Quando se trata de comer bem (para saciar a fome e a saúde), em minha
opinião, o povo italiano compõe uma instituição da culinária mundial - cultura
propagada por todos os continentes e motivadora pela forma que muita gente cozinha aualmente. Os ingredientes frescos, orgânicos, vindos da horta para a
mesa difundem, a cada dia, o ato de comer bem, de forma descomplicada, e isso
porque a pobreza da Campanha influenciou os pratos mais amados da culinária
italiana, os idolatrados cibo poverino.
Do
antipasti (etapa na qual prevalecem
os embutidos, queijos, pães, focaccias) ao contorni (legumes, grãos, folhas), a meu ver, a
segunda etapa (primo piatto) composta
pelas massas nunca desce do pedestal.
Bom, aqui, no Brasil, comer massa é um deleite tão especial, que não concede espaço para demais fases, pois são
servidas em porções tão generosas, ao contrário da dos queridos moradores do
país da bota. Refestelamo-nos, cedendo vez apenas para nacos de pão, para
enxugar bem o prato diante de um sugo bem elaborado (vero sugo di pomodoro).
Com certa experiência
no preparo das massas artesanais, em minutos o cardápio de um especial almoço
de domingo é elaborado: ravioloni artesanal feito com semolina e ovos caipira. Para
o recheio e molho, ervas frescas, uma lata de tomates pelados, azeite, queijo
parmesão. Os demais componentes podem ser básicos. Para a ocasião, algumas
fatias de peito de peru, mussarela, requeijão mais orégano fresco, pendurado em
ramos para secar - o aroma é bastante diverso dos comprados já embalados.
Para o preparo
da massa, a dica de hoje é a semolina branca (Famiglia Venturelli, de Sertanópolis/PR), que encontrei na Casa do Queijo,
em Curitiba, que proporciona elasticidade à massa durante a abertura, sem
permitir que abram durante o cozimento, mesmo com a espessura bastante fina. Por
um preço justo, a semolina em questão se assemelha à grano duro 00 italiana, que é fina como um talco e tem menos glúten que a nossa
farinha comum, o que deixa a massa mais delicada. A de semolina, que vem da moagem do durum, o mais forte dos trigos, tem alto teor de glúten e resulta em uma massa com mais
estrutura (mais firme, mas fácil de manipular).
Para finalizar o
prato, um sugo simples, elaborado com uma lata de tomates pelados levemente amassados,
nacos de alho e flores de alfavaca, que proporcionam mais perfume à salsa. No mais, cocção morosa até o molho adquirir um vermelho intenso e opulento.
Para completar, a chuva
delícia que cai aqui em Curitiba, na tarde deste domingo, acalenta o calor que predomina na capital mais fria do
país tornando o cardápio ainda mais propício, seja nos sabores e nos saberes.
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