sexta-feira, 13 de maio de 2016

Honorável molho vermelho

farfalle finalizado no sugo
                                                       





Consistente pela morosa cocção, brilhante e com um aroma sem igual. Trata-se do singular al sugo, molho que participa de obras-primas da culinária de países diversos. É um salva-vidas na cozinha, pois vai bem com polenta, pode rechear uma panqueca, regar um prato de massa  seca, enriquecer nacos de carne já cozidos, ser a base para o cozimento de bolinhas perfeitas de polpetas. Enfim, transforma refeições.  

nacos de linguiça cozidos no sugo
rabada de boi finalizada com sugo
De fácil preparo, exige apenas paciência. O que tenho elaborado é um atalho do primoroso 100% artesanal, mas que é por demais saboroso. Leva uma cebola, dois dentes de alho, manjericão, 1 pitada de sal e louro frescos mais azeite. Depois, uma generosa porção de tomates pelados, aqueles das latinhas (1 lt de 400 gramas, para 2 pessoas). Para driblar a acidez dos frutos, 1/2 colher de chá de açúcar mascavo.  Não há como errar. Já no início do cozimento, coloco o mixer na panela para agregar todos os sabores (se o louro não for em brotos, retiro a folha e depois retorno à panela). Para cada lata de tomate, adiciono 1/3 da mesma de água. Depois, abaixo o fogo e deixo reduzir 50%. Depende da quantidade que vai preparar, mas uma lata de tomate, cozinha em 20 minutos.

Ragù semplice alla napoletana
Seguindo os preceitos da vera coccina italiana, durante alguns anos preparava o ragù semplice alla napoletana, que leva tomates frescos livres de pele e sementes, cenoura e folhas de salsão. Ocorre que faço quantidades significativas de sugo, e quando congelo é por alguns dias apenas. Para o preparo, limpava, em média, 10 quilos de tomates, duas vezes por semana. São frutos que quando não orgânicos guardam agrotóxicos por demais. Desta forma, passei a trabalhar com os tomates pelados.
Mas se você tiver em mãos tomates orgânicos, faça como os italianos: 
uma passata (purê de tomates) ou al pomodoro (com tomates em pedaços) feitos com o fruto na íntegra. a palavra é mágica. Enquanto trabalhávamos, Gianni gritava "Che cosa mangeremo? Puo essere una pasta com sugo! 



terça-feira, 10 de maio de 2016

Irresistíveis lâminas de legumes


Pratos deliciosamente frescos, saborosos e de rápido preparo. Com algumas abobrinhas e berinjelas frescas, o cardápio pode se tornar uma refeição acalentadora e encantadora. Para tanto, uso uma chapa de ferro que coloco sobre a boca de um fogão e apenas unto com azeite. Depois, fatio duas berinjelas para uma ‘lasanha’ e duas abobrinhas para saladas diversas – ambos os legumes cortados na longitudinal, em lâminas.

Acomodo-as sobre a chapa de ferro já quente e agrego ainda mais sabores. Ambos os legumes ficam levemente caramelizados quando grelhados. No caso da abobrinha, reservo uma delas já laminadas para uma salada fria.
E vamos ao cardápio: lasanha de berinjela (com molho sugo, ricota temperada e parmesão para finalizar); 
camadas de berinjelas grelhadas, sugo e ricota temperada
salada morna com abobrinha, berinjela e fatias de queijo. 

Para agregar texturas, uma salada crocante de abobrinha, com as finas lâminas temperadas com suco de limão, azeite, uma pitada de sal, sementes de gergelim e tomilho-limão.
abobrinha laminada, temperada com limão, azeite.
e especiarias
E quando o ciclo dos alimentos da estação chegar ao fim, as delícias colhidas podem ser transformadas em compotas, conservas, pestos, geleias e marmeladas de legumes, frutas, hortaliças e outras infinidades de quitutes, que se tornam os tradicionais antipastis. Alguns preparados apenas com azeite e ervas frescas, outros com misturas de azeite, vinagre de vinho, sal e ervas frescas.Quanto as embalagens que serão utilizados para armazenar as delícias, o ideal é escolher as menores, já que enquanto fechadas, algumas formas de preparo preservam os produtos por meses e até anos; já depois de abertas devem ser consumidos rapidamente. 

Lasanha de berinjela
Duas berinjelas laminadas e grelhadas na chapa de ferro ou, ainda, em panela de fundo grosso. Também podem ser pinceladas com azeite e assadas no forno. O processo é rápido. então, o cuidado é para que não assem em demasia. Devem preservar a umidade.
À parte, tempere 500 gramas de ricota úmida (a mais cremosa que encontrar) com sal, verdes e azeite. Tenha em mãos, 300 ml de molho sugo e parmesão para finalizar.
para montar, basta começar a primeira camada com sugo, depois berinjela, ricota....em média cinco camadas. Finalize com parmesão. Asse por 10 minutos, até gratinar.

 

domingo, 1 de maio de 2016

Quirera com suã


suã na panela, com ervas, cebolas mais alho
É chegada a hora de alçar mão de sabores reconfortantes. Aqueles pratos que agreguem ingredientes saborosos, que aquecem o corpo e acalentam o apetite, a exemplo desta quirerinha com suã. Este corte fica ao lado do lombo do porco e junta a suculência dos ossinhos da costela à maciez da carne, por mais que, no caso, ‘o mais, seja menos’, já que a carne é pouca, mas o sabor, inesquecível!

bisteca de porco











Para a ocasião, também usei três fatias finas de bisteca, que foram preparadas à parte e agregadas à panela ao final do preparo.
A carne, preparei na panela de pressão. Já a finalização, com a quirera, no fogão a lenha. Lógico que o sabor é sem igual, mas use o fogão convencional. Ingredientes (para três pessoas)
1 kg de suã;
250 gramas de bisteca (três fatias finas);
Três xícaras de quirerinha;
200 ml de molho sugo (previamente preparado);
Ramos de alecrim, com as folhas moídas na ponta da faca;
Umas dez minis cebolas inteiras;
1 cabeça de alho, com os dentes picados grosseiramente. Três deles para serem macerados;
Azeite o quanto baste para forrar o fundo de uma panela mais o necessário para besuntar todos os nacos de carne;
1 colher de sementes de erva-doce;
Sal
2 folhas de louro frescos;

O tempero da carne - Para temperar os nacos de porco, macerei sementes de erva-doce (uma colher) com dentes de alho. Depois, misturei azeite. Piquei algumas ramas de  alecrim (só as folhas). É chegada a hora da massagem. Salpique sal e o alecrim picado por todos os pedaços (suã mais bisteca) e massageie com as sementes, alho e azeite macerados. Deixe descansar por 30 minutos.
A quirera - Em paralelo, disponha três xícaras de quirera e dissolva em quatro de água fria. Mexa bem e reserve.
Para a finalização - Para este prato, também usei 200 ml de molho suco (pode abrir mão, mas se tiver congelado da última vez em que preparou, use. Vale a pena).
Modo de preparo
Em uma panela de fundo grosso, aqueça o azeite com o louro e doure as fatias de bisteca, virando, cada qual a seu tempo. Reserve. Agora, o suã vai para a panela. Doure todos os nacos, virando sempre que necessário. Um truque é não virar mexendo na carne. Paciência neste processo é uma virtude. Então, espere estar bem dourado para virar. Teste com um garfo apropriado (longo), levantando a borda. Depois, agregue os alhos e as cebolas. Regue um fio de água quente e incorpore os sabores. Agora, o molho sugo. Na sequência, água quente o suficiente para cobrir. Feche e cozinhe por 20 minutos. Abra a panela. Coloque na boca do fogão a lenha ou convencional (em fogo baixo) e despeje a quirera, A panela deve ser grande, por isso. Neste momento, o milho deve ser dissolvido e cozer lentamente.

Pronto. Em 20 minutos, o prato estará pronto. Finalize com as bistecas. No prato, regue um vinagrete feito com tomates, alho e verde. As texturas colaboram ainda mais com a delicadeza deste prato.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Temporada de lulas frescas expande com sol a irradiar dias calorosos

Mesmo com o galgar do outono, o sol ainda emana seus raios calorosos pelas bandas do sul do País (Bombinhas/SC). Com isso, os frutos do mar que são pesca fácil em águas mais quentes, continuam presentes ainda frescos nos cardápios. Por isso, para as refeições desta semana, as lulas recheadas com shiimeji reinam soberanas. Para o recheio, o cogumelo fresco foi refogado no óleo de gergelim com ervas frescas (tomilho-limão e salsinha), cebolas, gengibre e alho picados, além de três fatias de torrada moídas.
O truque? Sim. Sempre há um truque que torna tudo ...simples assim!!!!
Desta feita a dica é para o preparo da lula. Assim como o polvo, a lula também é alvo para desesperar qualquer cozinheiro. Em linhas gerais, compêndios explicam: cozinha 60 segundos ou então 60 minutos. No intervalo entre os dois, não estará boa. Exageros à parte, a frase faz sentido. Ao colocar o molusco sobre fonte de calor, ele vai enrijecer e quebrar as fibras, tornando-se de fácil manipulação. Então, o TRUQUE: após lavar bem cada um dos ‘bichos, tirando qualquer espinha interna e separando os tentáculos, colocá-los num recipiente fundo e cobri-los com água fervente. Deixá-los por cinco minutos, tirá-los e secá-los. Pronto. Bruxaria quebrada. Agora, opte pelo preparo que mais lhe agrada, como apenas salteando os nacos em azeite mais manteiga; ou corte em anéis, doure ligeiramente numa frigideira e agregue-o a uma pasta com outros frutos do mar. Enfim. Truque dado, vamos à receita.
http://pastificio.blogspot.com.br/2012/07/sabor-acoriano-lula-com-miga.html


Lula com toque oriental, recheada com shiimeji picado (para cinco lulas médias)
http://pastificio.blogspot.com.br/2012/07/sabor-acoriano-lula-com-miga.html
- Separe os tentáculos e as aparas, fazendo cortes transversais, como indicado acima. Serão salteados à parte e agregados ao prato.
- Neste momento, as lulas já descansaram cinco minutos na água fervente e estão separadas;
- Então, tempere com sal e, para a ocasião, cominho em pó.
- Agora, numa panela de fundo grosso, aqueça óleo de gergelim e salteie dois dentes de alho, duas cebolas picadas, um naco de gengibre. Agregue 200 gramas de shiimeji picado. Deixe apenas murchar. Agregue ½ dedo-de-moça sem semente bem picadinha. Com as mãos, moa três ou quatro torradas de pacote, ou a do pão que preferir (deve estar bem crocante). Agregue 1 colher de manteiga. Pronto. Agora, as lulas já estão firmes, limpas e prontas para serem recheadas. Com uma pequena colher, coloque o recheio delicadamente. Feche com um palito. Se sobrar recheio, ele vai ser utilizado na finalização do prato.
Finalização
Numa panela de fundo grosso, aqueça uma colher de manteiga mais uma de azeite. Disponha três lulas de cada vez para que não resfriem o recipiente. Não mexa. Deixe dourar por três, quatro minutos em fogo médio. Repita o processo do outro lado. Assim que estiverem cor de caramelo por igual, despeje uma dose de conhaque para flambar as bordar e desprender os resíduos. Reserve e repita o processo para a segunda leva. Assim que retirar, agregue os tentáculos e as aparas cortadas finamente com a ponta da faca e deixe refogarem até retorcerem. Finalize com mais um pouco de óleo de gergelim e cogumelos, se estiverem sobrados.
Pronto.

Para a ocasião, foi servida com feijão branco salteado com sálvia e alho. Para completar, filé de pescada empanado na farinha panko.

No mais, 

No mais, Rubia continua a se divertir nas águas límpidas de Zimbros




terça-feira, 29 de março de 2016

Rabada ao sugo com polenta de espinafre


Há 20 anos não preparava rabada – rabo de boi cortado em nacos, temperado à perfeição e cozido morosamente até a carne se desprender do osso, mas sem desmanchar. Certa manhã, após longo tempo, decidi elaborar o quitute. E foi assim. Simples assim, como relatou um companheiro de vida, que havia partilhado da fatídica degustação, em 1996. “Apenas deixar o tempo passar para que os sabores sejam novamente os melhores”.

Para não correr risco de ‘torcer o nariz’ para o prato, fiz à minha moda. A começar pela compra da carne, de boa procedência e bem limpa. Depois de lavar cada pedaço, o pré-preparo foi fundamental, com a carne massageada com sal e cominho para, na sequência, ser banhada por duas horas no vinho branco seco, ao lado de cebolas, cenouras, alho e salsão.

Modo de preparo
Hora da panela de pressão. Cobrir o fundo da panela com azeite de oliva e uma colher de manteiga. Assim que aquecer, selar cada pedaço até o mais remoto cantinho dourar. Na sequência, agregar cebolas e dentes de alho bem picados, folha de louro fresco, gengibre fresco ralado, um pau de canela, meia cebola com dois cravos (cravejados) e uma ramalhete de ervas frescas amarradas com barbante (tomilho, alecrim, salsinha, manjericão (bouquet garni). Adicionar meia garrafa de vinho tinto e terminar de cobrir a carne com água fervente. Mais uma pitada de sal e fechar a pressão. Após 45 minutos em fogo baixo, abrir e deixar o caldo restante reduzir até 1/3.
Finalização
Retirar todos os nacos de carne da panela e reservar. Coar o caldo e também reservar (para esta receita não utilizei, pois, como enfatizei, queria me impressionar).
Desta forma, na pressão, onde o fundo da panela reservava os tesouros da carne, que ficam grudados no fundo, coloquei o vinho branco no qual os pedaços de rabo haviam sido marinados. Com uma colher de pau, descolei todos os grumos e deixei o álcool evaporar (cerca de 10/15 minutos) e agreguei uma lata de tomates bem picados. Sal, uma pitada de açúcar mascavo e, em fogo baixo, cozer até se tornar um creme perfumado e de um vermelho intenso. Distribua a carne no molho. Mexa delicadamente e sirva com a polenta mais nobre que existe: a pura!!! Feita à base de água, temperada com sal e finalizada no prato com agrião picado.
Que venham os próximos desejos e as próximas oportunidades para que eu possa preparar este prato, desta mesma maneira, a todos que de uma boa refeição são companheiros.
Ingredientes (para quatro pessoas)
Primeira etapa
1 ½ kg de rabo de boi
Sal
Cominho e pó
4 cebolas
2 cenouras
2 talos de salsão
louro
Dentes de alho
Vinho branco seco
Segunda etapa
Azeite o q/b para cobrir o fundo da pressão
1 colher de manteiga
Alho e  cebolas bem picadas
Um pau de canela
Ramalhete de ervas frescas amarradas com barbante (tomilho, alecrim, salsinha, manjericão (bouquet garni)
Uma cebola cortada ao meio com dois cravos (’cravejados’)
½ garrafa de vinho tinto seco
Água o q/b para terminar de cobrir
Finalização
Vinho branco seco que restou da marinada
1 lata de tomates pelados, bem picados, ou amassados com as próprias mãos
Sal
1 pitada de açúcar mascavo
Para a polenta, dois litros de água fervente, duas xícaras de fubá, uma pitada de sal. para montar o prato, um maço de agrião bem picado na ponta da faca distribuído no fundo dos prato. Assim que a polenta estiver pronta, cerca de 30 minutos, mexendo e remexendo, cobrir o agrião e agregar os dois ingredientes vigorosamente. Assim, o verde manterá sua crocância e a cor agregará ao amarelo da polenta mais o vermelho do Sugo de Rabada. 


domingo, 13 de março de 2016

PÃO COM BIFE NA ZAGA

finos filés de bife de patinho, batidos, salteados num fio de azeite mais um de vinagre.
Depois, cebolas são douradas na mesma panela, com um pingo de molho inglês. No mais,
pão francês crocante e queijo mozarela derretido.
Não é de hoje que sou chegada num pão com bife. De criança, enquanto o pai defendia a zaga no Operário Pilarzinho Sport Clube (na década de 70), fui merecedora do cargo de vendedora de fichas da majestosa delícia. Eram dezenas de nacos finos de carne, que escorregavam pela chapa quente, sempre regada por um fio de óleo mais um de vinagre.

Depois de alguns anos, quando o pai não era mais o ‘destruidor’, apenas atuava nos bastidores do Clube da suburbana, subi de cargo. Do alto de um engradado de cerveja de madeira ajudava as lâminas de carne a selarem rapidamente para, em seguida, preencherem um pão francês crocante. 

A experiência me rendeu habilidade para preparar um bife à perfeição. Já sabia que deveriam ser finos, beeeeemmm batidos, já que assim era o pedido da mãe, quando nos pedia para comprar ‘xxxxx dinheiro...R$, 10,00’ de bife, passados duas vezes na máquina. O feitio era similar. A mãe aquecia a frigideira, repousava a carne transparente, passava de um lado, de outro, cortava-os e distribuía nos pratos. Para finalizar, cebolas fatiadas eram salteadas no mesmo recipiente. De lá para cá, no pré-preparo, só agreguei o martelo de bater, já que as finas fatias solicitadas no açougue ficaram a ‘ver navios’. Quando necessário, passo uma faca na transversal, transformando um bife, em dois. Embrulho no papel filme e bato. Bato. Bato. Questa è la magia.  Depois, em temperatura ambiente, selo rapidamente os bifes salpicados com pimenta do reino no fio de azeite e um pingo de limão (por vezes, finalizo com um pingo de molho inglês). Depois, salgo. O pão francês recebe uma bela fatia de queijo mozarela derretida na chapa. No mais, é finalizar, quem sabe, com umas lâminas de tomate. É o pão com bife destruidor!!!


quarta-feira, 2 de março de 2016

Fada Marinha transforma cozinha em conto de fada

Um longo e perfumado pau de canela. Na ponta, uma estrela do mar, de feltro, ladeada por fitas de seda, todas cor-de-rosa. Lógico. Só pode ser a Fada Marinha. De um dia para outro ela se concretizou e com seu condão de estrela do mar fez tudo acontecer.  
O distante se tornou próximo. O rapaz – apenas um conhecido - transformou-se em grande parceiro para uma bate-papo acalentador, daqueles que só existem entre companheiros de muitos anos. O cachorro ‘jaguara’ que morou por dois meses numa caixa de papelão foi ‘comprado’ pela Fada Marinha. Ganhou um lar e, por vezes, uma gravata. Para sentir-se mais importante passou a ser chamado de Jaguarão! A garota Mabel recebeu da menina encantada o título maior, a de Mãe Marinha!! Não poderia ser diferente, já que ela mais o rapaz – o amigo do menino do beco encantado que o elegeu companheiro para conversas acerca da vida -, são os pais da Fada Marinha!!! 


BATATA GRATINADA À PERFEIÇÃO
Garoupa à milanesa finalizada com farinha panko

Com isso, para as comemorações semanais, o condão de estrela do mar fez as batatas pularem do cesto e se tornarem macias, douradas e perfumadas. Transformaram-se nas deliciosas batatas gratinadas. A garoupa, ahhhhhhh, a garoupa. Certa noite, numa sexta-feira de fevereiro de 2016, transformaram-se em pérolas do mar. Nacos altos, brilhantes e macios do peixe mais amado da família Marinha chegaram à mesa da Fada em postas crocantes, passadas no trigo, depois nos ovos com gema caipira, repousando em farinha panko. Com isso, os pedaços do peixe (que adora viver entre as pedras, no fundo dos oceanos) repousaram na mesa em formato distinto. Mais parecia comida do mundo das Fadas Marinhas, que, naquele dia, serviu a todos com seu frescor, sabor e beleza.


Em seguida, 
para o delírio da Fada, sem nem perceber, tocou o condão marinho nos morangos frescos arremessando-os sobre um sorvete tricolor. Para completar o jantar na casa do beco encantando (servidão Tijucas), a Fada Marinha fez o Canto ganhar ainda mais encantos e..., quando menos esperávamos, a nossa casa - há 11 anos já encantada - Virô Bistro!!!!!!!!!!!!!!


Como se não bastasse, a vila (Pousada Zimbros) ganhou nome e sobrenome: Vila de Zimbros e no primeiro verão deixou saudades em quem por lá passou. Obrigada família Marinha!!!


sábado, 27 de fevereiro de 2016

Cuscuz de quinoa à nossa moda

Foto: Silvinha Miranda
Cuscuz de quinoa 
Penso que há tantas receitas e ingredientes variados, que o cuscuz poderia chegar à nossa mesa de forma distinta a cada dia da semana. Para começo de conversa, o prato ganhou sobrenome predominante – paulista -, que, por vezes, o designa desta forma mesmo quando preparado de forma diversa.

Foto: Silvinha Miranda 
Fato é que se trata de um prato de fácil preparo, saudável e proporciona beleza à mesa. E inspirados em duas receitas tradicionais brasileiras, bem diferentes na concepção (o nordestino e o paulista), inúmeras receitas podem ser elaboradas. Desta feita, cuscuz de quinoa. Quitute que além de belo e saudável, agrada a gregos e troianos, quer dizer, aos vegetarianos e aos adeptos de refeições boas (independente do ingrediente em questão).
Para a receita, usei 500 gramas de quinoa. Para que o ingrediente possa ganhar formato – ficar firme durante a montagem, agreguei 200 gramas de farinha para quibe demolhada por 2 horas. Para proporcionar crocância, 100 gramas de amendoim sem pele, torrado e salgado, e 50 gramas de uvas-passas negras (sem sementes). Para dar sabor, sal, azeite de oliva, uma maço de salsinha bem picada e uma pitada de cominho. Para finalizar, dois ovos cozidos cortados em finas lâminas e quatro damascos desidratados, também laminados.
No mais, uma forma oval (usada comumente para o preparo de pudins) pequena, que deve ser untada com azeite de oliva. No fundo e na lateral, distribuir as fatias de ovos e damascos. Depois, preencher com a mistura temperada e remexida de quinoa e o trigo para quibe. Apertar bem na forma. Deixar descansar na geladeira por 2h. antes de desinformar, passar, delicadamente, uma faca nas bordas (externas e interna). Coloque um prato sobre a forma e desinforme. Pronto para ser degustado.

O sabor especial deste prato ficou por conta da tarde para lá de agradável que tive ao lado de Sil Miranda  (fotógrafa das melhores) e Lu Martins (doces mãos quituteiras), já que além de parceiras profissionais são companheiras de vida e da nossa única Vila Ida!! Obrigada meninas pela reunião de trabalho e pelos devaneios à cerca de tudo e todos.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Porquinho do mar

Peixes servidos com espinhas por vezes incomodam algumas pessoas, que até deixam de prová-lo pelo receio de engolir uma ou outra. Mas não há como negar. As espinhas proporcionam um sabor incrível à carne do pescado, assim como mantém toda a umidade na hora do cozimento. E há algumas espécies, a exemplo das mais carnudas, como o ‘porquinho’, que quando ainda pequenas – limpas à perfeição -, passadas na farinha de trigo e fritas em imersão proporcionam uma degustação sem igual. A espinha central é facilmente removida e, no mais, é simplesmente devoção. Devoção a mais uma das delícias que o mar de Zimbros oferece aos profissionais da pesca que a ele (mar) dedicam suas vidas, proporcionando aos parceiros de terra refeições díspares. E vamos ao ‘porquinho’, que fica crocante por fora e úmido por dentro. No mais, é puro deleite.

O porquinho é apenas um exemplar de pescados feitos a esta moda - livres das escamas e barrigada, com cortes transversais na carne e temperados com limão, sal mais pimenta. Depois, fritos inteiros em imersão. Por todo o país há incontáveis exemplares, que chegam à mesa assim (tambaqui, tucunaré, dourado, vermelho...)
. Simplesmente peixe, como somente peixe sabe ser!!!!

Obs.: O apelido porquinho é devido aos “roncos” que estes peixes emitem, semelhantes aos do mamífero. Mas, como não poderia deixar de ser, decorrente da extensão do nosso litoral, o mesmo pescado tem nomes diversos, a começar pelo  porquinho e peixe-porco (Sul e Sudeste); já os mineiros (MG) e cariocas (RJ) o chamam de peroá os nordestinos ,como cangulo. Além dessas, há outras designações para esta delícia: fantasma, acará-mocó e pira-açá. 

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Batatas gratinadas à perfeição


Coube a minha irmã perpetuar. Coube a ela também disseminá-lo como ‘o melhor prato que há’. Agora, pelas bandas de Curitiba (PR), 

cabe a Gabi (Gabriella Basso Ravazzani) minha sobrinha, difundir a receita das ‘Batatas gratinadas à perfeição’, já que aprendeu a reproduzir o quitute com habilidade. De minha parte, não vou negar. Quando criança era o meu prato preferido entre os que desfilavam nos festivos encontros familiares. À época, a vó Ida preparava-o de forma diversa. Entre as camadas de batatas ao dente, molho bechamel liso e cremoso mais queijo (muito queijo), a vó Ida agregava uma de cebola (dourada à parte na manteiga), que depois compunha a receita. Mas, a exemplo de todos os pratos que carregam histórias, adaptações fazem parte. Então, a irmã disseminadora do quitute, excluiu essa etapa, já que não é chegada em cebolas, que possam ser avistadas em demasia. 

Um pouco distante de Curitiba, eu continuo preparando delícias para pessoas que se divertem com comida boa. Comida de alma, feita com o coração. Pois bem. Encontrei outra trupe apaixonada por batatas: Mabel, Júnior e seus adoráveis filhos (Maria Amália e Luana), pessoas para lá de estimadas, que têm ajudado a fazer o canto de Zimbros...Virô Bistrô, ops, a se tornar uma extensão do Pastifício Dell’Amore, em versão zimbrera. Assim, casais adoráveis têm passado por aqui para degustar pratos tradicionais brasileiros; pescados frescos trazidos do mar pelos nossos companheiros profissionais da pesca; moluscos, saladas e antepastos. Bem, entre os frequentadores assíduos, a família Dobner ‘Júnior’ já elegeu a receita perfeita para acompanhar os outros preparos: ‘Batatas gratinadas à perfeição’.
Camadas
Batatas cozidas ao dente, cortadas em lâminas não muito finas
Molho bechamel feito à perfeição (1 ½ de leite, três colheres de manteiga, três colheres de farinha de trigo, noz-moscada ralada sobre a manteiga, em boa quantidade e sal)
Queijo parmesão para finalizar
Queijo mozarela firme, de boa qualidade, para ser ralado na hora.
Estes ingredientes vão compor as camadas do prato que, ao final, vai ao forno para gratinar.
Obs. Quando for colocar o molho bechamel sobre as batatas sempre coloque no meio e distribua (com uma colher) por cima das demais. É importante usar um prato redondo, de bordas altas. Assim, enquanto gratinar a delícia, nada vai escorrer.
Ingredientes (para cinco pessoas)
- 1 kg de batatas descascadas, cozidas ao dente. Tirar da água assim que espetá-las e sentir que ainda têm uma resistência. Se os tamanhos forem muito diversos, retire as menores primeiro e assim sucessivamente. Coloque-as no escorredor e deixe o líquido escorrer e evaporar dos tubérculos. Assim que esfriarem, corte-as em fatias não muito finas, que não se desmanchem. O ideal é cortá-las enquanto monta o prato.

Modo de preparo
O ideal é que as batatas cozinhem enquanto prepara o molho bechamel (molho branco). Assim, as batatas serão laminadas sobre o molho já pronto.

- No mais, ir ralando os queijos e intercalando camadas. A primeira, é de bechamel (molho branco). Depois as batatas, que devem preencher todo o prato, bechamel, mozarela. Assim, consecutivamente. A última deve ser de molho (sem exagero para que não escorra para fora do prato) e, para finalizar, parmesão relado grosso. Colocar no forno por cerca de 20 minutos, até gratinar (dourar) toda a camada superior.

Há um gosto todo especial em fazer preparar um pudim ou um bolo por uma receita velha de avó. Sentir que o doce cujo sabor alegra o menino ou a moça de hoje já alegrou o paladar da dindinha morta que apenas se conhece de algum retrato pálido mas que foi também menina, moça e alegre. Que é um doce de pedigree, e não um doce improvisado ou imitado dos estrangeiros. Que tem história. Que tem passado. Que já é profundamente nosso. Profundamente brasileiro. Gostado, saboreado, consagrado por várias gerações brasileiras. Amaciado pelo paladar dos nossos avós. Gilberto Freyre