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sexta-feira, 26 de julho de 2019

Frango assado para chamar de meu..

Carnes assadas à perfeição – douradas por fora, rosadas e suculentas por dentro – sempre me fascinaram e ficaram guardadas na memória afetiva. Colocados à mesa em grandes nacos ou servidos inteiros (dos suínos aos pescados) os assados atiçam as conversas e provocam boas risadas – estilo mesa de família italiana, grande e feliz, cada qual ‘defendendo’ seus pedaços prediletos. Lógico que detalhar estas receitas e ou histórias a vegetarianos não é minha intenção. Nem mesmo a carnívoros que idolatram todos os tipos de carnes, mas optam por degustá-las em pequenos pedaços sem desejar lembrar a origem das iguarias.  No meu caso, as melhores lembranças e sabores de suínos servidos inteiros são as dos que a vó Maria preparava para os almoços natalinos. Inteirinhos, com a casca pururuca e, após apresentados aos comensais, ela reservava a cabeça em lugar especial, já que era o prêmio da cozinheira (confesso que também ganhava uns nacos das bochechas). Mas assar suínos inteiros será o próximo passo – por enquanto apenas seus apetitosos pedaços.
Depois dos pescados (que são de simples preparo), estou aprimorando o preparo das aves assadas no forno. Também opto pelas orgânicas mortas, já que a vó Maria não corre mais atrás dos galináceos para matarmos e depenarmos juntas.
cocção lenta com as carnes temperadas com ervas frescas, cebola, alho, cenoura….e banhadas no líquido confere  às peças suculênciasuperior aos demais processos. Se desejar, com direito a recheio de farofa de miúdos. O melhor –  no mínimo duas horas  o prato pode ser esquecido e o tempo dedicado a outras iguarias. A grande vantagem dos assados é a de que além de serem saudáveis já que são cozidos na sua própria gordura preservando mais o sabor, é que podem ser preparados com antecedência.
pernil de leitão assado
pernil de leitão assado
Ingredientes
(para assar, usar um recipiente de bordas altas e que seja adequado ao tamanho da ave. Se não tiver um com tampa, lacre com papel alumínio nas 2h primeiras horas de cocção)

Um frango inteiro (opte por um caipira, de granja)
Ervas frescas (para o frango, o ideal  é optar pelo alecrim ou sálvia mais manjericão. Um maço generoso)
Uma fatia pequena de gengibre fresco
1 Cebolas cortadas em quatro
Dentes de alho inteiros e uns quatro para fazer uma pasta de temperos
Sal grosso
pimenta dedo-de-moça picada
Azeite para besuntar a ave
Um limão siciliano cortado ao meio
Manteiga para finalizar (para dourar a ave e adquirir um dourado mais intenso)
Dois copos de cerveja
Água quente – cerca de um litro ( o suficiente para cobrir a ave)
Modo de preparo– Preparar o tempero com um socador: sal grosso, alhos, pimenta, ervas frescas, gengibre e azeite. Soque até obter uma pasta;
– retire o excesso de gordura (principalmente das laterais da ave e besunto todo o frango (por dentro e por fora);
– Coloque o frango na assadeira e coloque a cebola e os dentes de alho ao redor. O limão também. Regue com mais um pouco de azeite e cubra com água quente e dois copos de cerveja (deverá estar coberto de líquido.
Obs.: Se preferir assar o frango em pedaços opte por coxas e sobre coxas.  após as duas horas de cozimento, retire a tampa ou o papel alumínio e incremente com batatas que ficarão deliciosas absorvendo todo o tempero e sabor do cozido.
Outros assados clássicos do Pastifício Dell’amore

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Canja de bacalhau, preparo de novos tempos


No meu tempo de menina tudo era mais simples. Não podíamos – e nem pensávamos (tsssssss....não expúnhamos) – ter frescuras para comer, para vestir, para brincar, para acordar, para dormir, para comer...e a vida assim seguia. Por vezes, as quebras de rotina se tornaram os momentos eternizados em nossas memórias. E não por acaso, sempre estão ligados às refeições, em sua maior parte, compostas por ingredientes preteridos até os dias de hoje, que se multiplicam em seus sabores, logo, apresentações e texturas.
Nacos de alguma parte de porco ou de galinha estão entre os insumos principais, afinal, em quintais vizinhos sempre havia um exemplar de um dos animais pronto para o abate. No caso das galinhas, os ovos também eram cobiçados. Por isso, correr em meio à ‘pintaiada’, encontrar um ovo com gema dourada brilhando no prato (à hora reservada ao almoço) ou, ainda, uma canja de frango novo, com caldo marrom, fumegando sobre o fogão à lenha (no jantar, na casa da avó), era lugar comum.

“Nem dava tempo de deixar crescer. Eram tão pequenos que a vó pedia para jogarem milho nos pés para que vocês mesmo pegassem os bichos”. Depois de uma torcidinha rápida no pescoço, lá estávamos nós, rodeando a fogueira, cada uma despenando um naco do que seria nosso jantar, que incluía o galináceo cortado e seus miúdos.

Este já é um caminho, mas a tradição há de perpetuar. No mais, por vezes, sem a mesma pompa que uma verdadeira canja se faz merecedora, tenho elaborado Canja de Bacalhau, com os nacos adquiridos já desfiados. Basta dessalgar e a delícia preparar!!!


Canja tradicional, à moda da vó Maria
Ingredientes
- 1 frango caipira inteiro, cortado pelas juntas
- 3 cebolas picadas
- alho o q/b (uso 4 ou cinco dentes picados grosseiramente
- duas folhas de louro fresco – que na Vila Ida há uma árvore sendo cultivada pela Luzinha e pela Sil
- flores de manjericão fresco
- 1 galho de alecrim com as folhinhas moídas
- azeite de oliva para temperar a ave e ainda, para dourar
- 1 colher de sopa de açúcar mascavo
- sal
- 1 Pimenta dedo-de-moça bem picada
- 1 Cenoura ralada
- ½ xícara de arroz branco
- Verde picado (bastante salsinha e cebolinha)
- Água quente
Cortar o frango caipira pequeno (com cerca de 1,3 kg) pelas juntas, deixando os miúdos separados – quando adquiridos inteiros, os miúdos, pescoço, os pés e a cabeça do galináceo vêm embalados em um saquinho recheando a ave. A carcaça separo para preparar caldos com legumes frescos (cebola, salsão e cenoura). Os demais pedaços – com destaque para os pés e pescoço - são temperados com tomilho, alho, azeite, folhas de loro, sal e alecrim, pimenta, flores de manjericão despetaladas. As ervas são frescas, vindas da horta. Rego o suco de um limão, incorporo em todos os pedaços e deixo descansar por, no mínimo, 2h, coberto com papel filme, na geladeira, retirando 30 minutos antes de iniciar o preparo. Depois, em uma panela de fundo grosso, rego um pouco mais de azeite, aqueço, e disponho os pedaços, dando uma leve suada em cada naco para que todos tenham direito ao azeite e as ervas. Dou uma chacoalhada na panela, mas não me atrevo mais a mexer. Se o fizer, os nacos vão se desmanchar. Então, aguente firme. Com uma colher de pau, depois de cerca de 15 minutos, levante uma ou outra bordinha que cozer mais rapidamente. Se estiver dourado, pode virar. Caso contrário, mantenha intacto. Logo após todos os pedaços estarem com o lado oposto sendo caramelizados, agregue as cebolas, alhos e ervas restantes. Mexa suavemente, deixe em go bem alto e polvilhe o açúcar é pouco, mas o suficiente para caramelizar e manter intacto cada pedaço. Para que o açúcar não queime, logo em seguida, regue umas gostas de água quente, tomando cuidado para que não espirre em você. Nesse momento, o lume deve estar baixo.

Se optar por usar este frango como um acompanhamento de uma polenta, vá regando água quente, sem deixar grudar. Depois de 40 minutos, estará um autêntico frango de família; caso o destino seja a canja, jogue a cenoura o arroz, cubra com água. Depois de 10 minutos, sirva com muito verde.


quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Houve uma vez um dezembro........


Este post remete a um dezembro sem precedentes para o Pastifício Dell’Amore. Mês que fechou um ciclo de forma sem igual. A meu ver, com sabores mais pronunciados, marcantes e vibrantes!!!! Uma verdadeira ‘Festa de Babete’ a ser celebrada, ao menos mais uma vez, com todos que pelas mesas do Jardim das Delícias passaram. E o mês que rememoro é apenas uma forma de validação, pois antes dele, muitos brindes houveram sem passar em vão.
Cada qual com sua marca, proporcionaram a mim ainda mais confiança. Confiança esta que fortalece a primeira década de atuação do Pastifício que se inicia, salientada com clareza nos sabores, saberes e bruxarias da minha cozinha que a cada dia mais se pronuncia!!!

São as asas da imaginação, sempre baseada em princípios, aprendizados, parcerias.... sem falar das feitiçarias!!! As cores, não canso de vislumbrar, já que aos meus sabores estão cada vez mais a brilhar. Só tenho a dizer que as focaccias, as ciabattas e as baguetes sem fim começaram a vigorar e das madrugadas brotam sem nunca mais parar. As fermentações díspares, meu sono sempre hão de quebrar!!!! Como se não bastasse, a horta a irrigar, os nacos de carne assados morosamente sempre estão a chiar!!!
























Quando se pensa em um domingo para descansar, lá estão outros fermentos a borbulhar. 

Gratidão aos dedicados meninos da Cervejaria Anarcótica (RafaelDabul – Tumas, Rodrigones e Felipones) que com suas habilidades díspares, muitos convivas vieram a fidelizar. Nada por acaso, já que unem suas composições malignas de maltes, especiarias mais dedicação para às douradas louvarem sem distintinção. Bom, e para aqui encerrar, às nossas sem iguais aliadas da Vila Ida, a quem todos os dias tenho a agradecer. Seja entre sorrisos ou lágrimas, parceria nunca faltou. E para o 2017 encerrar, entre tilintares de taças, brindamos mais uma vez, pois desejamos mais, mais, muito mais sabores, amores, vida e, acima de tudo, cumplicidade e verdade!!!!
Obrigada a todos que deste ciclo (direta ou indiretamente) participaram.

E, sem mais delongas, obrigada Sabrina Demozzi, pessoa que não fez rodeios para me ajudar quando fui colocada em apuros na cozinha!!! 




                                                          Gratidão, Adri Perin (De Inverno Comunicação)  por tamanho incentivo que sempre me deu, pelas parcerias entre as letras vividas e por ter me  confiado trabalhos incríveis. entre eles, o que colocou a produtora de eventos e mestre-cuca Patrícia Lisboa Kosinski em meu caminho. Com ela, desvendei, mais uma vez, os bastidores de profissionais sem igual da cozinha. E como não citar Mônica Santos, fiel escudeira paulistana, que confia a mim papel sem igual E para aqui encerrar, Rafal Moro Martins que provou e aprovou quitutes diversos mas das sem iguais lasanhas deu seu veredito!!!