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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Porquinho do mar

Peixes servidos com espinhas por vezes incomodam algumas pessoas, que até deixam de prová-lo pelo receio de engolir uma ou outra. Mas não há como negar. As espinhas proporcionam um sabor incrível à carne do pescado, assim como mantém toda a umidade na hora do cozimento. E há algumas espécies, a exemplo das mais carnudas, como o ‘porquinho’, que quando ainda pequenas – limpas à perfeição -, passadas na farinha de trigo e fritas em imersão proporcionam uma degustação sem igual. A espinha central é facilmente removida e, no mais, é simplesmente devoção. Devoção a mais uma das delícias que o mar de Zimbros oferece aos profissionais da pesca que a ele (mar) dedicam suas vidas, proporcionando aos parceiros de terra refeições díspares. E vamos ao ‘porquinho’, que fica crocante por fora e úmido por dentro. No mais, é puro deleite.

O porquinho é apenas um exemplar de pescados feitos a esta moda - livres das escamas e barrigada, com cortes transversais na carne e temperados com limão, sal mais pimenta. Depois, fritos inteiros em imersão. Por todo o país há incontáveis exemplares, que chegam à mesa assim (tambaqui, tucunaré, dourado, vermelho...)
. Simplesmente peixe, como somente peixe sabe ser!!!!

Obs.: O apelido porquinho é devido aos “roncos” que estes peixes emitem, semelhantes aos do mamífero. Mas, como não poderia deixar de ser, decorrente da extensão do nosso litoral, o mesmo pescado tem nomes diversos, a começar pelo  porquinho e peixe-porco (Sul e Sudeste); já os mineiros (MG) e cariocas (RJ) o chamam de peroá os nordestinos ,como cangulo. Além dessas, há outras designações para esta delícia: fantasma, acará-mocó e pira-açá. 

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Pescar lambari é tarefa para profissional


Nesta tarde recordei as centenas de vezes em que o pai me levou para pescar lambari – pequeno peixe d’água doce, que se prolifera por todos os rios de nosso país. À época, eu só lembrava do que a função resultaria: peixinhos dourados crocantes, fritos à perfeição, quepodíamos comer sem contar. Mas, juro, nunca esquecia que para termos a fartura desejada à mesa, seguir as regras para capturar os peixinhos era (é) essencial. Para tanto, a calma, o bom senso e a experiência (por menor que exista) têm que prevalecer.
Encontrar a curva do rio e a profundidade ideais; água límpida – não considere que estar barrenta é empecilho. Apenas indicação de que a pescaria pode não ser tão produtiva, já que voltarmos com uma média de uma centena de exemplares costumava ser a média. Silêncio absoluto, o que torna a pescaria de lambari um tanto quanto solitária. Bom, estes são alguns dos pré-requisitos para uma boa pescaria de lambari, que só pode ser comemorada após cada pescador deixar seu posto.
Fazendo um paralelo com a vida dos adultos, a do meu, do seu, enfim, do nosso dia a dia, percebo que temos muito a resgatar dos princípios que o pai me fazia seguir para capturar, delicadamente, dezenas de lambaris. Não considero que nossa vida tenha que seguir regras, mas penso que a repetição de atos, com o passar do tempo, ultrapassa os fatos. Então, encontrar um lugar ideal; ter paciência – lógico que por vezes ela vai 'às favas'; estar ao lado de pessoas que respeitem o silêncio de que você precisa para pescar os rápidos peixinhos. Enfim, pescar lambari poderia ser tarefa apenas para adultos, e profissionais. Mas, se nos dermos conta, pode ser mais leve seguindo os princípios que adotávamos para pescar lambaris; andar de carrinho de rolimã; pilotar a monareta sem freio nas íngremes decidas do São Lourenço – à época, sem asfalto; soltar pipas. ... E depois de gastar energia, chegar em casa e comer arroz com os pequenos peixinhos fritos que, quando não pescados pelo pai, eram adquiridos do tio Raimundo Lunardon, que ao lado da sua fiel escudeira, dedicava horas de suas vida pescando-os. Depois, vendia-os espalmados, em outro companheiro de vida, seu fusca amarelo. Esse só abandonou a tarefa de ser profissional na arte de pescar lambaris no dia em se foi.
Se pudesse ter um desejo para o amanhã seria o de passar o dia pescando lambari ao lado de meu pai (Carmelino Basso), que completa 70 anos neste 16 de julho. Parabéns, meu amado pai. 

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

A ‘bicuda’ que nos fisgou

No último domingo de agosto, logo cedo fomos à peixaria do Joel buscar o que havia ‘chegado’ do mar com o rigoroso frescor com que todos os frutos do nosso mar de Zimbros são capturados, cuidadosamente limpos, comercializados e servidos por todos os companheiros de vida que lá moram.
A escolha não era convencional, já que necessitávamos de um peixe grande, macio e de gracioso sabor para ser assado ou grelhado inteiro. Lá, em se tratando de peixe, fugir do tradicional é regra, mas nem sempre a nossa escolha satisfaz a todos os paladares. Mas para bom conhecedor, uma pergunta basta e, com ela, sugestões diversas do Cido, do Zorro, do Joel, do Evandro... devem ser aceitas. E como três adoráveis pessoas iriam partilhar a refeição em casa (Tomate, Fernanda e o pequeno Luca), pessoas estas que o destino tratou de colocar no nosso caminho à beira mar, o delicado sabor foi questão de ordem.


Mas, no nosso Mediterrâneo (Zimbros) este quesito nunca foi problema. Seja das pequenas maria-luísa (também conhecidas por pescadinha, roncador, socozinho...) limpas à perfeição, com todas as espinhas removidas pelas mãos abençoadas da amada Benta (minha mãe, que mora em Zimbros), sororoca, namorado, cavala, guaivira ao cação e à garoupa perfeitos para uma moqueca, tudo é carregado de frescor.
Desta feita, entre os variados e adoráveis tipos de pescada, a ‘bicuda’ foi a fisgada. Que este é o peixe mais consumido no Brasil já sabemos. Que nenhum outro (considerado por muitos de segundo escalão) alia um sabor sem igual a tantas outras vantagens naturais também. Mas, da ‘bicuda’, ainda naco algum havia sido provado. Pois bem: reparado com toda a simplicidade com que todo pescado fresco deve merecer, foi apenas levada para casa já limpa, sem as vísceras.
Lá, foi lavada, temperada com sal e pimenta, passada para uma assadeira forrada com papel alumínio. No mais, besuntada com azeite e alecrim picado, e coberta com cebolas em rodelas mais vinho branco e lacrada. Forno adentro, foi assada por cerca de 30 minutos. Depois deste tempo, o bom mesmo é remover o alumínio, e deixar por mais 20 minutos, apenas para que a ‘bicuda’ adquira um tom dourado.

Consumo, abundância e sabor sem igual
Nenhum outro peixe da orla brasileira alia sabor, qualidade, benefícios naturais e versatilidade no preparo. Logo, preço acessível. Então, vamos às pescadas. Quando pequena, apenas empanada na farinha, frita em imersão e banhada de suco de limão rende um petisco sem igual; ou mesmo, envolta em um naco de pancetta e uma fatia de gengibre e depois frita resulta em um sabor inesquecível.
enroladitos Zimbros, com pancetta e gengibre


pescada-branca grelhada
A pescada-branca, feita em filé, salteada na chapa proporciona categoria a qualquer cardápio. Inteira, recheada com ervas frescas e servida com paçoca de ovas de tainha, não tem o que falar. Enfim, a pescada merece louvor e deve ser colocada à mesa. Em qualquer circunstância, seja a branca, a amarela, a bicuda......o cardápio merecerá respeito.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

TAINHAS À MESA

Ventos gélidos trazem tainhas para as costas catarinenses
Os ventos gélidos que se aproximaram do litoral de Santa Catarina na segunda quinzena de maio deste ano proporcionaram, novamente, a migração da tainha para a costa, aferindo, mais uma vez, o ‘espetáculo da natureza’ em sintonia perfeita com a necessidade do homem. Ao anunciar sua chegada, o vento sul que sobe o litoral catarinense e encosta nas praias com o vento nordeste, proporciona uma movimentação não só em torno dos que aguardam o momento de armar o arrastão, mas também em torno da segurança das baleeiras que já estão na água à espera de retomar a pesca do camarão (01 de junho - fim do defeso).
Como preparar
Assim como os pescadores, apreciamos o ‘fruto’ do arrastão (quando recém-saído do mar)  preparado de forma simples, com sabor ainda d’água salgada e gélida do oceano Atlântico, com suas ovas* preparadas à parte. 
Basta tirar as escamas e a barrigada, cortá-la em 'ferraduras' grossas. Depois, temperar os nacos com sal, pimenta do reino e manjericão rasgado com as mãos. Para finalizar passar rapidamente na farinha de trigo e fritar em imersão. O resultado é incrível, sabor único, quando se trata de peixes. A carne preserva a umidade interna e a pele permanece crocante. 

A produção de tainha é voltada para o mercado interno. Entretanto, o mais valioso na tainha não é a sua saborosa carne, mas as suas ovas, que são exportadas para países como Taiwan, França, Grécia, Itália e Espanha. O resultado é a a Bottarga. ...resumindo: a tradução de Bottarga (palavra italiana) é ova*.
Arrastão da tainha
Apenas um dos acontecimentos que quando realizados em consonância entre homem e natureza, emocionam profundamente. Basta sentar-se à beira mar, quando o arrastão tem início, e os olhos não conseguem mais desprender a atenção do cenário que se tem à frente. Quando o arrastão é feito com raios de sol no céu resplandecendo nas marolas do mar, a paisagem se torna ainda mais inesquecível, já que o tom prata das dezenas e dezenas de tainhas presas à rede reluzem transformando o oceano em um mar de prata, que cintilam n'alma. 



As delicadas, harmoniosas e melancólicas letras de Dorival Caymmi retratam o universo que gosto de viver, à beira mar e ao lado dos profissionais do mar.....















https://www.youtube.com/watchv=C0rYfHkRv6s&feature=kp

"O bem do mar é  o mar é mar...que carrega com a gente pra gente pescar...
https://www.youtube.com/watch?v=F1hA_ltXgZg&list=RDC0rYfHkRv6s&index=2

Saberes nativos incorporam formidavelmente noções de física ......


Bottarga
A tradução da palavra italiana é ova, mais especificamente, ovas de tainhas. Lá, no país da bota, o ingrediente é utilizado em díspares receitas, assim como os italianos, só como os italianos, sabem ser e viver.
Formas de preparo da Bottarga:
https://www.youtube.com/watch?v=mCnSoAMA8zg#t=193

ou, ainda, à moda italiana 'Bottarga come si fa a casa'
https://www.youtube.com/watch?v=0AQ_tuRX5AM

Un altro esempio di preparazione vera italiana:

https://www.youtube.com/watch?v=RcrZ5uFD71I
Linguini com vôngoles salteados em vinho branco, alho, salsinha e pimenta calabresa seca, finalizado com bottarga ralada



domingo, 30 de março de 2014

Caldo de Robalo II e os tributos a San Giuseppe

Ravioli de queijos - canastra, minas/colonial e parmesão. 
Flores de abobrinha e açafrão da terra da horta do Pastifício
Festa de são José na Paróquia de Zimbros










Fiori di Zucca da horta do Pastifício
                                    O mês no qual as homenagens a San Giuseppe (São José) proliferam em várias comunidades católicas de diversos países anuncia, neste domingo (30), seu prenúncio. Com isso, os festejos em tributo ao condecorado 'Guardião da Família' também. Como o ‘Santíssimo’ (qualificativo que nenhum outro santo carrega) é um dos meus ‘guardadores’, já que nasci em 19 de março, tento fazer deste mês o de comemorações à vida, aos meus amigos, à família, enfim, a todos que fazem parte da história da minha vida. Com isso, durante todo o mês, dia após dia, busco ingredientes e pratos que possam representar momentos comemorativos, sendo o dia 19 o memorável. O resultado é farto. Entre os volumes de Cadernos de Receitas que escrevo e enumero, em março um dos 20, quem sabe 30, dedicados aos compêndios de quitutes, é preenchido, página a página.
Agnolotti de carne ao vinho com catupiry,
 servido com redução de caldo de carne

triângulos  de massa cozidas 'al dente', servidos com molho pesto
Para começar, entre as receitas, os frutos do mar de Zimbros, massas artesanais do Pastifício e os legumes/hortaliças/temperos e frutas de minha horta receberam as devidas atenções. O Caldo de Robalo já preparado anteriormente, com a receita já descrita neste blog, ganhou novos sabores e aromas. O mesmo ocorreu com os pães e massas.O fettuttine da Nonna (com semolina, trigo branco e ovos caipira) foi servido em três versões, sempre tricolores: com molhos Pesto, Sugo e Alfredo  - a exemplo da bandeira italiana, país no qual a data (19 de março) é dedicada aos Pais  - com muito sentido, já que San Giuseppe, José, ‘pai' de Jesus, encarna a figura de pai. Lá, no país da bota, a festa di San Giuseppe é caracterizada por manifestações folclóricas, com receitas típicas, executadas exclusivamente à data, como o Zepolle di San Giuseppe; Fritelle di mele (maçã) e Fritelle di riso (arroz).
Fritelle di mele (maçã)



Seu Cido e um dos netos na festa
da Paróquia
festa em tributo a São José
da Paróquia de Zimbros 
Em Zimbros, São José recebe tributos durante todo o mês, inclusive com a festa dedicada a ele, na igreja da comunidade. No povoado, em 23 de março foi um dia de festa que, além do festejo pós missa, parte dos 'locais' - em sua maioria homens - ficam em frente da Capela colocando o 'papo em dia'.
No meu caso as comemorações neste ano foram distintas. Mesmo sem um grande momento representativo, tentei marcar o período com oportunidades diversas de comemorações, seja em um almoço com minha companheira de trabalho, a Rúbia. Com a doce e linda Chris Macedo; com o trio de amigas (Chiris, Chiris Macedo e a já 4.0 Paty Girls - Patrícia Reis), que em 2h me fizeram rir o equivalente a uma semana. Uma tentativa de um jantar romântico (não fosse por  minhas fragilidades momentâneas).

Chiris, EU, Chiris Macedo e a já 4.0 Paty Girls - Patrícia Reis
Ah, uma cesta de delícias que recebi do incrível casal mais feliz do mundo que conheço (Lorraine e Fanini); dos abraços de Fabi Ferreira; dos irmãos Moro Martins (Rafa e Fabi); do telefonema da eterna amiga Sui, vindo lá de Jeri......; da Gabi e do Rô, com as murmuras da já não tão nova componente da família, a linda Olívia; da mensagem do meu amigo/irmão Johnny Drescher, lá....de..... tão longe; de meu eterno companheiro de vida Laroca,  de terras lusitanas; dos recados no celular de pessoas que vou amar todos os dias em que estiver viva. A Ale Casolari e a Carlinha Sabóia, que de SP e do RJ, passaram o dia emanando boas energias, de formas diversas. Das dezenas e dezenas de singulares almas especiais que mandaram mensagens no facebook.
 Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, e das pérolas.....de dentro das verdadeiras Ostras. Pérolas inesquecíveis..........Das lindas flores recebidas pelas mais carinhosas mãos que conheço, as do meu PAI e da Kátia. Pai acordou mais cedo que o horário convencional, e deixou uma linda muda de.....não vou lembrar o nome de tão belas flores cor laranja que brotam desta árvore, que agora  ilumina a minha porta.......  
Enfim.....vamos comemorar, por que hoje ...... “É domingo, pede cachimbo; cachimbo é de barro, o barro é vermelho;.....


Caldo de robalo II, com o pescado recém saído do mar
Ingredientes:

- 1,5 kg de robalo, com filés altos, cortados em nacos grandes;

- 3 cebolas bem picadas
- 1 cabeça de alho, com todos os dentes bem moídos;
-  1 talo de salsão bem picado;
- 1 bulbo de funcho bem picado;
- 1 maço de orégano fresco, bem picados;
- 1 maço de salsinha fresca bem picada, com os talos;
- dill fresco para finalizar;
- uma pitada de pasta de curry verde
- azeite de oliva
- 3 pimentas, com sementes, bem moídas;
- 1 kg de mini batatas, pesadas já descascadas;
- azeite de oliva o quanto baste para cobrir o fundo de uma panela de ferro;
- 2 litros de caldo de peixe caseiro
Modo de preparo 
Aquecer o azeite, dourar os dentes de alho e pimenta seca;
Colocar as cebolas até amolecer;
Agregar o salsão, a cabeça do funcho, a salsinha, o orégano, a pasta de curry e refogar bem.
Agregar o caldo e deixar ferver em fogo baixo por cerca de 15 inutos.
Colocar as batatas, sal e cozê-las ao dente.
Desligar.
Na hora de servir, aquecer o caldo com as batatas e colocar os nacos do peixe.
Cozer, no máximo, 7 minutos.
Acertar o sal. Desligar. Finalizar com o dill e servir.





Agnolotti de carne ao vinho, finalizado com catupiry,  servido com redução de caldo de carne

Massa 
250  grs de semolina

250  grs de farinha de trigo branca

5 ovos caipira

Incorpore as farinhas com as mão e faça uma cova no centro onde vai colocar os cinco ovos previamente batidos.
Misture bem. Se perceber que ainda estás muito seca, molhe suas mãos e finalize até sentir que está homogênea. quando a massa for para executada para rechear, ela deve ficar mais seca, e um pouco mais de semolina é bem adequado.

Enrole em papel filme e deixe descansar por 2h na geladeira.

Abra a massa com 10 cm de largura, e corte em círculos com um anel próprio.
Coloque um punhado de recheio em cada círculo e vede com as mãos para que todo o ar saia e não deixe o recheio vazar nba hora do cozimento. 

Molho

- Sálvia fresca
- Azeite de oliva
- Caldo da cocção da carne ao vinho, peneirada e reduzida.
-50g de cogumelos Porto Belo Coloque um caldeirão com bastante água e um punhado de sal e deixe ferver. Adicione os raviólis. Cozinhe por 12 a 15 minutos (depende da espessura de que você abriu a massa) Em uma frigideira funda, aqueça o azeite e coloque as folhas de sálvia até ficarem crocantes. Coloque os cogumelos e rapidamente adicone o caldo Retire a massa da água com uma escumadeira, colocando-as diretamente na frigideira. Salteie os raviolis no molho e sirva.

350 g de arroz
1l de leite
3 colheres de sopa de açúcar
1 colher de chá de fermento em pó
1 colher de sobremesa de açúcar de baunilha
a casca de uma laranja ralada
50 g de farinha de trigo
2 ovos
1 pitada de sal
açúcar de confeiteiro
óleo de soja ou de milho suficiente para fritar
Modo de preparar:
Cozinhar o arroz no leite, adicionando uma pitada de sal. Deixar esfriar e colocar a farinha de trigo, o açúcar de baunilha, a casca da laranja ralada, o fermento, as gemas e, por último, as claras batidas em neve, misturadas com delicadeza. Com as mãos molhadas, preparar bolinhas com a massa, passá-las na farinha de trigo e fritá-las em óleo bem quente. Escorrer os bolinhos em papel absorvente e pulverizar com açúcar de confeiteiro.



sábado, 8 de março de 2014

É com a sardinha que eu vou...


sardinhas para antepasto - preparadas na pressão
Fosse a sardinha vendida a preço de caviar seria o peixe mais disputado das peixarias brasileiras

Peixes prateados como a sardinha e o arenque são especialistas em camuflagem. O fato é decorrente da constituição única de suas peles, com camadas alternadas de dois cristais, que possuem propriedades reflexivas díspares, confundindo o predador.
Outras características em comum é a de que a gordura está dispersa por toda a carne e pele.
Ambos os peixes são os mais ricos em omega 3 e outros nutrientes aclamados por nutricionistas para o bom funcionamento do cérebro, formação de neurônios, memória, prevenção de Alzheimer e mais um lista de benefícios, que, literalmente, são encontrados de ‘cabo a rabo’ nas sardinhas e arenques.
sardinha assada, empanada com farinha de rosca especial
Mas, o principal deles, é o preço, já que é um dos pescados mais acessíveis em âmbito nacional. 
O baixo custo do pescado é decorrente da grande oferta, já que por toda a costa brasileira as sardinhas são encontradas.  O nome -  sardinha - faz referência ao local de origem desses peixes que nadaram milhares de quilômetros e disseminaram-se pelos mares de todo o mundo. Elas  são originalmente da região da Sardenha (Itália), ilha localizada no mar Mediterrâneo.
Preparos
O que dificulta o uso de forma mais ampla, na minha opinião, é a elaboração de receitas que façam as espinhas se dissolverem. O preparo e a degustação de forma inadequada gera preconceito.
Mas alguns truques fazem desta iguaria, um prato único, de sabor marcante, sem igual. É ideal para antipastos, já que o gosto pode prevalecer quando servido como prato principal. Mas, também, não é impeditivo para os sábios gastrônomos.
sardinhas crocantes, regadas com muito azeite e cebolas
Os arenques se deslocam em grandes cardumes, chegando na primavera às costas da Europa e América do Norte onde são capturados, salgados e defumados em grandes quantidades.
Por isso, as latas de ‘sardinhas’ muitas vezes adquiridas nos supermercados podem, na verdade, ser de espécies de arenques pequenos. Obs.: confira o preço do Arenque defumado em Empórios para comparar a discrepância de valores. Quem sabe este seja um bom argumento para que tente preparar pratos com as tradicionais sardinhas brasileiras.

rollmops - exemplo dos preparados pelos Lunardon Basso










Há diferentes modos de se servir ambos os peixes e uma infinidade de receitas regionais. Seja cru, fermentado, em conserva, desidratado, assado, cozido em panela de pressão, entre outras.  Com a sardinha, cresci vendo meu pai, tios, avós.....comerem o mais do que conhecido (ao menos no sul do país) rollmops (palavra emprestada do Alemão), ou seja, uma conserva de filés de sardinha em conserva enroladas em pequenas cebolas. Depois, conservadas em temperos diversos, azeite e vinagre. Para mim, que quando criança tive de provar, uma verdadeira ‘bomba’. Mas um dos mais tradicionais acepipes estampados nos balcões dos botequins do Paraná, sempre preparado por uns dos Lunardon da família e degustado com MUITO orgulho!!!!! Já os arenques pelas bandas do Sul são mais conhecidos por hering e servidos em conserva acompanhados por creme azedo.
RECEITAS:
Sardinhas marinadas (preparada na panela de pressão)
Esta receita é para servir o pescado como antepasto, frio. A cocção na pressão faz com que todas espinhas se desmanchem, o que torna o prato  ainda mais saudável. Basta ter sardinhas livres da barrigada, abertas com faca afiada e bem lavada. Depois, preparar o mise en place para a boa execução de qualquer receita.
Ingredientes
- Sardinhas abertas (cerca de 500 gramas, pesadas depois de limpas), sem as cabeças
- Azeite de oliva o quanto baste para intercalar as camadas com os temperos
Cebolas cortadas em rodelas (cerca de 5 cebolas);
- uma cabeça de alho, com dentes cortados em lâminas;
- cerca de 5 tomates sem sementes cortados em fatias bem finas;
- orégano;
- sal e pimenta do reino
- uma pimenta seca cai bem para quem aprecia uma comida apimentada
- um maço de salsinha e cebolinha verde bem picados – com talos
Modo de preparo
- Temperar os peixes com sal e pimenta do reino;
- Em uma panela de pressão, regar o fundo com azeite e montar camadas com os ingredientes citados:
Azeite
Sardinhas
tomates
cebolas
verde
.....
- Fechar a panela e, após pegar pressão, baixar o fogo, e cozer por 20 minutos.
Desligar. Após esfriar, coloque em uma terrine. Regue a última camada com azeite. Isso colaborará com a sua conservação, que não será demorada, mas permanece intacta por até uma semana. Se conservada em vidro esterilizado, como conserva, a validade vai ser diversa.

Sardinhas Empanadas em Farinha de rosca especial
Para quatro pessoas
500 gr. de sardinhas miúdas
3 anchovas em conserva
1 colher de alcaparras s
4 tomates maduros (ou meia lata de tomates pelados)
1/2 xícara  de azeite de oliva
sal e pimenta-do-reino moída
suco de 1 limão

Farinha especial
queijo pecorino ralado (ou parmesão)
½ masso de salsinha
1 pão amanhecido
1 pimenta seca pequena
Triture todos os ingredientes juntos até se incorporarem bem.
Modo de preparo
- Besunte um recipiente que possa ir ao forno com azeite de oliva, exagerando na quantidade para que os nacos de peixe incorporem o sabor do ingrediente. Reserve;
- Limpe e retire as escamas e barrigada das sardinhas abrindo-as bem com uma faca afiada. Em seguida, tempere com o suco de limão, sal e pimenta. Reserve.
- Passe as anchovas e as alcaparras  na água para retirar o excesso de sal. Derrame o azeite sobre os dois ingredientes e amasse até formar uma pasta – ou incorpore no liquidificador;
- Besunte as sardinhas com esta pasta e distribua-as – bem abertas - numa travessa que vá ao forno;
- Pique os tomates em cubinhos e espalhe-as sobre os peixes;
- Regue com um fio de azeite e distribua, sobre cada filezinho, a farinha especial. Enrole, deixando-as envoltas pelo preparo;
- Asse em forno médio, por 40 minutos.


Rollmops
Ingredientes:

1 kg de sardinhas frescas
cebolas pequenas (deixar cerca de 30 minu. em água quente) 1 copo americano de suco de limao
1 xícara de vinagre branco
1 xícara de água
1 colher açúcar
Pimentas frescas a gosto
Pitada de açucar
Sal
Louro
Pimenta do reino (pó e grãos)

Modo de preparo
Limpe as sardinhas, retirando barrigada, escamas;
a cabeça e a calda. Com uma faca afiada, separe os filés seguindo pela espinha;
Lave bem e retire todas as espinhas. Seque uma a uma com papel toalha e
disponha-as em uma travessa rasa. Tempere com sal e pimenta do reino e sal
 limão e vinagre.
Espere uns 3 minutos e comece a enrolar os filés com a cebola prendendo-as com o palito de dente;
 Obs.: após lavar bem os vidros, ferva-os imensos na água e depois vire-os com a ‘boca’ para baixo e coloque-os para secar no forno, já aquecido;
Neste vidro já limpo para s disponha os rolinhos um a um, com a ajuda de um pegador. Depois cubra com suco de limão,  vinagre, pimentas frescas, folhas de louro, açúcar, pimentas em grão, cebolas soltas, dentes de alho.

Adicione os líquidos.Pressione bem a última camada e finalize com azeite, deixando cerca de um dedo acima dos ingredientes. Tampe.   Para que a durabilidade aumente, vire os potes bem lacrados numa panela com três/quatro dedos de água e ferva por uns 3 minutos. Retire e abra após uma semana, no mínimo.