Mostrando postagens com marcador alimentação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador alimentação. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Arroz lambe-lambe com ‘roupa de festa’


Ingredientes
(para quatro pessoas)½ quilo de vôngoles (com as cascas bem lavadas e toda a areia removida)
erva-doce ou funcho
250 gramas de mariscos na casca (lavados, com todas as crostas das cascas removidas)
1 xícara mais ½  (chá) de arroz parboilizado
1 xícara (chá) de vinho branco, seco
1 cebola grande picada
dois dentes de alho picados
½ maço de folhas de erva-doce (também conhecido como funcho) rasgados na mão
Azeite de oliva o suficiente para cobrir o fundo de uma panela de fundo grosso e bordas altas
1 colher (sopa) de manteiga sem sal
1 litro de água
duas folhas (brotos) de limão-siciliano ou, ainda, limão-cravo, mas recém-nascidas
raspas de ½ limão siciliano mais o suco, livre das sementes
1 naco de gengibre fresco ralado (cerca de uma colher de sopa)
1 naco de cúrcuma fresca relada (se não encontrar a raiz, pode agregar uma colher (chá de pós de cúrcuma)
sal
Dois tomates, sem sementes, cortados em pequenos cubos


Modo de preparo
Forre uma panela de fundo grosso e bordas altas de azeite de oliva. Doure o alho e a cebola. Agregue os vôngoles e e os mexilhões. Mexa e remexa. Tampe a panela. Assim que aquecer bem em chama forte (5 minutos) abra e coloque o vinho. Tampe de novo. Os moluscos começarão a ‘pipocar’ na panela. Com as duas mãos, segure firme a panela e chacoalhe bem. Depois, abra novamente,coloque as folhas de limão e o gengibre. Deixe por mais alguns minutos. Reserve os mexilhões (pois as grandes conchas vão impedir que o arroz cozinhe no tempo adequado). Agregue o arroz, salpica o sal, mexa bem e cubra com a água. Assim que o arroz estiver ao dente, ainda com água na panela, volte os mexilhões e coloque a manteiga. Mexa e remexa, desligue o fogo. Coloque as raspas de limão-siciliano e também o suco de ½ limão-siciliano. Rasgue as folhas de erva-doce e sirva distribuindo bem os moluscos sobre um dos pratos. Salpique com os cubinhos de tomates e regue com azeite de oliva.  Sirva imediatamente. P
ara quem desejar, finalize com queijo parmesão.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Entre tantas águas, a sardinha continua nadando soberana

Desta feita, as sardinhas preparadas em molho escabeche ficaram firmes, não perderam a textura e tiveram suas espinhas desmanchadas durante a cocção, propícias para servir de tempero e ingrediente principal sobre uma salada de rúcula da horta e tomates cortados grosseiramente. Além de belo, o sabor? Nunca havia degustado igual. Sem falsa modéstia, mas, apenas, enfatizando o ditado de que “o hábito faz o monge”.
Repetição, repetição, repetição e, sobretudo, atenção aos sabores e saberes de cada ingrediente ali agregado. Com o passar do tempo, ao preparar sardinhas em molho escabeche, percebi que a pressão das mãos comprimindo delicadamente cada camada sobreposta à outra, conserva o formato das sardinhas espalmadas, sem as espinhas e com todo o sabor que ali foi agregado. 

sardinha, aprendi porque te quero sardinha!!!!
Nada além do que já havia relatado aqui, em post anterior. “O que dificulta o uso de forma mais ampla, em minha opinião, é a elaboração de receitas que façam as espinhas se dissolverem”. Mas alguns truques fazem desta iguaria, um prato único, sem igual, a exemplo deste Sott’olio de sardinhas.
Para esta receita useu 1 kg de sardinha fresca, com a barrigada removida e cada peixe espalmado, cebolas cortadas em finas lâminas, tomates firmes, sem as sementes, também lâminados, dentes de alho, azeite de oliva, um maço de salsinha (com os talos também moídos com uma boa faca), azeite. Para finalizar, vinagre de maça. Cerca de 1/2 xícara.


Ingredientes
sardinhas espalmadas

- 1 kg de sardinha, com os peixes livres da barrigada e espalmados, sem as cabeças
- Azeite de oliva o quanto baste para intercalar as camadas com os temperos
- Cebolas cortadas em rodelas (cerca de 5 cebolas);
- uma cabeça de alho, com dentes cortados em lâminas e outros inteiros
- cerca de 5 tomates sem sementes cortados em fatias bem finas;
- orégano fresco;
- sal e fresca picada. O ideal é escolher com o ardor de acordo com o paladar de cada um (a dedo-de-moça é ideal. Sem as sementes, tanto melhor. Para a ocasião, usei uma menos picante, servindo outras diversas para quem apetecer);  
- Sal
1/2 xícara de vinagre de maça.
Modo de preparo
Em uma panela de pressão, regar o fundo com azeite e montar camadas com os ingredientes citados:
Azeite, cebola, sardinhas (sempre com a pele para cima). Salpicar com sal e comprimir, com as mãos, esta camada. Depois, mais cebola, tomates, verde, azeite, sardinha, sal...e assim sucessivamente. Um quilo rende cerca de cinco camadas em panela de pressão de 1 litro mais 1/2. Finalizar com o vinagre e muita salsinha. Pressiona com as mãos novamente, fecha e ligue o fogo. Assim que pegar pressão, baixe o fogo e deixe cozer por 40 minutos. É muito fácil perder o ponto, com os peixinhos grudando no fundo. Para tanto, se considerar que o lume não está tão baixo, abra a panela após 30 minutos e prove. Elas devem estar firmes, mas nenhum espinho deve ser sentido ou avistado. Caso sinta espinhas, feche novamente e deixe mais 10 minutos. Desligue e deixe resfriar. Disponha s sardinhas mais temperos em uma terrine e regue com azeite até cobrir. Isso colaborará com a  conservação, que não será demorada, mas permanece intacta por até uma semana. Se conservada em vidro esterilizado, como conserva, a validade vai ser diversa.Para esta salada, foi usada após 12 horas de preparo. então, apenas dispus as folhas e os tomates sobre uma travessa, ao lado de nacos de pão italiano, e distribui sardinhas (sott'olio de sardinhas) sobre as folhas e os tomates. Não tem igual!!

domingo, 9 de agosto de 2015

A VERDADEIRA MAIONESE!!!!!!!!!!!!!!!!!

maionese de batata, com cubos do tubérculo cozidos ao dente, regados com
creme de gemas de ovos caipira emulsionados com azeite mais suco de um limão

Uns apreciam morna. Há os que não a degustem se não estiver geladinha. Com nacos de batatas ao dente, ou com o tubérculo praticamente desmanchando de tanto cozer. Repleta de creme ou mais sequinha. Pura, só com batatas mais o cremoso molho à base de ovos e azeite, ou incrementada com milho. Outros abrem a geladeira e agregam o que tiver - do tomate, pepino, azeitona à ervilha, seja fresca ou em conserva. Pelas ‘bandas’ do Sul e Sudeste do país penso que a Maionese deve estar entre as guarnições prediletas da população em questão. Uns recheiam o pão, mas só se estiver ainda morna (caso da minha irmã Dani), outros apreciam bem geladinha. 
maionese com batatas no Pão
Faz o papel de entrada, ao lado da salada de folhas; ou como recheio de canapés em aniversários (a exemplo dos ‘canudinhos’ - quem já não teve essa guloseima em alguma comemoração familiar?). Enfim, a Maionese é unanimidade entre inúmeros apreciadores de uma boa comida. É destaque em comemorações diversas (Dia dos Pais; das Mães; almoços de domingo....). Quando se trata de degustá-la em bares e restaurantes, há sempre quem elenca a melhor. Jamais vou esquecer da querida Inês (Inezita), que nos tours gastronômicos carioca, nos quais ela e seu fiel escudeiro Ramiro nos apresentaram 'casas' sem igual. O que tinham em comum? ‘A melhor maionese’ que Inezita havia degustado, a exemplo do bar Lagoa (no Leblon). Antes disso, por anos seguidos, a maionese que recheava o sanduba de todos os dias era a preparada por Teresa, querida Teresa, de Castro/PR, que seguiu as dicas da amada Liahil Marlene de Oliveira Laroca. Liahil preparava um farnel para lá de especial. Entre os quitutes, uma 'compota' de maionese para a semana. Com ela, recheávamos todos os tipos de preparos com pão.  

Eu gosto de preparar a Maionese com uma gema caipira cozida mais uma ainda crua (com ovos de boa procedência), azeite e limão. Primeiro agrego as gemas (a crua e a cozida), lentamente, com um garfo. Depois, com um foie (a mãe fazia com garfo e dizia ‘que sempre tinha de mexer para o mesmo lado. Ao contrário, desandava”) vou regando azeite. É pura terapia. A exemplo dessa, adoro a da Bel e a da  Dani Wolbeto de Araújo.


Receita
A verdade é a de que para fazer a 'verdadeira maionese' cada um tem seu truque, temperos....Mas, em minha opinião, a que prevalece é 'menos é mais'. Então, :
-  cozer um ovo caipira - dois, para garantir
- uma gema caipira crua
- suco de um limão
- noz moscada ralada
- sal
- azeite o quanto baste para dar a cremosidade e brilho que desejar.
Caso desande, jamais jogue fora o rico composto. apenas coloque mais uma gema em outro prato e vá adicionando aos poucos a mistura mais líquida. em, no máximo, cinco minutos, terá a maionese pronta. Ouro truque é regar mais limão e mexer com o foie até encorpar novamente. 

Bom espero que este e outros deliciosos pratos deliciosos estejam presentes nas mesas de todos os PAIS, neste, que é uma data pra lá de especial, principalmente quando se trata de um PAI que se chama Carmelino Basso. Homem adorável, amado, PAI E MÃE, que da sua forma nos ensinou a viver e a ser o que somos.

FELIZ DIA DOS PAIS A TODOS OS PAIS!!!!!

quinta-feira, 30 de julho de 2015

VACA ATOLADA


Costela de boi, mandioca, ervas frescas, especiarias, cebola, alho e azeite.Para incrementar, agreguei algumas fatias de linguiça calabresa, a mais pura e menos gordurosa que encontrar (cerca de 50 gramas) para 1,5 kg de mandioca e 2 kg de costela, livre de nervuras e do excesso de gordura. É comida de sustança, comida feliz! 

A Vaca atolada é um prato típico do cardápio dos tropeiros que carregavam a costela de boi mergulhada na gordura, o que garantia alimento por um bom tempo, sem deteriorar. “Ao longo das trilhas colhiam mandioca, assim, podiam misturá-la à carne. Uma comida forte e boa para dias mais frios da serra”.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Pescar lambari é tarefa para profissional


Nesta tarde recordei as centenas de vezes em que o pai me levou para pescar lambari – pequeno peixe d’água doce, que se prolifera por todos os rios de nosso país. À época, eu só lembrava do que a função resultaria: peixinhos dourados crocantes, fritos à perfeição, quepodíamos comer sem contar. Mas, juro, nunca esquecia que para termos a fartura desejada à mesa, seguir as regras para capturar os peixinhos era (é) essencial. Para tanto, a calma, o bom senso e a experiência (por menor que exista) têm que prevalecer.
Encontrar a curva do rio e a profundidade ideais; água límpida – não considere que estar barrenta é empecilho. Apenas indicação de que a pescaria pode não ser tão produtiva, já que voltarmos com uma média de uma centena de exemplares costumava ser a média. Silêncio absoluto, o que torna a pescaria de lambari um tanto quanto solitária. Bom, estes são alguns dos pré-requisitos para uma boa pescaria de lambari, que só pode ser comemorada após cada pescador deixar seu posto.
Fazendo um paralelo com a vida dos adultos, a do meu, do seu, enfim, do nosso dia a dia, percebo que temos muito a resgatar dos princípios que o pai me fazia seguir para capturar, delicadamente, dezenas de lambaris. Não considero que nossa vida tenha que seguir regras, mas penso que a repetição de atos, com o passar do tempo, ultrapassa os fatos. Então, encontrar um lugar ideal; ter paciência – lógico que por vezes ela vai 'às favas'; estar ao lado de pessoas que respeitem o silêncio de que você precisa para pescar os rápidos peixinhos. Enfim, pescar lambari poderia ser tarefa apenas para adultos, e profissionais. Mas, se nos dermos conta, pode ser mais leve seguindo os princípios que adotávamos para pescar lambaris; andar de carrinho de rolimã; pilotar a monareta sem freio nas íngremes decidas do São Lourenço – à época, sem asfalto; soltar pipas. ... E depois de gastar energia, chegar em casa e comer arroz com os pequenos peixinhos fritos que, quando não pescados pelo pai, eram adquiridos do tio Raimundo Lunardon, que ao lado da sua fiel escudeira, dedicava horas de suas vida pescando-os. Depois, vendia-os espalmados, em outro companheiro de vida, seu fusca amarelo. Esse só abandonou a tarefa de ser profissional na arte de pescar lambaris no dia em se foi.
Se pudesse ter um desejo para o amanhã seria o de passar o dia pescando lambari ao lado de meu pai (Carmelino Basso), que completa 70 anos neste 16 de julho. Parabéns, meu amado pai. 

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Cebola, cebola, cebola e mais cebola para uma... Sopa de Cebola pra lá de brasileira!!!

Cebola, cebola, cebola, cebola, duas doses de pinda, queijo curado, panela de barro mais o caldo de sua preferência (frango, carne ou de legumes) tornam a Soupe à l'oignon uma autêntica Sopa de Cebola versão brasileira. No que se refere ao ingrediente principal deste prato (a cebola) não economize, já que, em minha opinião, além de ser uma refeição repleta de charme, tem sabor único quando elaborada com dedicação.  Neste caso, não interprete dedicação com excesso de trabalho. É de fácil preparo, pois não é nada mais do que uma Sopa de Cebola (Soupe à l'oignon), que acalenta as noites frias, acalma dias de estresse, faz bem à saúde e proporciona requinte à mesa quando servida em pratos individuais. 
Pode até carregar certa pompa por estar entre os clássicos da gastronomia francesa, mas já mostrou todas as suas facetas quando se tornou ícone popular como o  único prato servido nas madrugadas paulistanas para os frequentadores do Ceasa  (atual Ceagesp- Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) durante anos subsequentes, entre as décadas de 70 e 90.
A história da famosa sopa servida para o público que frequentava o Centro Estadual de Abastecimento remonta à própria construção do Ceasa, há quase 45 anos.  
Sopa das madrugadas do Ceasa -Centro Estadual de Abastecimento
Dizem que um comerciante passou a juntar ingredientes fortificantes (salsão, cenoura, alho, alho-poró, cravo .....para preparar um caldo) e agregá-lo à cebola picada, dourada num grande tacho, para fazer uma sopa. O quitute espantava o frio durante as feiras da madrugada. No início apenas destinadas aos atacadistas e varejistas da época, mas, logo depois, os aromas ecoaram corredores a fora entre os comerciantes chegando aos compradores  até o público final. A receita ganhou fama além Ceasa .
Seja para os que trabalhavam durante as madrugadas do Ceasa quanto para os que gastam suas energias enquanto o sol brilha, em quaisquer das estações do ano, a Sopa de Cebola continua entre as minhas prediletas.  Basta um caldo artesanal. Preferencialmente de galinha, escuro, como ditam os compêndios da gastronomia. Eu elaboro conforme o que tem na horta ou na geladeira, substituindo o de galinha pelo de carne ou de legumes. Quando bem feito, o resultado será sem igual. No mais, a cebola cortada em lâminas finas deve ser frita lentamente em fogo baixo numa mistura de manteiga e azeite. O caldo, após peneirado, é agregado às cebolas douradas e flambadas na pinga. Isso mesmo. Usei pinga, ao contrário do tradicional conhaque. Depois, basta cobrir com torradas feitas no forno ou na frigideira (de baguete, de pão italiano, de francês...basta ser um de casca mais grossa) e cobri-las de queijo. A receita original francesa dita que o queijo usado é o gruyère,  polvilhado sobre as fatias de pão já dispostas nas cumbucas individuais que serão gratinadas no forno.
Soupe à l'oignon em versão autêntica  brasileira
Para tornar a Sopa de Cebola ainda mais brasileira, a panela de barro foi a mais adequada ao preparo, que foi finalizado com lâminas de queijo meia-cura (presente da Adri Perin e Ivan Santos – obrigada queridos). Ah, e ao invés do conhaque, às quatro cebolas douradas na manteiga mais azeite, agregue duas doses de pinga e flambe até evaporar todo o álcool. Depois, coloque o caldo de sua preferência e ferva por 1 hora. Como sou adepta dos lindos nacos de porco - feitos à perfeição por pequenos produtores catarinenses, que apresentam uma extensa camada de carne e pouca gordura – agreguei 100 gramas de bacon ao cozimento.
Ingredientes (para quatro pessoas)
- 6 cebolas médias
- 1,5 litro de caldo de carne escuro (preparado com antecedência), de frango ou de legumes;
- 50 gramas de manteiga
- azeite para cobrir o fundo da panela, no caso uma de barro
-  duas doses de pinga
- 5 fatias grandes de pão
- 1 maço de temperos diversos, enrolados, protegidos por folha de louro e um lâmina de alho poró,  e amarrados (bouquet garni) – alecrim, manjericão, tomilho, salsinha, cebolinha, louro seco e uma lâmina desfolhada do bulbo do alho poro. Costumo fazer o caldo com os legumes e temperos da estação. Então, o que estiver ao seu dispor, com sabores similares, está valendo, mas prevalecendo os ingredientes da temporada em questão.