sábado, 20 de abril de 2013

Compotas e conservas - quando a estação determina o sabor



Conservas de batatinhas
Desde a mais remota antiguidade o homem vem buscando formas de conservar e preservar os alimentos. Tanto descobriu, que abriu as portas para um grande comércio, que usa e abusa de acidulantes e tantos outros ‘antes’, que, quando saboreados, a exemplo de bulas de remédios, é melhor não conferir a composição. Na contramão desses alimentos, que fazem brilhar as prateleiras de supermercados, há quem pratique esta arte para preservar os sabores das estações, respeitar a sazonalidade dos ingredientes para poder apresentá-los, como obras de arte, aos sortudos que por suas casas passam.
Eu sou uma dessas, que fui presenteada por poder conviver com amigos que respeitam o que vai para a mesa de acordo com o que o clima da estação determinar. Pessoas do Il Borgo Della Colomba (Cris, Gianni, Nonna, Massi...), na Toscana (Itália). 
Conservas de habanero
Alí, se aprende a comer, viver e cozinhar de forma inigualável.  Em meio a uma vida bucólica, onde se trabalha muito com a terra para cultivar seu próprio alimento, os sabores das refeições são distintos, pois desde o azeite, vinho, às massas e verduras, tudo é cultivado na região e trazido do quintal para a mesa. E quando o ciclo dos alimentos da estação chega ao fim, as delícias colhidas são tranformadas em compotas, conservas, pestos, geléias e marmeladas de legumes, frutas, hortaliças; e outras infinidades de quitutes, que se tornam os tradicionais antipastis, muitos deles, receitas antigas....Algumas preparadas apenas com azeite e ervas frescas, outras com misturas de azeite, vinagre de vinho, sal e ervas frescas. Quanto as embalagens que serão utilizados para armazenar as delícias, o ideal é escolher as menores, já que enquanto fechadas, algumas formas de preparo preservam os produtos por meses e até anos; já depois de abertas devem ser consumidos rapidamente.
O que posso preservar do que estes queridos italianos me ensinaram tento traduzir na minha cozinha e na minha horta. O resultado pode ser conferido em conservas de abobrinhas; batatas; pimentas habanero (com semente do quintal do Borgo)...
Passata de pomodoro do Borgo della Colomba
todas preparadas com ervas diversas, também cultivadas, agora, na minha horta. Cris e Gianni, obrigada pela lição de vida que me proporcionam a cada dia.
Depois de conferir o respeito com que esses italianos tratam os alimentos, minha cozinha nunca mais foi a mesma. Agora, as frutas, legumes, verduras e hortaliças fazem das minhas refeições pequenas obras de arte, como a de todas as pessoas deveria se tornar.

Conserva de habanero
Líquido da conserva

- 1/2 litro de vinagre de vinho tinto
-1/2 l de água
- 1 col de sopa de sal
Colocar os ingredientes em uma panela e deixar ferver
Em outro recipiente, separe os ingredientes que vão ser agregados à conserva de pimentas.
para as habaneros, cerca de 20 pimentas (de três cores diversas)
dentes de alho
mini-cebolas (branca e roxa)
em outro rcepiente, coloque azeite de oliva
Marinada dos temperos que vão proporcionar sabores diversos às conservas
Azeite  
dentes de alho
Folhas de louro
zimbro
pimenta do reino
ramos de tomilho fresco
ramos de orégano fresco, com as flores
Misture bem e deixe marinar por 30 minutos
enquanto isso, esterelize os vidros fervendo-os em água
Depois, coloque as ingredientes da conserva de pimentas para ferver durante 5 minutos no líquido da conserva. Finalize colocando-os ainda quentes no vidro intercalando a marina de temperos, os temperos e o líquido da conserva. Assim que encher o vidro, finalize com algumas colheradas da marinada..
Batatinhas em conserva
Para a conserva de batatinhas é necessário cozê-las no líquido da conserva por cerca de 15 minutos, até ficarem ao dente.
Os temperos para a marinada foram ramos de alecrim, louro e pimenta do reino.
Geléia de pimenta dedo de moça: esta aguarda os segredos e dicas da querida vizinha e cozinheira de mão cheia Luzinha. Hummmmmmmm, ela já nos presenteou com a receita:
- 500 g pimentões vermelhos
- 250 g açúcar
- 250 g morangos
- 100 g de pimenta dedo de moça
- 100 ml de suco de laranja

Geléia de pimenta dedo de moça da Lu Martins

Modo de Preparo
- Separar e pesar todos os ingredientes
-Retirar as sementes dos pimentões e pimenta dedo de moça... inclusive a parte branca (membrana) interna de ambas
- Retirar os talos dos morangos
- Cortar todos os ingredientes em pequenos cubos, e leva-los para cocção até reduzir de proporção.

marmelada de limão siciliano

compota de berinjelas grelhadas

sábado, 13 de abril de 2013

Fusilete, clássico prato curitibano



Fusilete do Mamma Carmella
Há receitas que têm o dom de esquentar o corpo e acalentar a alma. São aqueles pratos que resgatam sabores de tempos idos; que degustamos sem contar calorias e, quando os preparamos em casa, nem lembramos do trabalhão para a sua  elaboração. O tradicional Fusilete é um desses clássicos, que fazem parte da história da minha vida e nunca perde seu sabor (de temperos e afetos). Para essa receita, a massa indicada é o fusilli artesanal (lâmina de massa aberta em longas tiras, cortadas e enroladas no comprimento com um arame) – perfeito para reter o molho. Mas em casa, você pode utilizar uma massa seca, como o Bucatini.
Adri Perin, Lara Lima e Josi - Mamma Carmella
 Com a massa em mãos, filés mignon à milanesa, molho sugo tradicional, molho bechamel (preparado com queijos diversos) e parmesão ralado. Depois, é só gratinar e servir. É o prato predileto de uma das minhas irmãs, a Dani. Em minhas visitas mensais a Curitiba, em alguns dos anos em que morei em São Paulo, ela o preparava e degustávamos após a meia-noite, já que o ‘Cometão’ (rápido que era) estacionava na rodoviária antes do gongo soar 00h00. Chegávamos em casa, o prato, já finalizado e dourado, somente à espera de um rápido aquecimento. Para acompanhar,  lá se iam algumas Schincariol, pois os tempos eram bicudos...
Dias desses, frio curitibano chegando, preparamos nosso fusilete, com fettuccine do Pastifício  Para os molhos, sugo preparado com tomates, cebola e alho; e para o bechamel, optei por uma versão diversa, com estragão desidratado e nata, que ficou exemplar.
fusilete do Pastifício dell'amore


domingo, 7 de abril de 2013

Redonda de primeira


Proveniente de Nápoles, mas cidadã do mundo, a pizza desembarcou no Brasil por São Paulo mas, claro, é encontrada em todo o país – de pizzarias requintadas às ‘padocas’ que a produzem em formatos diversos e a servem para uma legião de fãs.
 Formatos à parte, para os amantes da tradicional redonda o importante é preservar tradições. Primeiro, os ingredientes devem ser de altíssima qualidade. Uma boa pizza deve ter massa crocante por fora e macia por dentro, sal na medida certa, molho de tomates cremoso e cobertura na dose certa, sem exageros, e  borda alta.

E por falar em borda, esta poderia se tornar um capítulo à parte, já que deve ser elaborada e degustada com muito carinho. Sem esquecer da cocção que deve ser perfeita, em forno a lenha. Quando chegar a mesa, deve exibir tênues tons dourados, que fazem o disco brilhar,  assim como os olhos de quem vai degustá-la.
No item matéria-prima, a farinha de trigo indicada para o preparo da pizza ‘perfeita’ é, sem dúvida, primordial. O cozinheiro italiano Gianni, do Borgo Della Colomba -, Toscana (Itália) - especialista na arte de preparar pizzas, pães, focaccias e outras delícias, ao lado da querida Cris – ensina que a receita da pizza italiana começa com a escolha da farinha. Para Gianni, o que difere os tipos deste ingrediente é a “granulometria della macinatura”, ou seja, o quanto o ingrediente é refinado, a exemplo dos açucares brasileiros.
Para os discos perfeitos, a farinha de trigo 00 é, sem dúvida, a ideal. “Por ser mais refinada,  absorve mais água, tendo um teor de glúten menor, mas, com mais força, o que confere ao produto final uma leveza maior”, explica Gianni.
Gianni, no Borgo Della Colomba
Outro aspecto que o cozinheiro do Borgo della Colomba destaca é o material de que é feito o equipamento que fará a moagem.  é a cè da dire che le farine differenziano anche per il tipo molitura: a cilindri di acciao inox per farle piu' sottili vedi farina 00”.  Isto é, para a farinha 00, o cilindro de aço inox é ideal no processo de refinamento.  




Duas versões para o preparo de pizzas
Ingredientes 
1 kg de farinha de trigo
10 gr. de fermento biológico
2 colheres de azeite de oliva
560 ml de água
2 colheres de sal
Modo de preparo
Agregar o sal ao fermento
Dissolver com a água
acrescentar o azeite e a farinha aos poucos, sovar bem aerando bem 
Deixar descansar por cerca de 1h. cortar em pequenas bolas e sovar novamente
Abrir cada bola com um rolo trabalahndo apenas no meio da massa. Com isso, as bordas vão se formar.
O molho de tomate deve ser espalahndo no meio, deixando a camada uniforme  
Ingredientes (para 14 discos - pizzas)
1,5 kg de farinha de trigo italiana tipo 0 
500 gramas de farinha de trigo tipo 00 
1 l de água com gás
30 gr. de sal
60 gr. de açucar
20 ml de azeite de óleo extra-virgem
5 gr. de levedo de cerveja (se não tiver, use fermento biológico seco

Matéria-prima superior eleva categoria das pizzas  curitibanas
Pizza Cracóvia, da Giotto Pizzaria
 Para agradar os admiradores da tradicional redonda, pizzarias investem em matéria-prima  de autêntica qualidade, a começar pela farinha de trigo

Com o propósito de trilhar caminhos de pizzarias ícones, como Speranza e a Bráz, em são Paulo, ou, ainda, a Bresser, em Curitiba, a Giotto aposta na matéria-prima de alta qualidade para tornar suas redondas idolatradas pelos apreciadores da iguaria.
No cardápio da casa, as massas das pizzas, bruschettas, crostini, tortanos, pães....são preparados na própria cozinha da Giotto.  “Só abrimos a Giotto quando tivemos a garantia do fornecimento regular dos ingredientes base para o preparo dos produtos, como a farinha de trigo, os tomates, entre outros”, conta o proprietário da casa, Rodrigo Wagner de Souza Filho.