sábado, 27 de fevereiro de 2016

Cuscuz de quinoa à nossa moda

Foto: Silvinha Miranda
Cuscuz de quinoa 
Penso que há tantas receitas e ingredientes variados, que o cuscuz poderia chegar à nossa mesa de forma distinta a cada dia da semana. Para começo de conversa, o prato ganhou sobrenome predominante – paulista -, que, por vezes, o designa desta forma mesmo quando preparado de forma diversa.

Foto: Silvinha Miranda 
Fato é que se trata de um prato de fácil preparo, saudável e proporciona beleza à mesa. E inspirados em duas receitas tradicionais brasileiras, bem diferentes na concepção (o nordestino e o paulista), inúmeras receitas podem ser elaboradas. Desta feita, cuscuz de quinoa. Quitute que além de belo e saudável, agrada a gregos e troianos, quer dizer, aos vegetarianos e aos adeptos de refeições boas (independente do ingrediente em questão).
Para a receita, usei 500 gramas de quinoa. Para que o ingrediente possa ganhar formato – ficar firme durante a montagem, agreguei 200 gramas de farinha para quibe demolhada por 2 horas. Para proporcionar crocância, 100 gramas de amendoim sem pele, torrado e salgado, e 50 gramas de uvas-passas negras (sem sementes). Para dar sabor, sal, azeite de oliva, uma maço de salsinha bem picada e uma pitada de cominho. Para finalizar, dois ovos cozidos cortados em finas lâminas e quatro damascos desidratados, também laminados.
No mais, uma forma oval (usada comumente para o preparo de pudins) pequena, que deve ser untada com azeite de oliva. No fundo e na lateral, distribuir as fatias de ovos e damascos. Depois, preencher com a mistura temperada e remexida de quinoa e o trigo para quibe. Apertar bem na forma. Deixar descansar na geladeira por 2h. antes de desinformar, passar, delicadamente, uma faca nas bordas (externas e interna). Coloque um prato sobre a forma e desinforme. Pronto para ser degustado.

O sabor especial deste prato ficou por conta da tarde para lá de agradável que tive ao lado de Sil Miranda  (fotógrafa das melhores) e Lu Martins (doces mãos quituteiras), já que além de parceiras profissionais são companheiras de vida e da nossa única Vila Ida!! Obrigada meninas pela reunião de trabalho e pelos devaneios à cerca de tudo e todos.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Porquinho do mar

Peixes servidos com espinhas por vezes incomodam algumas pessoas, que até deixam de prová-lo pelo receio de engolir uma ou outra. Mas não há como negar. As espinhas proporcionam um sabor incrível à carne do pescado, assim como mantém toda a umidade na hora do cozimento. E há algumas espécies, a exemplo das mais carnudas, como o ‘porquinho’, que quando ainda pequenas – limpas à perfeição -, passadas na farinha de trigo e fritas em imersão proporcionam uma degustação sem igual. A espinha central é facilmente removida e, no mais, é simplesmente devoção. Devoção a mais uma das delícias que o mar de Zimbros oferece aos profissionais da pesca que a ele (mar) dedicam suas vidas, proporcionando aos parceiros de terra refeições díspares. E vamos ao ‘porquinho’, que fica crocante por fora e úmido por dentro. No mais, é puro deleite.

O porquinho é apenas um exemplar de pescados feitos a esta moda - livres das escamas e barrigada, com cortes transversais na carne e temperados com limão, sal mais pimenta. Depois, fritos inteiros em imersão. Por todo o país há incontáveis exemplares, que chegam à mesa assim (tambaqui, tucunaré, dourado, vermelho...)
. Simplesmente peixe, como somente peixe sabe ser!!!!

Obs.: O apelido porquinho é devido aos “roncos” que estes peixes emitem, semelhantes aos do mamífero. Mas, como não poderia deixar de ser, decorrente da extensão do nosso litoral, o mesmo pescado tem nomes diversos, a começar pelo  porquinho e peixe-porco (Sul e Sudeste); já os mineiros (MG) e cariocas (RJ) o chamam de peroá os nordestinos ,como cangulo. Além dessas, há outras designações para esta delícia: fantasma, acará-mocó e pira-açá. 

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Batatas gratinadas à perfeição


Coube a minha irmã perpetuar. Coube a ela também disseminá-lo como ‘o melhor prato que há’. Agora, pelas bandas de Curitiba (PR), 

cabe a Gabi (Gabriella Basso Ravazzani) minha sobrinha, difundir a receita das ‘Batatas gratinadas à perfeição’, já que aprendeu a reproduzir o quitute com habilidade. De minha parte, não vou negar. Quando criança era o meu prato preferido entre os que desfilavam nos festivos encontros familiares. À época, a vó Ida preparava-o de forma diversa. Entre as camadas de batatas ao dente, molho bechamel liso e cremoso mais queijo (muito queijo), a vó Ida agregava uma de cebola (dourada à parte na manteiga), que depois compunha a receita. Mas, a exemplo de todos os pratos que carregam histórias, adaptações fazem parte. Então, a irmã disseminadora do quitute, excluiu essa etapa, já que não é chegada em cebolas, que possam ser avistadas em demasia. 

Um pouco distante de Curitiba, eu continuo preparando delícias para pessoas que se divertem com comida boa. Comida de alma, feita com o coração. Pois bem. Encontrei outra trupe apaixonada por batatas: Mabel, Júnior e seus adoráveis filhos (Maria Amália e Luana), pessoas para lá de estimadas, que têm ajudado a fazer o canto de Zimbros...Virô Bistrô, ops, a se tornar uma extensão do Pastifício Dell’Amore, em versão zimbrera. Assim, casais adoráveis têm passado por aqui para degustar pratos tradicionais brasileiros; pescados frescos trazidos do mar pelos nossos companheiros profissionais da pesca; moluscos, saladas e antepastos. Bem, entre os frequentadores assíduos, a família Dobner ‘Júnior’ já elegeu a receita perfeita para acompanhar os outros preparos: ‘Batatas gratinadas à perfeição’.
Camadas
Batatas cozidas ao dente, cortadas em lâminas não muito finas
Molho bechamel feito à perfeição (1 ½ de leite, três colheres de manteiga, três colheres de farinha de trigo, noz-moscada ralada sobre a manteiga, em boa quantidade e sal)
Queijo parmesão para finalizar
Queijo mozarela firme, de boa qualidade, para ser ralado na hora.
Estes ingredientes vão compor as camadas do prato que, ao final, vai ao forno para gratinar.
Obs. Quando for colocar o molho bechamel sobre as batatas sempre coloque no meio e distribua (com uma colher) por cima das demais. É importante usar um prato redondo, de bordas altas. Assim, enquanto gratinar a delícia, nada vai escorrer.
Ingredientes (para cinco pessoas)
- 1 kg de batatas descascadas, cozidas ao dente. Tirar da água assim que espetá-las e sentir que ainda têm uma resistência. Se os tamanhos forem muito diversos, retire as menores primeiro e assim sucessivamente. Coloque-as no escorredor e deixe o líquido escorrer e evaporar dos tubérculos. Assim que esfriarem, corte-as em fatias não muito finas, que não se desmanchem. O ideal é cortá-las enquanto monta o prato.

Modo de preparo
O ideal é que as batatas cozinhem enquanto prepara o molho bechamel (molho branco). Assim, as batatas serão laminadas sobre o molho já pronto.

- No mais, ir ralando os queijos e intercalando camadas. A primeira, é de bechamel (molho branco). Depois as batatas, que devem preencher todo o prato, bechamel, mozarela. Assim, consecutivamente. A última deve ser de molho (sem exagero para que não escorra para fora do prato) e, para finalizar, parmesão relado grosso. Colocar no forno por cerca de 20 minutos, até gratinar (dourar) toda a camada superior.

Há um gosto todo especial em fazer preparar um pudim ou um bolo por uma receita velha de avó. Sentir que o doce cujo sabor alegra o menino ou a moça de hoje já alegrou o paladar da dindinha morta que apenas se conhece de algum retrato pálido mas que foi também menina, moça e alegre. Que é um doce de pedigree, e não um doce improvisado ou imitado dos estrangeiros. Que tem história. Que tem passado. Que já é profundamente nosso. Profundamente brasileiro. Gostado, saboreado, consagrado por várias gerações brasileiras. Amaciado pelo paladar dos nossos avós. Gilberto Freyre

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Bolinhos de peixe com quinoa


Do Andes peruanos ao nível do mar do sul do Brasil, o brilho dos alimentos cultivados e colhidos com primor proporciona resultados sem igual. Nesta receita – que une filés de pescada-amarela recém capturadas pelas mãos dos habilidosos profissionais da pesca de Zimbros (Evandro e sr. Cido), aos grãos de quinoa orgânica cozidos no vapor (da Vapza) –  o bolinho de peixe reina soberano como aliado da alimentação saudável. Os dois ingredientes ganham ainda mais sabor graças ao processo de cocção (são rapidamente assados, em forno elétrico) e dos temperos agregados. Então, vamos aos quitutes, que podem ser degustados sem culpa na Folia de Momo, que já está a reinar nas ruas e passarelas do samba de todo o país.
Ingredientes (para 70 mini bolinhos)

500 gramas de filés de filés de pescada-amarela, livres das espinhas e limpas à perfeição, como manda o figurino da dona Benta e sr. Cido;
250 gramas (1 caixinha) de quinoa Vapza orgânica, já cozida no vapor;
3 tomates sem peles e sem sementes (ou, ainda, ½ lata de tomates pelados);}
3 cebolas bem picadas;
3 ou quatro dentes de alho picados;
Folhas de manjericão rasgadas;
Azeite o quanto bates para cobrir o fundo da panela;
Três colheres de farinha de trigo para que mistura de peixe e quinoa consiga ser moldada;

 





Modo de preparo – Temperar os filés com sal e pimenta. Depois, regar uma panela de fundo grosso com azeite e dourar a cebola e o alho. Agregar o peixe e o tomate.  Abaixar o fogo e deixar cozer lentamente, até que os nacos se desmanchem. Coloque a quinoa. Mexa delicadamente. Acerte o sal. Ao final, coloque vagarosamente o trigo, e apenas misture-o até que se dissolva no cozido de delícias. Deixe esfriar e molde delicadas bolinhas. Asse por 10 minutos em forno pré-aquecido (180ºC). 



Rubia a espera de um descuido


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Cozido de Grelha para cobrir gnocchi de batata


É no arroz de carreteiro que os nacos de carnes não devorados nos tradicionais churrascos aportam com maior frequência. Mas é neste 'Cozido de Grelha', onde os pedaços variados de boi e de porco não assados, assumem personalidade única. Para começo de conversa, o menos é mais. Então, antes de colocar tudo o que tem à disposição na grelha, reserve algumas partes de cada pedaço do emblemático evento. Isso é questão de ordem, já que n’outro dia haverá uma opção sem igual para compor o cardápio. Do tradicional filé com mignon, passando pelas ‘bananinhas’, linguiças e costelinhas suína. Todos vão para a panela juntos, principalmente os ladeados por ossos, já que vão proporcionar sabor sem igual ao prato. Para a ocasião, dois gomos de linguiça suíça cortados ao meio; dois finos filé com mignon (com os ossos) e cerca de 500 gramas de bananinha. Basta tirar o excesso de gordura de cada corte e ter à mão 300 ml de molho sugo elaborado com tomates pelados. Se não tiver, opte por uma lata de tomate, que será agregada às carnes.
Cozido de grelha
Modo de preparo  e ingredientes

Retire o excesso de gordura das ‘bananinha’, de dois finos filé com mignon’ e corte dois ou três gomos de linguiça ao meio. Se tiver outros cortes de carne, também vale!!
Pique duas cebolas, alguns dentes de alho e uma pimenta dedo-de-moça. . Em uma panela de pressão, regue um fio de azeite e doure as cebolas, o alho e a pimenta. Agregue as carnes e deixe dourar, mexendo e remexendo lentamente em fogo baixo. Coloque uma 
e uma folha de loro; se começar a grudar no fundo, coloque um pouco de água quente (o suficiente para ir deixando o molho cor de ferrugem). Misture 300 ml de molho sugo ou uma lata de tomates pelados (neste caso, tempere com uma pitada de sal e outra de açúcar para equilibrar a acidez). Se estiver usando panela de barro, este toque é dispensável. Feche a panela e cozinhe em fogo baixo por 20 minutos após pegar pressão. Abra a panela, elimine os ossos, acerte o tempero e, caso não esteja encorpado, deixe cozer por mais alguns minutos com a panela aberta e fogo baixo, mexendo sempre que necessário.
Para acompanhar, gnocchi de batata 

1 kg de batata asterix (que são mais firmes), cozidas ao dente, com casca
300 gramas de farinha de trigo
1 gema de ovo
sal e noz-moscada
Sempre tenho dificuldade em preparar nhoques (gnocchi), sem que se quebrem quando vou enrolá-los – a exemplo de um mini rocambole,  para, depois, cortá-los em pequenos pedaços. Percebi que o problema são os grumos de batatas que restam durante o processo de amassar os tubérculos Então, o segredo é cozer as batatas com casca para não encharcar, ou assá-las; depois, remover a casca e, ainda mornas, passá-las em um bom amassador. Esse processo é fundamental para facilitar a formação das longas 'cobrinhas'. No mais, é acertar os temperos, agregar a gema caipira, a farinha e incorporar bem, com as mãos. Não amassar por demais. De outra forma vai ativar o glúten que vai deixar a massa mole. Corte em pequenas bolas e estique-as com as duas mãos enfarinhadas. Depois de cortá-las, coloque em água fervente em pequenos bocados. Quando subirem à superfície, retire e coloque-as em um recipiente com água e gelo para que o cozimento seja interrompido.

Os gnocchi serão aquecidos quando agregados ao molho fervente antes de chegarem à mesa.