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sábado, 7 de outubro de 2017

Pasta!!! Porque te quero eternamente pasta

Quando se trata de comer bem (para saciar a fome e proporcionar benefícios à saúde), em minha opinião, o povo italiano compõe uma instituição da culinária mundial. Cultura essa propagada por todos os continentes e motivadora pela forma que muita gente cozinha atualmente. Os ingredientes frescos, em sua maioria orgânicos, vindos da horta para a mesa difundem o ato de comer bem, de forma descomplicada. Isso porque cultura foi preservada e influenciou os pratos mais amados da culinária do país em questão.
Por estas bandas, exemplo não faltou. Quando criança, eu e minhas irmãs dávamos nomes às galinhas. E quando não encontrávamos alguma delas no galinheiro, também não víamos minha irmã mais nova à mesa. No entanto, eu mais Fran, a mais velha, batíamos ponto e disputávamos o pescoço, asas e pés da galinácea preparada à perfeição. O importante era o sabor primoroso agregado pela vó Maria em cada erva que tirava da horta para na panela colocar.

Hoje, não vejo mais pequenos galinheiros. Nas casas, as hortas minguaram. A do Pastifício (uma pequenina réstia do que era a horta da vó Ida) está a cada dia mais prolifera. Mas nada se compara à dela. Tempos em que a maioria das pessoas à terra e à natureza tinham apreço – não só endereço. Neste mesmo terreno, ladeira abaixo, abóboras de todas as famílias proliferavam, ao lado de melancias, chuchu e dezenas de verduras e frutas. Hoje, fundo de vale aterrado por quem nem merece ser citado. Gente que tem nome e sobrenome, mas não merecedor do que come.

No que se refere às massas, o endereço de origem pode não ser de nenhuma província italiano. Fato é que lá fincou raízes e transforma-se em banquete em segundos. Com ingredientes frescos, cozinha descomplicada, simples. Uma bela massa curta seca, ou uma longa, fresca, com tomates, ou cogumelos, ou simplesmente regada com azeite, manteiga, pimenta do reino mais parmigiano regiano mexido e remexido até encorpar.... não há o que inventar. Apenas, à mesa sentar e mangia che te fa bene.

Com certa experiência no preparo das massas artesanais, em minutos o cardápio de um especial almoço de domingo é elaborado, sempre com massas à massa. Entre as recheadas preteridas das últimas semanas, o ravioloni, , o tortellini, o agnolotti e a eterna pasta longa, o fettuccine. Para todos os formatos, verduras salteados, cogumelos ou um sugo cozido morosamente, casa perfeitamente.

Velox-Luxo em ação - Para elaborá-las, a clássica máquina de preparar massa "Velox-Luxo" continua firme e atuante. Aqui, no Pastifício temos duas, benditas heranças. Resultado sem igual. Lâminas lindas, leves e delicadas, perfeita para a elaboração de diversos exemplares.....
No mais, abra a geladeira e vá até a horta, ao menos, ao pequeno pedaço de terra onde pode tudo proliferar e de lá, a massa fantasiar!!!!

agnelotti já cozido salteando na manteiga com folhas de sálvia
Agnolotti de carne ao vinho com catupiry,
 servido com redução de caldo de carne
'mar' de sálvia

















domingo, 10 de setembro de 2017

Expedição apetitosa

Dias desses tive imensa satisfação de levar -  mais uma vez – os sabores, saberes e bruxarias do Pastifício à casa de adoráveis pessoas para comemorações diversas. Desta feita (às vésperas do feriado cívico nacional), para uma degustação vegetariana. Mais uma bruxinha que por aqui passou e pelos quitutes do Jardim das Delícias se apaixonou, especificamente pelos livres de carnes e, ainda, pelos veganos.

Bom, posso dizer a todos que foi simples. Sim. Simples, assim!!! Por demais. A cada dia que passo viajando por entre as bancadas de fornecedores de vegetais; por hortas; por histórias vividas e outras que aspiro (programadas ou não) viver, confiro o quanto um vegetal pode render!! Na minha cozinha do Pastifício Dell’Amore (seja na de Curitiba/PR bem como na de Zimbros/SC) eles se transformam em delícias sem precedentes.
O resultado¿ Poucos percebem que estão saboreando um cardápio, por vezes, até 90% vegetariano. Lógico que nunca deixo de trabalhar com uma proteína, e nem de comê-la (principalmente se advindas do mar; ou quando usadas em caldos; e/ou em bocados, quando se trata de embutidos; ou, ainda, peças de cordeiro assadas morosamente – no caso, paleta ou pernil).
tomates italianos cortados em seis fatias, para depois serem salteadas
























Da horta à mesa
Este aprendizado, onde os vegetais predominam (adornando todas as etapas da refeição – primordialmente na finalização de pastas e risotos) tem endereço certo - Il Borgo Della Colomba/Fosdinovo/Toscana/Itália. 

Trata-se de uma lição para toda a minha vida, que começou há alguns anos e que será renovada anualmente – se assim todos desejarem, com rotas distintas e paradas díspares, mas sempre carregando as mesmas energias, acumulando inéditos sabores e vigorosos saberes!!!
Para tamanho aprendizado, neste relato, apenas duas receitas. Delicados preparos, de rápida elaboração, mas com inesquecíveis toques de frescor!!!


Penne à Colomba (para quatro pessoas)
Precisa de uma embalagem de mini tomates, uns 300 gramas; 4 tomates italianos, com sementes, cortados na longitudinal; uma colher de sopa de alcaparra (bem picada) e dois dentes de alho (bem picados)

Para o tomate confit
Disponha os tomatinhos numa forma pequena.  Uso uma de bolo inglês. Salpique açúcar mascavo (meia colher de chá e sal grosso. Regue azeite de liva e agregue dois galinhos de alecrim ou tomilho (frescos). Chacoalhe bem a forma e asse ate ficarem bem dourados. Cerca de 20 min (180º  graus).

Em paralelo,  Regue, em uma frigideira grande, de fundo grosso, azeite e doure o alho. Agregue as fatias de tomate, com sementes, cortados na longitudinal. Em seguida, em fogo alto, coloque as alcaparra. Mexa e remexa. Agora é o momento da fusão dos tomates. Tire os frutos confitados do forno (dourados e perfumados) e mescle com os demais da frigideiras. Cozinhe a massa ao dente e retire direto da panela para a frigideira, agregando um pouco da água do cozimento (com amigo). Sirva imediatamente. 


Penne à Colomba e Risoto aos três limões.

domingo, 20 de agosto de 2017

Com fubá e com afeto!

Máquina para bater polenta – Agriturismo Il Borgo Della Colomba/Toscana/Itália

Na Vila onde moro há uma linda garota. Na casa dela um aventureiro gatinho ruivo mora. Na cozinha desta menina sempre há quitutes sendo preparados.  Na mesa dela, com frequência, tem uma cumbuca cheia de polenta, prato de que ela tanto gosta. E, sobre uma das cadeiras, um gatinho está sempre a esperá-la. Já, ao portão, outra adorável companheira da Vila Ida está sempre atenta. Trata-se da 'Fidelita' (a branquela e bela Fiel).


Dia desses, tive o prazer de preparar uma polenta para esta turma. Enquanto a adorável garota descansava, Fiel, deitada ao  seu lado, bons momentos vivia. Paralelamente, outra linda menina da mesma Vila, seu Novo Ano iniciava. Trata-se de uma comandante da FIEL!!! Amorosa, companheira, com olhar sem igual, brindou ....e, em seguida, vislumbrou os raios reluzentes do sol a brilhar e a polenta continuou a esperar!!!  



O prato foi um sucesso. Preparei à maneira de que eu mais gosto de comê-la. Apenas com fubá amarelo e água. Cremosa no momento, mas que, com o passar de algumas horas, vai encorpando ao ponto de poder ser grelhada. Sabor para qualquer ocasião. Para agregar um tempero extra, dois dentes de alho picados e duas folhas de louro frescas. Estas, colhidas da horta da menina, que agora tem um gatinho (o Zoé), e também tem uma amiga para lá de especial, que nesta casa também mora. 

Mal sabem elas que para executar a deliciosa polenta usei uma panela de pressão. Sim. Polenta de panela de pressão. Simples assim!!!
Ingredientes (para quatro pessoas) e Modo de preparo
3 xícaras de fubá amarelo e três xícaras de água fria. Agregar a água na polenta até obter um creme, sem grumos. Reservar.
Na panela de pressão, colocar seis xícaras de água fria, 3/quatro dentes de alho e duas folhas de louro fresco. Sal a gosto. Assim que a água começar a ferver, agregue a pasta de fubá. Abaixe o fogo e mexa bem, até que o fubá esteja dissolvido por completo. Feche a panela. Assim que pegar pressão, conte 5 (cinco) minutos e desligue. Tire a pressão. Pronto. Simples assim!!! Polenta na pressão, à perfeição.
BEM PARANÁ 
                                      

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Abençoado MILHO

    Polenta e suas versões - ela vai bem com tudo, desde os quitutes franceses, iguarias portuguesas á carne de panela de nossas adoráveis refeições acalentadoras




Aqui, pelas bandas do sul do país, o céu cinza, a chuva fina e as manhãs gélidas começam a predominar. Nada que incomode, já que se assim não fosse, não seria Curitiba. Para contrapor, o calor das refeições elaborados com ingredientes apropriados à estação acalentam a fome e o coração!!! Basta alçar mão de insumos que triunfam às mesas, como o fubá de milho, que resulta em pratos sem precedentes.  Um exemplo é a polenta. Seja com o ingrediente branco (tradicional nas colônias italianas) ou amarelo, nas versões cremosa (feita apenas à base de água, que ressalta o sabor do prato); o mais firme – cortada no ‘fio’ -, regada com sugo ou caldo de 'carne de panela'; ou, ainda, os nacos delicados também cortados para depois serem fritos, em imersão, à perfeição.

Como se trata de um prato tradicional da minha história de vida, versões não faltam. Até a que eu compartilhava com a trupe de cães sempre presentes em casa, já que à época, a mãe aquiria pedaços de frango de que tanto gosto (pescoço, asa, entremeios de carcaça) para misturar na versão  dos 'bichos'.
No mais, a que mais preparo é a cremosa (apenas com água e sal) cozida à perfeição. o sabor vai ser complementado com os adereços, como peixinhos sem espinhas (do mar 'maria luiza' e outros designados em Santa Catarina de Misturinha, limpas à perfeição pela adorável dona Benta). De água doce, os lambaris que tanto já pesquei ao lado do pai, sem as vísceras e espalmados.

 

sábado, 28 de janeiro de 2017

Siri ou caranguejo? Manda ver os dois!!!









       

Todo siri é, na verdade, um caranguejo. São crustáceos da mesma família (com pequenas diferenças morfológicas), que exigem muita dedicação – da cata dos ‘bichos’, passando pelo manuseio e limpeza até se tornarem prato final. Aliás, no que se refere aos pratos, os resultados são incontáveis. Temperos regionais e formas distintas de preparos tornam a carne de ambos, iguarias sem precedentes.
Neste período, quando o calor chega no Sul e o veraneio aumenta por toda a costa litorânea do país, o consumo maximiza e os quitutes são apresentados até em mesas de degustação. Eu, do que gosto mesmo, é da carne do siri pura, bem limpa, temperada de forma delicada a preservar o adocicado do ingrediente usando-a para rechear pasteis ou pura, apenas cobertas com ervas fresca, parmesão ralado groso e, por fim, gratinada (no meu cardápio, já tem nome: trata-se do siri manhoso, para lá de solicitado). 
maria-farinha










No mais, paneladas de siri-azul ou siri mole, ou, ainda, o caranguejo do mangue, apenas cozido com ervas, no seu próprio caldo.

siri candeia cozido no próprio caldo com ervas mais bruxarias
Então, um viva aos catadores destes delicados crustáceos, que também têm – cada qual no seu devido período - sua época do defeso para preservação das espécies!!!


Siri cozido no próprio caldo 
Um bocado de siri - como tínhamos siri Candeia* fresco (crustáceo abundante no verão, nas águas de SC), separamos quatro 'bichos' para cada pessoa, pois há muita carne em cada siri. Numa panela alta, coloque cebolas, alho poró, alho, sal, pimenta fresca e verde. Depois de 15 minde cocção, com a  panela tampada, acrescente uma lata de cerveja e cozinhe mais 20 minutos. Reza a lenda que a cerveja colabora com a retirada da carne das carapaças. Lenda é lenda.Então, sigo à risca. *O Candeia tem muita carne nas patolas e as carcaças podem ser mordidas inteiras. 

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Lula com miga, verdadeiro sabor açoriano


Estas pequenas lulas capturadas no nosso mediterrâneo brasileiro (Zimbros/SC) foram elaboradas rapidamente, agregando sabor, textura e cor a quitute. Trata-se de um prato que enriquece qualquer refeição. Basta limpar o interior, reservando - com todo o carinho - os tentáculos e as aparas das ‘asas’, que serão salteados e vão agregar sabor sem igual à iguaria. Os tentáculos ficam crocantes por fora, macios no interior e ganham sabor quando salpicados com a miga* (farofa preparada com pão amanhecido tostado, temperado e moído).
Modo de preparo
No mais, remolhar todos os pedaços por cinco minutos em água quente para conquistar um ponto perfeito. Retirar, escorrer, temperar (sal, suco de limão tahiti, pimenta-do-reino). Depois  e salteá-las no azeite
farofa de miga
 No caso, um ‘tira-gosto’, ‘abre apetite, primeiro prato....já que agrada a todos os paladares, que se apetecem de frutos do mar. Para início de conversa,  Recém-capturadas pelos profissionais da pesca de Zimbros, apenas receberam um toque pra lá de mas com um toque sem grandes produções, e se tornaram mais uma das refeições inesquecíveis degustadas em Zimbros. Diante de tal iguaria - e de tantas outras cultivadas, pescadas, armazenadas....pelos profissionais do mar - não há como não se emocionar com o trabalho por todos realizados. Digo por todos, já que cada membro da família tem seu papel fundamental para que o produto final se torne único, em sabor e frescura. Desta feita, pequenas lulas enriquecidas com a farofa de miga.Ingredientes para a Lula com Miga e limão siciliano
- 6 lulas pequenas, aparadas e lavadas, com as asas e tentáculos inteiros
- 2 pães amanhecidos levemente grelhados (no forno ou churrasqueira) para que possam ser desmanchados em suas mãos
- 1 pimenta dedo de moça e duas ‘biquinho’ bem picadas
- 1 maço de salsinha bem picada
- 5 dentes de alho com casca, apenas apertados com a lâmina de uma faca
- 200 ml de azeite
- 1 pitada de sal
- 1 pitada de pimenta do reino
- 1 limão siciliano cortado em finas lâminas
- 1 maço de cebolinha francesa bem picada – para salpicar antes de servir
Modo de preparar
- Limpar bem a lula, com respectivos tentáculos separados, já que ficam deliciosos quando salteados em azeite quente
- Com uma faca afiada, Fatie as lulas em um dos lados. Depois, faça cortes em formato de cruz na parte interna da carne dos moluscos. Apenas para proporcionar uma bela apresentação e um sabor mais intenso das ervas. Tempere com pimenta do reino e sal. Reserve.
- Em um prato fundo, desmanche os pães e misture com as pimentas picadas, salsinha e dentes de alho. Aperte bem para que os sabores se incorporem.
- Aquecer uma frigideira de bordas altas e colocar 50% do azeite. Assim que aquecer,  primeiro colocar os dentes de alho. Após exalarem perfume, colocar os demais ingredientes até dourarem por igual.
* ‘As migas’ são frequentemente descritas como um prato de pastores, que aproveita sobras de pão amanhecido. Trata-se de um prato típico de algumas regiões da Península Ibérica, principalmente do centro e do sul, nomeadamente do Alentejo, em  Portugal, e da Mancha, Múrcia, Andaluzia, Estremadura e Aragão, em Espanha.




quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Frutos do mar a nos alimentar e à mesa brilhar


A meu ver, registrar um instante é conseguir capturar, com todos os sentidos que estiverem ao alcance, aglomeradas aventuras do céu, da terra e do mar. A luz serena e brilhante refletida em cada superfície que está a nos rodear. O silêncio que pode ser ouvido. O verde do manjericão que está sempre a nos alimentar, porque, além de agregar sabor, tem as propriedades de acalmar e alegrar. O azul, ahhh o azul do céu. O mesmo que se reflete no mar, transformando os desconhecidos peixes em joias que só alguns podem enxergar (Sororoca; Pescada Bicuda etc.). Outros frutos do mar (como siris, polvos, lulas e outros crustáceos e moluscos) pelo nosso oceano a vagar, inspiram receitas que legitimamente podem satisfazer paladares multiculturais. Uma sinfonia multiétnica à mesa, com pratos de inspiração mediterrânea, proporcionando um banquete de quitutes simples, elaborados com esmero para uma inigualável explosão de sabores.

Polpo Semplice – Esta receita de polvo, após já pronta, pode transformar um prato de massa; proporcionar a execução de um verdadeiro arroz de polvo; servir como entrada, fatiado finamente como um carpaccio; após cozido, grelhado na brasa e levado inteiro à mesa. Enfim, é ingrediente de múltiplas versões.  A primeira vez que me aventurei a cozer o polvo no seu próprio caldo foi incentivada por uma dica do livro ‘A Itália de Jamie' (Jamie Oliver), compêndio de receitas que se dissolveu, tantas vezes consultei. Ainda não tive o prazer de conhecer a Sicília, mas, segundo o cuoco Oliver,  esse é o jeito que os sicilianos preparam o polvo. Muito simples, como o nome sugere. Delicioso, como só as coisas simples da vida podem ser”... Desde então (já se vão alguns anos), minhas receitas com polvo são todas feitas com o molusco cozido desta forma. Sem erro. Apenas sabor e cor!!!

Polpo Semplice (para 4 pessoas)
Um polvo de cerca de 1,2kg
Azeite para cobrir o fundo de uma panela de fundo grosso
Uma pimenta dedo-de-moça, picada sem sementes 
Uma cabeça de alho fatiado bem fininho
Um maço de salsinha picada
Cebolinha verde para finalizar

Numa panela alta com tampa, coloque o azeite, o alho, a salsa e a pimenta. Acrescente o polvo e deixe cozinhar por 20, 25 minutos, dependendo do tamanho do seu polvo. De vez em quando, vire-o, para cozinhar por igual. Espete um garfo para verificar se está tenro. Caso sim, sirva imediatamente, com o caldo que solta naturalmente.
http://pastificio.blogspot.com.br/2012/07/sabor-acoriano-lula-com-miga.html

sábado, 17 de dezembro de 2016

Salpicão do Amor e Nhoque da Paixão

nhoque de batatas com polvilho azedo
Para a celebração de datas sublimes, façamos com que o nosso calendário (e quanto menos o cardápio) não nos oprima. E assim ocorreu. Na primeira semana de dezembro decidimos – em algumas horas - oficializar o Natal da Vila Ida. Com poucas conversas acerca dos pratos, todos sabíamos que os quitutes brilhariam. E, acima de tudo, que nossas esperanças, cumplicidades e satisfações - seja entre sorrisos e/ou lágrimas – prevaleceriam. E, como num passe de mágica, tudo – mais uma vez – ocorreu, como só nós, neste pedaço de terra - em casas diversas, sabemos ser e fazer acontecer.
À mesa, salpicão de frango defumado - com creme de nata fresca servido à parte -; nhoque de batatas à base de polvilho azedo, regado com duas sugestões de molhos (pesto de manjericão com castanhas e/ou sugo 'Ruts' delicadamente elaborados). Para complementar, pasta de cebolas caramelizadas, que cobriram nacos de baguete sem glúten 




e/ou pão italiano. Os mini pasteis de carne ou milho completaram a nossa celebração e... palavras, palavras, palavras....para variar, sorrisos e brindes. 
foto: Iasmin Daher
Com o cardápio preparado rapidamente, entre tilintares de copos, em alguns minutos estávamos nós, agradecendo – cada qual à sua forma -  aos objetivos não concretizados, já que estes serão nossos condutores, nossas esperanças de conquistas para o Novo Ano que em breve se inicia. Também prevaleceu a cumplicidade que o destino nos proporcionou de nos unir na VILA IDA, onde podemos somar habilidades, companheirismo, fragilidades ..... sempre com humildade e satisfação (Lulu - Lu Martins; Sil - Silvinha Miranda; Lilis - Liliane mais o Pastifício Dell'Amore (Josi Basso e Felipe Pasqualini).


Então, como por trás de cada receita, de cada ingrediente, de cada refeição há uma história a ser (re) contada, que venham nossas outras Celebrações Natalinas, regadas com esperança, perseverança, saúde, paz e muito tempero fresco!!!!
Nhoque da Paixão
Ingredientes (para 12 porções). As que produzimos, foram fartas!
1,1 kg de batata descascada, cozida e amassada
400 gramas de polvilho azedo
100 gramas de parmesão ralado (1 xícara de chá)
100 gramas de manteiga
4 ovos
noz-moscada 

sal a gosto
Modo de preparo
Agregar as batatas amassadas ao polvilho, à manteiga, ao queijo e à noz-moscada. Misture bem com as mãos e faça pequenas bolas, que serão esticadas com a palma das mãos. com um cortador, fatie em pequenos nacos, sempre polvilhadas com o polvilho. Cozinhe em água fervente já salgada. Assim que subirem á superfície, retire e coloque em um bool com gelo. Assim, preservarão o formato. 

em uma panela de fundo grosso, doure cebolas em lâminas, dentes de alho cortadas mais gengibre picados. Para esta quantia, foram quatro cebolas grandes e 1 litro de molho sugo.Salpicão do Amor
Ingredientes 
1 frango defumado desfiado (com os ossos, pele e cartilagens removidas);
1 cenoura cortada em pequeninos cubos;
1 cebola roxa picada na ponta da faca;
1/3 de um repolho roxo finamente cortado;
Obs.: para este prato, além de sabor, o contraste das cores 
dos ingredientes é fundamental.

Porco e funcho, uma combinação perfeita

Neste período de festas em que ‘beleza, sim, deve ser posta à mesa’, caprichar na elaboração dos preparos é fundamental.
E quando se trata de peças de carnes, as ervas frescas e/ou secas são aliadas perfeitas. Para este carré de suíno, o funcho desidratado e o alecrim fresco são essenciais. 


Para tanto, a utilização de ervas frescas e também as secas proporcionam sabor e textura adequados aos pratos de carne, transformando os insumos mais simples em verdadeiras iguarias. Em sua maioria, as recém-colhidas são as mais adequadas, mas há as que acrescentam ainda mais valor à receita quando desidratadas. No caso o funcho (sementes de erva-doce) valorizam ainda mais os preparos com porco. E os apaixonados pelo sabor e pela versatilidade desta carne vão se deliciar com este preparo, feito com o carré do suíno - corte do animal retirado do lombo em corte transversal. Para o tempero, uma boa quantidade de sementes de funcho, alecrim fresco e dentes de alho. No mais, cerveja, que vai resultar numa marinada perfeita. A maciez inerente do corte, aliada ao sabor indiscutível do suíno e com um pururuca que não há quem resista, proporciona deleite à mesa.
Ingredientes
1 peça de carré de suíno de cerca de 800 gramas
3 colheres de sopa de sementes de funcho (erva-doce)
2 colheres de sopa de sal grosso
3 dentes de alho
1 maço de alecrim
Pimenta calabresa seca
Cerveja, o suficiente para cobrir a peça
Azeite de Oliva
Modo de preparo
Em um pilão, moa as sementes de funcho, o sal, a pimenta e o alho até formar uma pasta
Faça cortes transversais (em cruz) na peça, no lado da gordura, não muito profundos
Besunte a carne com azeite e, em seguida, com a pasta de temperos e deixe marinando na cerveja e alecrim por, no mínimo, 6 horas.
Retire a peça da marinada
Em uma churrasqueira, disponha a peça com a gordura para baixo até que fique bem dourada. Depois vire e deixe mais 15 minutos. Este processo também pode ser feito em uma panela de fundo grosso.  

Volte a peça para a travessa com a marinada, cubra com alumínio e asse por 1 hora lembrando de virá-la e regá-la com a marinada. Após este tempo, retire o alumínio e finalize em fogo alto até que a gordura esteja crocante.




quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Cordeiro dos deuses

Contrariando as tradições gastronômicas vinculadas às datas religiosas cristãs, o cordeiro - comumente degustado na Páscoa -  tem sempre lugar nas ceias natalinas que preparo.

O sabor delicado proporciona combinações diversas. Vai bem com tubérculos assados; com pastas, a exemplo do fettuccine; como recheio de massas......É mais adocicada que a bovina, por isso, muitos rejeitaram seu nobre paladar. Mas é essa característica que faz a diferença quando composto com especiarias adequadas e na proporção correta. Os cortes de ovinos são perfeitos quando elaborados no forno. E -  além do exímio sabor - executar carnes assadas é saudável, confere sabores incríveis aos cortes e, acredite, seguindo alguns cuidados básicos o resultado é sempre satisfatório. Depois de algumas horas – que só aparentam dar muito trabalho pelo tempo de cocção - prepare-se para os aplausos quando a iguaria chegar à mesa, pois o sucesso é sempre garantido. Desta feita, uma paleta de cordeiro. 

Para o sabor ficar incrível bastam ramos de ervas frescas (hortelã, menta, alecrim); dentes de alho; mini cebolas, azeite para besuntar a peça, algumas especiarias e vinho branco. Para o almoço de domingo, para manter a carne suculenta, a cerveja foi o ingrediente escolhido.

Ingredientes:
1 paleta de cordeiro de cerca de 1,2 kg, fresca;
um punhado de tomilho;
um punhado de alecrim fresco bem picado, mais ramos de alecrim;
sal grosso;
5 dentes de alho cortados em lâminas;
Folhas de louro
Folhas de hortelã para decorar, mais ramos de hortelã e menta para a cocção;
300 ml de cerveja (ou vinho branco, seco), o suficiente para cobrir a peça;
300 ml de água quente;
Um naco de pimenta fresca, livre das sementes, bem moída;
1 colher de chá de cominho;
1 colher de chá de páprica defumada;
1 pitada de  canela em pó;
cerca de 10 mini cebolas;
azeite de oliva para besuntar a peça de cordeiro
Modo de preparo
Lave bem a paleta de cordeiro e seque com papel toalha.
Num pilão faça uma pasta com o alho, pimenta, sal grosso e o tomilho.
Besunte a peça com azeite de oliva e depois com esta pasta por toda a peça, massageando bem para que os temperos se incorporem de forma uniforme;
Numa forma de bordas altas e de fundo grosso distribua os ramos de alecrim, menta, as folhas de louro.  Depois coloque a paleta, distribua as minis cebolas e deixe descansar por 30 minutos enquanto aquece o seu forno em temperatura máxima.
Adicione a cerveja e a água quente. Passe papel alumínio por cima e leve ao forno quente (180º C) e deixe por 30 minutos. Tire do forno e coloque sobre a peça as especiarias secas.
Regue com o caldo da forma. Volte ao forno por cerca de 1h ou até sentir que a carne está se desprendendo do osso, macia e tenra. Tire a peça do caldo que se formou, fatie delicadamente os pedaços (na longitudinal) e sirva os nacos com o acompanhamento preterido. Mas, por favor, reserve este caldo e regue o ingrediente que elegeu para este banquete, no caso, fettuccine. Não vai se arrepender!!!!
O preparo é o mesmo se preterir o Pernil.