quinta-feira, 21 de abril de 2022

Bruschette, múltiplos sabores de plena felicidade

trio de bruschetta

O naco de pão cortado em fatias mais grossas (cerca de 2 cm), levemente tostado na chapa de ferro ou na brasa, é uma proposta única para servir de antipasti ou uma degustação completa, quando acompanhada de uma delicada e colorida salada. Depois de tostada, com marcas da grelha, basta esfregar ligeiramente um dente de alho cru e se divertir.

    tradicional, de pesto

As coberturas vão das tradicionais de tomates picados e a de pesto. Mas há múltiplas versões que podem alçar as refeições a outro patamar. Como as de vegetais salteados (abobrinhas, berinjelas..); cogumelos refogados na manteiga; creme de queijo minas com pêssegos frescos e um fio de balsâmico; gorgonzola doce mais compota de peras. Basta se arriscar. O pão? Bom, o pão, de preferência de fermentação natural. Se não tiver tempo ou habilidade para prepará-lo, basta adquirir em padarias artesanais, que proliferam perfumes e sabores, por todos os cantos deste nosso país. 

Lardo de Carrara mais mel orgânico)

Já tive oportunidade de degustar, e replicar aqui no @pastificiodellamore, algumas versões  tradicionais servidas na Toscana e na Ligúria, como as de lardo de Carrara* mais mel orgânico; de feijão branco cozido com azeite e ervas (sálvia); de miúdos de coelho – sensacional; Cavolo nero (variedade de couve extremamente saborosa. Enrugada, de cor escura, é ligeiramente adocicada).... enfim, uma verdadeira paleta de sabores tradicionais dessas duas regiões da Itália central e noroeste, respectivamente!!!
A ORIGEM O termo bruschetta (pronuncia-se brusqueta) é originário das regiões do Lazio e de Abruzzo, derivada da palavra "bruscato" que significa tostado ou torrado, quer seja no forno ou na grelha. Há também outros nomes para bruschetta, como "Fetunta", na região da Toscana. Aí, derivado das palavras "fetta unta", isto é, fatia untada, no caso, com azeite de oliva. A clássica bruschetta é feita com uma fatia de pão italiano rústico, de farinha escura e grossa, de casca dura, tostada na grelha, esfregada com alho, untada com abundante azeite e polvilhada com sal e eventualmente com pimenta-do-reino. Há, porém, incontáveis variações de pães para se preparar uma boa bruschetta.
Na Toscana, o pão local, feito sem sal, é guarnecido com "fagioli al fiasco", ou seja, feijão branco cozido com ervas e alho ou então, com "cavolo nero"; cavolo nero picado bem fininho, antes aferventado em água e sal. Nas regiões litorâneas, pode-se conferir a delícia com frutos do mar, como a de mariscos.
Aqui, no Pastifício Dell'Amore, costumamos servir um trio, como a bruschetta de cogumelos frescos; de mini tomates assados no azeite; de gorgonzola doce, coberto por uma lâmina de pêras (previamente feitas - compota de pêras); Calabresa (com a calabresa salteada, flambada na cachaça, finalizada com cebolas caramelizadas. Diversidade regional dos pães Como os pães italianos são diversificados, variando de região para região, a brsuchetta possui sabor e aparência com características distintamente regionais. Na Puglia e na Campania, por exemplo, é feita com um pão crocante, chamado "frisella" ou "frisedda". Na Calábria, Sicília e Basilicata, a bruschetta é feita com um pão comprido de semolina e sementes de gergelim, guarnecido com tomates, azeite e orégano. Embora certas guarnições seriam mais adequadas para determinados tipos de pães pode-se garantir uma boa bruschetta somente com um pão de qualidade e um azeite de oliva de qualidade. A pimenta-do-reino moída na hora também dá um sabor especial.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

2022, BASTA ACREDITAR!!!!

Ao olhar de muitos, o amanhecer deste primeiro dia, de um novo ano que está a começar, pode ser apenas mais um que se inicia. Aos meus, um recomeçar. Um viver plena à espera da concretização de todos os sonhos do mundo que cabem em mim. Tenho, sim, esperança. Mas, além dela, carrego algumas certezas, pois penso ser merecedora da solidificação de alguns planos que engavetei. Planos estes que não foram apenas guardados, mas delicadamente embrulhados, a exemplo de embalagens que preparamos para preservar os presentes mais delicados e aguardados de todas as nossas vidas.

Do meu ponto de vista, não posso desmoralizar de todo o ano que se encerra. Temos vitórias. E das grandes. O pai salvou sua vida – mais uma vez (está em recuperação, mas para os fortes, apenas mais um degrau para continuar sendo nosso exemplo, nossa força, luz.... ). Muitos sobreviveram à Covid; outros, atropelados pela própria vida, respiram aliviados. 

Contudo, 2021 merece, sim, severidade. Em todos os âmbitos. Mas com olhar firme, mente focada, corpo centrado e o ansiar ainda mais profundo.... andamos a respirar para todo o bem buscar. Um passo de cada vez.  Desta forma, espero por um inédito ano repleto de aromas, temperos frescos da horta, Pastifício Dell’amore a todo vapor. Mais acidez que verte dos limões-cravo, de nossas árvores; maior lucidez onde nos faltou, sem nem sequer nos darmos conta. Latidos, miados, abraços vigorosos e calorosos, entre seres de todas as espécies.  

Palavras faladas, que se perderam ao vento, quase “sem lenço, nem documento”. Ahhh, os abraços. Lógico que com lucidez, sem esquecer do rastro de uma pandemia que ainda teima a não se aquietar. No mais, ao meu ver, tudo tem a ver com a maravilhosa capacidade que a comida tem de nos levar para dentro do coração de cada pessoa. Tudo é magia. Porque do Pastifício vivo; nele habito, respiro e, apenas com ele, consigo energia irradiar, sem luz alguma ofuscar.

Agora, gratidão à minha mais do que amada família, em especial à Katita, que se dedica (dia após dia) à recuperação do seu companheiro de vida, o sem igual Carmelino, que mais um acidente enfrentou; à adorável Mabi (parte integrante da família se faz, mas tão pequenina o é, que ainda não se dá conta da sua magnitude). 

Obrigada queridos amigos, que de lugares dispares deste mundão, reverberaram forças e energias para seguirmos adiante, frente a tantos vazios que nos foram apresentados.. Aos amigos de perto, que conosco sorriram, colaboraram com palavras e, por vezes, apenas ao nosso lado silenciaram; ofertaram saúde; olhares cúmplices; partilharam refeições; orações...enfim, nos transportarem para lugares mágicos, mesmo quando o peito estava oprimido. 

No mais, ESTRELINHAS Jana e Rúbia: conto com suas energias, e também bruxarias do bem, para que 2022 seja doce, leve, manso e carinhoso.

Não posso pedir que, por vezes, não nos machuque, mas que as feridas cicatrizem rápido e não proporcionem tanta dor. Que tenhamos capacidade de superar cada obstáculo apresentado. 

Agora, felicidade, saúde e paz a todos que almejam força, fazem planos, imaginam novos horizontes! BASTA ACREDITAR!!


domingo, 28 de julho de 2019

Spaguetti, dourados fios de pasta que brilham às mesas

spaguetti alle vongole
Celebrar datas ao lado de pessoas que fazem parte de nossas histórias por meio do preparo de refeições, a meu ver, é similar à finalização de uma colcha de retalhos. Os pedacinhos de panos diversos emendados com finas linhas são como nossas vidas – concebidos com o passar dos dias, dos meses, dos anos – são emoldurados, a exemplo de cada cardápio aqui (no Pastifício Dell’Amore) executado. 

Cada ingrediente tem um sentido, um aprimoramento, uma história, como os retalhos. 


Desta feita, retomo aos moluscos, mais precisamente ao vôngole, conhecido nas terras catarinenses (SC) como berbigão. Insumo assim chamado desde que os primeiros açorianos lá se estabeleceram e assim o batizaram. É produto de qualidade, fruto de muito trabalho, dedicação e que se não tratado com os devidos cuidados, além de ser perecível por demais, vai se tornar produto em extinção na mesa dos brasileiros.  Com este sublime ingrediente elaborei um spaghetti com vôngoles (spaguetti alle vongole), retirados do mar (de cultivo primoroso) e embarcado em questão de horas até o destino em questão.

A fina massa preparada ao dente foi servida com os pequenos e delicados frutos do mar, salteados em ervas frescas, especiarias mais bruxarias, um toque de vinho branco, azeite, alho, tomates em cubos e molho sugo. Para agregar brilho, uma colher de manteiga para finalizar o molho. Sejam bem-vindos novamente, pequenos pedaços do paraíso açoriano, neste caso, Florianópolis (SC). 

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Frango assado para chamar de meu..

Carnes assadas à perfeição – douradas por fora, rosadas e suculentas por dentro – sempre me fascinaram e ficaram guardadas na memória afetiva. Colocados à mesa em grandes nacos ou servidos inteiros (dos suínos aos pescados) os assados atiçam as conversas e provocam boas risadas – estilo mesa de família italiana, grande e feliz, cada qual ‘defendendo’ seus pedaços prediletos. Lógico que detalhar estas receitas e ou histórias a vegetarianos não é minha intenção. Nem mesmo a carnívoros que idolatram todos os tipos de carnes, mas optam por degustá-las em pequenos pedaços sem desejar lembrar a origem das iguarias.  No meu caso, as melhores lembranças e sabores de suínos servidos inteiros são as dos que a vó Maria preparava para os almoços natalinos. Inteirinhos, com a casca pururuca e, após apresentados aos comensais, ela reservava a cabeça em lugar especial, já que era o prêmio da cozinheira (confesso que também ganhava uns nacos das bochechas). Mas assar suínos inteiros será o próximo passo – por enquanto apenas seus apetitosos pedaços.
Depois dos pescados (que são de simples preparo), estou aprimorando o preparo das aves assadas no forno. Também opto pelas orgânicas mortas, já que a vó Maria não corre mais atrás dos galináceos para matarmos e depenarmos juntas.
cocção lenta com as carnes temperadas com ervas frescas, cebola, alho, cenoura….e banhadas no líquido confere  às peças suculênciasuperior aos demais processos. Se desejar, com direito a recheio de farofa de miúdos. O melhor –  no mínimo duas horas  o prato pode ser esquecido e o tempo dedicado a outras iguarias. A grande vantagem dos assados é a de que além de serem saudáveis já que são cozidos na sua própria gordura preservando mais o sabor, é que podem ser preparados com antecedência.
pernil de leitão assado
pernil de leitão assado
Ingredientes
(para assar, usar um recipiente de bordas altas e que seja adequado ao tamanho da ave. Se não tiver um com tampa, lacre com papel alumínio nas 2h primeiras horas de cocção)

Um frango inteiro (opte por um caipira, de granja)
Ervas frescas (para o frango, o ideal  é optar pelo alecrim ou sálvia mais manjericão. Um maço generoso)
Uma fatia pequena de gengibre fresco
1 Cebolas cortadas em quatro
Dentes de alho inteiros e uns quatro para fazer uma pasta de temperos
Sal grosso
pimenta dedo-de-moça picada
Azeite para besuntar a ave
Um limão siciliano cortado ao meio
Manteiga para finalizar (para dourar a ave e adquirir um dourado mais intenso)
Dois copos de cerveja
Água quente – cerca de um litro ( o suficiente para cobrir a ave)
Modo de preparo– Preparar o tempero com um socador: sal grosso, alhos, pimenta, ervas frescas, gengibre e azeite. Soque até obter uma pasta;
– retire o excesso de gordura (principalmente das laterais da ave e besunto todo o frango (por dentro e por fora);
– Coloque o frango na assadeira e coloque a cebola e os dentes de alho ao redor. O limão também. Regue com mais um pouco de azeite e cubra com água quente e dois copos de cerveja (deverá estar coberto de líquido.
Obs.: Se preferir assar o frango em pedaços opte por coxas e sobre coxas.  após as duas horas de cozimento, retire a tampa ou o papel alumínio e incremente com batatas que ficarão deliciosas absorvendo todo o tempero e sabor do cozido.
Outros assados clássicos do Pastifício Dell’amore

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Pollo alla Cacciatora ou 'frango do caçador'

Notável exemplar de um prato da Toscana, é delicado, suave, de fácil preparo e brilha à mesa pela diversidade de cores e sabores dos ingredientes que o compõe. Cogumelos frescos, azeitonas negras, cebola-roxa, tomates pelados, vinho tinto, azeite mais verde. O insumo principal deve ter categoria. De preferência caipira (ou de granja). Os nacos devem ser temperados com sal e pimenta do reino. Depois passado. ligeiramente no trigo e dourados em azeite. No mais, perseverança para agregá-lo ao cardápio do dia a dia. Apesar de ter descendência Toscana, preparei-o em Florença - sub-capital e maior cidade dAquela região e da província homônima, Passo a Passo como manda o figurino. No Pastificio dell'amore costumo servir com fettuccine da casa.  



Receita:

domingo, 23 de junho de 2019

Honorável molho vermelho

Consistente pela morosa cocção, brilhante e com um aroma sem igual. Trata-se do singular sugo, molho que participa de obras-primas da culinária de países diversos. É um salva-vidas na cozinha, pois vai bem com polenta, pode rechear uma panqueca, regar um prato de massa  seca, enriquecer nacos de carne já cozidos, ser a base para o cozimento de bolinhas perfeitas de polpeta e polpetini. Enfim, transforma refeições.  

nacos de linguiça cozidos no sugo
rabada de boi finalizada com sugo
De fácil preparo, exige apenas paciência. O que tenho elaborado é um atalho do primoroso 100% artesanal, mas que é por demais saboroso. Leva uma cebola, dois dentes de alho, manjericão, 1 pitada de sal e louro frescos mais azeite. Depois, uma generosa porção de tomates pelados, aqueles das latinhas (1 lt de 400 gramas, para 2 pessoas). Para driblar a acidez dos frutos, 1/2 colher de chá de açúcar mascavo.  Não há como errar. Já no início do cozimento, coloco o mixer na panela para agregar todos os sabores (se o louro não for em brotos, retiro a folha e depois retorno à panela). Para cada lata de tomate, adiciono 1/3 da mesma de água. Depois, abaixo o fogo e deixo reduzir 50%. Depende da quantidade que vai preparar, mas uma lata de tomate, cozinha em 20 minutos.

Passata de pomodoro do Agriturismo Il Borgo Della Colomba




Ragù semplice alla napoletana
Seguindo os preceitos da vera coccina italiana, durante alguns anos preparava o ragù semplice alla napoletana, que leva tomates frescos livres de pele e sementes, cenoura e folhas de salsão. Ocorre que faço quantidades significativas de sugo, e quando congelo é por alguns dias apenas. Para o preparo, limpava, em média, 10 quilos de tomates, duas vezes por semana. São frutos que quando não orgânicos guardam agrotóxicos por demais. Desta forma, passei a trabalhar com os tomates pelados.
Mas se você tiver em mãos tomates orgânicos, faça como os italianos: 
una  passata (purê de tomates) ou al pomodoro (com tomates em pedaços), feitos com o fruto na íntegra. A palavra é mágica. Enquanto trabalhávamos, Gianni gritava "Che cosa mangeremo? Puo essere una pasta com sugo! 

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Canja de bacalhau, preparo de novos tempos


No meu tempo de menina tudo era mais simples. Não podíamos – e nem pensávamos (tsssssss....não expúnhamos) – ter frescuras para comer, para vestir, para brincar, para acordar, para dormir, para comer...e a vida assim seguia. Por vezes, as quebras de rotina se tornaram os momentos eternizados em nossas memórias. E não por acaso, sempre estão ligados às refeições, em sua maior parte, compostas por ingredientes preteridos até os dias de hoje, que se multiplicam em seus sabores, logo, apresentações e texturas.
Nacos de alguma parte de porco ou de galinha estão entre os insumos principais, afinal, em quintais vizinhos sempre havia um exemplar de um dos animais pronto para o abate. No caso das galinhas, os ovos também eram cobiçados. Por isso, correr em meio à ‘pintaiada’, encontrar um ovo com gema dourada brilhando no prato (à hora reservada ao almoço) ou, ainda, uma canja de frango novo, com caldo marrom, fumegando sobre o fogão à lenha (no jantar, na casa da avó), era lugar comum.

“Nem dava tempo de deixar crescer. Eram tão pequenos que a vó pedia para jogarem milho nos pés para que vocês mesmo pegassem os bichos”. Depois de uma torcidinha rápida no pescoço, lá estávamos nós, rodeando a fogueira, cada uma despenando um naco do que seria nosso jantar, que incluía o galináceo cortado e seus miúdos.

Este já é um caminho, mas a tradição há de perpetuar. No mais, por vezes, sem a mesma pompa que uma verdadeira canja se faz merecedora, tenho elaborado Canja de Bacalhau, com os nacos adquiridos já desfiados. Basta dessalgar e a delícia preparar!!!


Canja tradicional, à moda da vó Maria
Ingredientes
- 1 frango caipira inteiro, cortado pelas juntas
- 3 cebolas picadas
- alho o q/b (uso 4 ou cinco dentes picados grosseiramente
- duas folhas de louro fresco – que na Vila Ida há uma árvore sendo cultivada pela Luzinha e pela Sil
- flores de manjericão fresco
- 1 galho de alecrim com as folhinhas moídas
- azeite de oliva para temperar a ave e ainda, para dourar
- 1 colher de sopa de açúcar mascavo
- sal
- 1 Pimenta dedo-de-moça bem picada
- 1 Cenoura ralada
- ½ xícara de arroz branco
- Verde picado (bastante salsinha e cebolinha)
- Água quente
Cortar o frango caipira pequeno (com cerca de 1,3 kg) pelas juntas, deixando os miúdos separados – quando adquiridos inteiros, os miúdos, pescoço, os pés e a cabeça do galináceo vêm embalados em um saquinho recheando a ave. A carcaça separo para preparar caldos com legumes frescos (cebola, salsão e cenoura). Os demais pedaços – com destaque para os pés e pescoço - são temperados com tomilho, alho, azeite, folhas de loro, sal e alecrim, pimenta, flores de manjericão despetaladas. As ervas são frescas, vindas da horta. Rego o suco de um limão, incorporo em todos os pedaços e deixo descansar por, no mínimo, 2h, coberto com papel filme, na geladeira, retirando 30 minutos antes de iniciar o preparo. Depois, em uma panela de fundo grosso, rego um pouco mais de azeite, aqueço, e disponho os pedaços, dando uma leve suada em cada naco para que todos tenham direito ao azeite e as ervas. Dou uma chacoalhada na panela, mas não me atrevo mais a mexer. Se o fizer, os nacos vão se desmanchar. Então, aguente firme. Com uma colher de pau, depois de cerca de 15 minutos, levante uma ou outra bordinha que cozer mais rapidamente. Se estiver dourado, pode virar. Caso contrário, mantenha intacto. Logo após todos os pedaços estarem com o lado oposto sendo caramelizados, agregue as cebolas, alhos e ervas restantes. Mexa suavemente, deixe em go bem alto e polvilhe o açúcar é pouco, mas o suficiente para caramelizar e manter intacto cada pedaço. Para que o açúcar não queime, logo em seguida, regue umas gostas de água quente, tomando cuidado para que não espirre em você. Nesse momento, o lume deve estar baixo.

Se optar por usar este frango como um acompanhamento de uma polenta, vá regando água quente, sem deixar grudar. Depois de 40 minutos, estará um autêntico frango de família; caso o destino seja a canja, jogue a cenoura o arroz, cubra com água. Depois de 10 minutos, sirva com muito verde.


domingo, 12 de agosto de 2018

Pão com bife, para um pai da 'zaga'

finos filés de bife de patinho, levemente batidos, salteados na chapa com
um fio de óleo mais um de vinagre.Depois, cebolas são
 douradas na mesma chapa, ou frigideira, com um pingo
de molho inglês. No mais,
pão francês crocante e queijo mossarela derretido.



















Não é de hoje que sou chegada num pão com bife. De criança, enquanto o pai defendia a zaga no Operário Pilarzinho Esporte Clube (na década de 70), fui merecedora do cargo de vendedora de fichas da majestosa delícia. Eram dezenas de nacos finos de carne, que escorregavam pela chapa quente, sempre regada por um fio de óleo mais um de vinagre. Depois de alguns anos, quando o pai não era mais o ‘destruidor’, apenas atuava nos bastidores do Clube da suburbana, subi de cargo. 
Do alto de um engradado de cerveja de madeira ajudava as lâminas de carne a selarem rapidamente para, em seguida, preencherem um pão francês crocante. 



A experiência me rendeu habilidade para preparar um bife à perfeição. Já sabia que deveriam ser finos, beeeeemmm batidos, já que assim era o pedido da mãe, quando nos pedia para comprar, mal comparado aos dias de hoje, R$, 7,00 de bife, passados duas vezes na máquina. O feitio era similar. A mãe aquecia a frigideira, repousava a carne transparente, passava de um lado e de outro rapidamente. Depois cortava-os e distribuía nos pratos. Para finalizar, cebolas fatiadas eram salteadas no mesmo recipiente. 

De lá para cá, no pré-preparo, só agreguei o martelo de bater, já que as finas fatias solicitadas no açougue ficaram a ‘ver navios’. Quando necessário, passo uma faca na transversal, transformando um bife, em dois. Embrulho no papel filme e levemente. Questa è la magia.  


Depois, em temperatura ambiente, selo rapidamente os bifes salpicados com pimenta do reino no fio de azeite e um pingo de limão (por vezes, finalizo com um pingo de molho inglês). Depois, salgo. O pão francês recebe uma bela fatia de queijo mussarela derretida na chapa. No mais, é finalizar, quem sabe, com umas lâminas de tomate. É o pão com bife destruidor!!!

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Bife à milanesa, o sabor da saudade


Entre mim e minha irmã, saudade tem sabor. Sabor de bife à milanesa. Ficou registrado desde uma noite, de um dia, da década de 90, quanto o ônibus partiu rumo a São Paulo. Para nós, a distância era uma viagem ao fim do mundo.  E, por anos, assim o foi. Naquela noite, antes de me levar à rodoviária, ela preparou o prato preterido. Bife à milanesa. Por cima, molho sugo. Para arrematar, fusilli* e molho de queijos. Entrei no ‘Cometa’ que me levaria para uma viagem sem volta. Ao mundo ‘de gente grande’. Lágrimas infindáveis correram enquanto o ônibus percorreu quadras e mais quadras. Distância que também lembra o fim do mundo. Distância que ela percorreu implorando para que eu ficasse. Distância que registrou o bife à milanesa como o último prato, do primeiro dia, do primeiro ano, do resto de nossas vidas.  E assim, para nós, o prato se tornou emblemático. Era a refeição que me esperava a cada visita que fazia em casa. Refeição com sabor de saudade.



* fusilli (lâmina de massa aberta em longas tiras, cortadas e enroladas no comprimento com um arame) – perfeito para reter o molho. Mas em casa, você pode utilizar uma massa seca, como o Bucatini. 
Os bifes à milanesa continuam entre as minhas refeições preteridas. Atualmente gosto mesmo ao lado de um feijão cozido á perfeição, arroz soltinho e salada de tomate ou, por que não, à parmegiana?? Hummmmm. Sabor de cardápio para começar a semana, para um aconchegante jantar!!!!

Preparo dos bifes à milanesa
Para empanar o bife, o essencial é farinha de trigo, farinha de rosca e ovos batidos. E um dos segredos do sucesso de uma boa ‘casquinha’ é justamente a qualidade da farinha de rosca, que forma a casca externa do prato. 

A versão original italiana para o prato leva costeleta de vitello, mas não sou adepta do uso - apenas quando solicitado; e nunca fez parte do repertório de cortes usados à época, e mesmo nos dias de hoje. Uso  coxão duro, patinho ou miolo de alcatra, cortados finamente, e, por vezes, batidos levemente entre papel filme, sem nunca 'machucar' os bifes. apenas agregar texturas, com a uniformidade dos nacos.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Sgabei: 'Viver é Massa'!!!

















Mais alguns presentes desta feita recebi. Além do amor incondicional e da receptividade sem precedentes advindos das adoráveis pessoas que em torno do Agriturismo Il Borgo DellaColomba vivem e do ólio de oliva daquela linda terra que na minha mala aqui aportou, os aprendizados gastronômicos são sempre incontáveis. Desta feita, entre os preparos singulares de alguns vegetais e outros de carnes diversas, a do Sgabei (prescrito conforme dita a bula) carrego como tesouro.  
Alguns deles, já havia provado com voracidade seja no Borgo ou reproduzindo no Pastifício, mas a desse quitute em especial nunca havia aprovado. É destas gostosuras que antes de preparar a porção do cliente, a parte dos cozinheiros é devorada na cozinha.

Quando o Sgabei consta na variável e sem igual (e imensa) carta do Borgo Della Colomba, o pequeno quitute degustado em um só bocado chega à mesa ainda quente, salpicado com sal grosso, ao lado de nacos de focaccia e pães, escoltando os fartos embutidos e queijos regionais. Dele aqui neste blog já falei, mas, confesso, meu querido e saudoso amigo Gianni, de mim, alguns segredos havia omitido. Agora, que todos sei, cabe a mim a missão de replicar, sem jamais falhar. Para mim, agora, é um dever, no Jardim das Delícias elaborações iguais perpetuar, já algumas delas somente naquela região da Toscana desta são preparadas e, assim, servidas.



Desta feita, para dúvidas esclarecer, a sábia amiga e brava cozinheira Crica está sempre ao seu dispor, já que sabe que à terra sua vida sempre doou, e que a cultura do agriturismo concretizou. Por isso, agora, o Sgabei faz parte do cardápio do Pastifício Dell’Amore e sempre que possível com muita dedicação, proliferarei o amor à terra e à alimentação. Em Bologna (Emilia-Romagna) provei iguaria similar, ao lado da minha adorável sobrinha Gabi, que nesta viagem me acompanhou. No Buracca Burattini, perto de onde estávamos, às noites degustávamos o que nesta região chamam de Cresentine. Como boa mestre, Crica me explicou que o preparado por aquelas bandas leva banha de porco na massa, tornando-o mais pesado. "o Sgabei assim, crocante, leve e macio, só é degustado  nesta região da Toscana, por aqui". E assim acredito e prolifero por aqui, um pedacinho da Toscana no Jardim das Delícias do Pastifício Dell'Amore. 

Ingredientes (para cerca de 30 unidades)
300 gramas de farinha 0 (tenho usado semolina branca, refinada);
25 gramas de fermento fresco, biológico; 
100 ml de água para hidrolisar a farinha. Se possível, na batedeira, com o gancho para pães. Tenho usado a da minha amada amiga Luzinha, que tem uma máquina linda e potente;
um pitada de sal (colher de chá);
Uma pitada de açúcar;
Água filtrada – cerca de 1 xícara de chá para diluir fermento
Azeite (para fritar – em imersão)
sal grosso para salpicar depois de frito
obs.: a massa deve adquirir textura de pão, para abrir com rolo, e depois ser cortada
Modo de preparo
Dissolver o fermento em água
Paralelamente, misturar a  farinha com a água (100/150 ml); e misturar na batedeira, suavemente, até as fibras da farinha se quebrarem e os ingredientes agregarem;
Depois, agregar a água com fermento à farinha, o açucar e o sal. Bater até misturar. Se precisar, misture mais meia xícara de farinha; o pinto e de uma massa leve, mas pegajosa e macia.
frango alla cacciatora mais fettuccine na manteiga de ervas
pasta de quieijo cozida no caldo claro, salpicaa com shiitake desidratado
Deve resultar em uma massa oca, mas espessa nas laterais, que possa rechear com um naco de embutido que desejar. 
ZEQUINHA O primeiro evento no qual a delicada delícia foi servida foi uma comemoração sem igual, onde todos os preparativos remeteram à terra do meu coração, a Itália. Por todas as etapas da refeição, os ensinamentos do que considero meu lar no país da bota foram fundamentais, do campo à mesa. Hoje e sempre. Mais uma vez, obrigada!!!













Entradas

Sgabei / Ciabatta / Baguete italiana / Foccaccia Toscana

Compota de cebola agridoce aromatizada com cardamomo e vinho branco / Tábua de salames, queijos mais tomate confit e azeitonas

Relish de cenoura e de pepino
Pesto de Beterraba defumada
patê Blumenal
compota de maçã com pimenta dedo-de-moça

 

Verdura Grigliata / Abobrinha Gratinada / Acelga levemente assada /Tomates grelhados com pimenta calabresa

Primeiro
Capeletti em Brodo. As pequeninas e tradicionais massas são recheadas com ricota e cozidas no delicado caldo de vegetais

Segundo

Fettuccine da casa salteado na manteiga de ervas.

Paa acompanhar, Pollo Alla Cacciatora. O preparo do clássico prato italiano enaltece a delicadeza do frango com a marinaa de vinho tinto e ervas, cogumelos-de-paris, azeitonas negras mais verdes, toamtes e especiarias.

Inclui todos os pratos, água mineral e suco natural de fruta
O vinho - Os vinhos de sua predileção podem ser trazidos
A cerveja - Para quem aprecia cerveja, Hhá a da casa,  a Anarcótica ESB ‘, R$ 16,00 (600 mililitros). Há também chopp (R$ 10,00 o copo)
Grande abraço, Josi Basso e Felipones Whatss 55 (41) 99959-0506 WWW.pastificio.blogspot.com.br