Dia desses degustei uma abóbora preparada de forma inusitada. Para mim, sem precedentes. Uma abóbora à moda síria. Uma fusão de sabores que ainda tento encontrar.
Servida em meio a
um verdadeiro banquete preparado pelo admirável amigo Tomate (Tumas*) - fotógrafosem igual e cervejeiro destemido (Anarcótica) - o prato ficou entre os meus
preteridos. Para começar, os cortes precisos no fruto, mantendo a base larga
(casca) e a superfície mais estreita (de preferência retangular) faz a
diferença. Isso porque, após assada – ao dente, levarão cobertura.
Então, preste
atenção. A abóbora-de-pescoço (mais firme, para chegar à mesa com toda a pompa
que merece) deve ser lavada e seca para, depois, ser cortada com toda a
dedicação. Para os próximos passos, segui as dicas do amigo cozinheiro.
Pré-preparo – se o fruto for grande, corte-os em três pedaços. Reserve um para
este preparo. Retire as sementes (que podem ser tostadas posteriormente e
degustadas). Disponha os nacos em forma
retangular grande, regada com azeite e salpicada com sal grosso e zátar**.
Em paralelo,
reserve um bocado (uma xícara de chá) de coalhada seca (ou, se tiver em casa kefir
de leite***, reserve 500 ml e deixe-o escorrendo sobre um coador de café por, no
mínimo, 1h30).
DICA - Ingrediente primordial desta receita é a pasta de gergelim. Depois de
tantos anos utilizando este insumo aferi a melhor forma de usá-lo: depois de
agregar o óleo à pasta no próprio recipiente, coloque duas colheres em um recipiente
e 50% da proporção em questão de água fervente mais umas gotinhas de limão. O
sabor do gergelim continuará pronunciado, com facilidade de manipulação e de
quantidades agregadas.
Finalização.
Após 20 min de
forno conferir se a abóbora esta assada à perfeição – casca quase caramelizada
e sumo ao dente, laranja, exalando o perfume do zátar. Em seguida, sobre cada
pedaço disponha a pasta de gergelim (uma colher) e, na sequência, uma de coalhada.
Sirva e deguste os
sabores do mundo; mundo este que pode estar ao nosso lado, na casa do nosso
querido amigo, pois, independente da cultura, cada raiz pode ser perpetuada por
meio da alimentação.
***Kéfir – Trata-se de uma bebida fermentada, tradicionalmente feita a partir de leite de vaca ou de cabra. Isso é feito por meio da adição de “sementes” (culturas de leveduras e bactérias de ácido láctico) de kefir ao leite , no que “sementes” significam aqui as culturas de leveduras e bactérias de ácido láctico. Após três dias, as ‘sementes’ misturadas ao leite podem ser passadas por uma peneira fina. Pronto!! A primeira ‘safra’ de iogurte que fortalecerá a flora intestinal (para quem não tem problemas com a lactose). Em primeira instância, o iogurtem pode ser degustado puro, com mel, agregado a frutas ou regado sobre doces. Quando colocado sobre um filtro de papel, em alguma horas põem transformar pratos com seu azedo sem igual.
**Zátar (ou za'atar ) - tradicionalmente é uma mistura moída de tomilho, orégão, manjerona, gergelim torrado, sumagre e sal; no entanto, nem todos estes ingredientes estão sempre presentes, enquanto que por vezes se adicionam outros, como cominho e coentro. A erva za'atar é um condimento popular da Arménia ao Marrocos e é muitas vezes usada às refeições informais para aromatizar um queijo feito com iogurte e pão.
* Tumas – nesta tarde, o adorável Tumas nos relatou uma herança sem igual...”a certidão de nascimento do seu bisavô: documento oficial do Império Otomano, atualmente Síria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário