentaria minha fome e aqueceria minha mão.