Um adorável amigo, conhecedor de bons sabores e saberes vividos pelos
aqui e pelos lá, sempre enfatizou que “sabores não viajam”. Concordo com ele,
adorável pessoa. O sabor está impregnado à alma, ao encanto, às palavras ditas
e outras pensadas. Ao sabor da terra onde se planta e às mãos de quem colhe
(seja da terra, do mar e/ou do ar). À temperatura adequada para os preparos em
questão. E, sem questionamentos, à emoção do lugar em questão.
Entretanto, com raras exceções, conseguimos obter
os insumos adequados – da farinha, queijos às ervas frescas; a chapa de
espessura similar e, com muita destreza e sentimentos, reproduzir o prato com
toda comoção, mas, acima de tudo, retratar a atmosfera em questão e similar sensação.
Afinal, há algumas coisas bonitas neste mundo. Emocionar-se está entre elas!! Portanto,
o testaroli ao prato mais uma vez se refez. Ano após ano, degusto esta iguaria,
típica da Toscana, elaborada com toda destreza pela Cris, com muita habilidade,
dúzias deste quitute faz sem nem pestanejar. Trata-se de uma iguaria típica da
região da Ligúria e Toscana (Itália) feitos à base de farinha e água à medida
precisa, para depois serem literalmente tostados sobre uma chapa quente de
ferro.
Embalados, são comercializados pelos pequenos agricultores das regiões.
E não se engane. Já tentei degustar em outras regiões ou mesmo em grandes
comércios. A massa não é igual. É grossa, com sabor tostado, e macia, já que
antes de chegar à mesa, os discos (que – de longe – lembram uma panqueca) deve
ser mergulhado em água fervente. Basta segundos para retirá-lo. Depois, regar
com o ingrediente da estação (pesto, se o basílico estiver proliferando); sugo
de cogumelos, se as condições climáticas estiverem propícias para a
proliferação em questão.... depois, azeite puro (de preferência o da região) e
parmigiano regiano.
É assim, ‘simples assim’, que tento GANHAR A VIDA A CADA MOMENTO nunca
esquecendo que ‘AMANHÃ TEMOS OUTRO DIA’ E MAIS UM DIA, a exemplo do modo de
vida da população da região, em especial a de Cris e Gianni.
TESTAROLI
Quantidades iguais de farinha 00 italiana e água mineral, batidos com
um foie até formar bolhas.
Depois, com uma concha, distribuir um a um, uniformemente sobre discos de ferro (com cerca de 20 a 25 cm), de
fundo grosso, sem untar. Não mexer. Apenas ir girando os discos. Os testaroli ficam
levemente chamuscados, o que proporciona sabor sem igual. Assim que bolhas se
formarem, virar e tostar do outro lado. Embalar um a um a vácuo ou prepara-los
para serem servidos.
FINALIZAÇÃO
Cozê-los em água fervente por, no máximo, 1 min. Retirar e reservar. Dispor
em uma grande travessa e regá-los com pesto ou sugo de fungui (refogado de cogumelos
– cogumelos-de-paris, shiitake; shimeji ou o de sua preferência – refogados no
azeite puro, ervas frescas (tomilho; tomilho-limão) mais uma colher de manteiga).
Servir imediatamente cobertos por queijo ralado na hora.
Refeição para qualquer ocasião!!!!!!!!!!!!!!!