No almoço, a farinha de milho em biju muitas vezes
era o prato principal, de sabor inesquecível. Sabe frango caipira cortado em
pedaços, temperado e preparado na panela de ferro, na brasa do fogão a lenha? Então.
Depois de estar ao ponto, dourado, com caldo espesso e um perfume de ervas que se somavam aos da
brasa (frango de vó mesmo, que, inclusive, eu ajudava a torcer o pescoço e
depenar), o biju era acrescentado em doses moderadas. Assim, a farinha não
perdia a crocância e o caldo mantinha o sabor.
Como guarnição, a farinha de milho se transforma em
iguaria com couve refogada (farofa de couve); com lâminas de alho e ovos pouco
mexidos para preservar alguns nacos (farofa de ovos); com repolho bem
laminado.....
Nunca mais vi um monjolo realmente usado no
dia a dia. Os estabelecimentos do patrimônio intangível da culinária local do
Paraná nos quais vivi intensamente a infância com a respectiva alimentação
local ficaram para trás, como artigo decorativo.
À época, não muito distante,
cozer o sangue em caldeirões mexendo sem parar acertando o ponto, conforme o
pai comandava, para preparar o chouriço perfeito; ou encharcar uma fatia de ‘pão
de casa’ com banha de porco fresca (hoje guardada para o preparo dos mais
diversos confit),.....mantinha o povo forte para ir à labuta. Nos tempos de
hoje, o colesterol aumenta só de sentir o cheiro de tais ingredientes. O que
importa mesmo é preservar e disseminar o
gosto por determinados alimentos, que se modificam com o passar do tempo, mas
podem ter espaço garantido na despensa e na nossa memória afetiva.
Um comentário:
eita lembrei da minha casinha em recife....amei ler um pouco sobre comidas deliciosas.....=D
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