domingo, 17 de agosto de 2014

Uma travessa de joelhos de porco. Por hoje, basta!!!

Para nós, brasileiros, o porco sempre teve grande valor. Mesmo na capital, muitas famílias mantinham seus chiqueiros no fundo do quintal. Lógico que cada porquinho tinha nome e sobrenome, Mas, à mesa, o que prevalecia era a designação de cada parte com seus respectivos sabores. Com a vó Maria, aprendi a degustar a cabeça. Após preparar os pequenos leitões inteiros, esta parte era tirada e escondida no forno para ser degustada mais tarde. Era para poucos. Amém!!!! Sempre estive entre elas.
Quando assado, o que me interessava, e, infelizmente, a todos que estavam ao redor daquela obra de arte dourada, era a pururuca. Com o passar dos anos, o sabor de cada naco permaneceu em minha memória, e os joelhos, ah....os joelhos (também conhecido como eisbein - em alemão) foram, primeiramente  por mim preparados cozidos na panela de pressão, com uma receita básica, mas deliciosa, guardada em um dos valiosos cadernos. 
Meus compêndios gastronômicos, assim como diários de adolescentes, foram arquivados, um a um. A diferença é que nos meus diários, a comida sempre prevaleceu. E, até hoje, guardam histórias da minha vida, de quitutes que provei - verdadeiras descobertas (casa qual à sua época, valores designados a cada garfada mais o momento em que foi degustado) .  E, entre as páginas, mais uma delas é da amada Liahil Laroca: a de joelho de porco cozido. Agora, que do defumador artesanal do Pastifício  saem os (sem precedentes já provados por mim) joelhos de porco defumados, as receitas têm se cruzado, por vezes o ainda cru preparado com o defumado. 

Desta forma, os sabores agregam e, literalmente, somam esforços, para um resultado sem igual. Os joelhos de porco defumado saem do defumador duas vezes ao mês, e a quem interessar, é só solicitar que terá seu naco reservado.
Quando esta parte do porco está defumada à perfeição, a  transformação se dá com a hidratação do joelho, que pode ocorrer rapidamente com batatas cozidas. Se desejar agregar a versão cru mais a defumada às batatas, tanto melhor.
Assim, para os admiradores, o sabor chega  à perfeição.Mas se  apenas o pedaço fresco estiver à seu alcance, o preparo é fácil, rápido e de sabor inigualável. 
tábua de delícias suínas
Receita de  Joelho de porco cozido, de Liahil Laroca
1 joelho de porco
1 colher de açafrão da terra
1 colher de coloral 
3 cebolas cortadas grosseiramente
1 maço de salsinha, com talos, picado
4/5 dentes de alho 
pimenta do reino
sal mais pimenta seca de sua preferência
Água quente o suficiente para cobrir peça na panela de pressão
Folha de loro
Modo de preparo
Fazer cortes leve no joelho para que tempero seja melhor absorvido
Moer alho no pilão com pimentas e azeite
Besuntar o naco do porco com os temperos moídos
Aquecer panela, colocar azeite e dourar a peça em todos os seus lados
acrescentar açafrão, colorau e nacos de alho
em seguida cebola
cobrir de água quente, fechar panela e cozer por cerca de 40 minutos.
Abrir, colocar batas inteiras e cozê-las junto com o joelho, cuidando para não perder o ponto de cocção delas.
Se tiver um joelho defumado, antes do tubérculo, colocá-lo, cozinhar mais 10 minutos e finalizar com as batatas.
Servir com repolho azedo.
Obs.: 
O joelho de porco por definição anatômica deveria pertencer somente ao membros traseiros do animal, mas no mercado comercializa-se também o "joelho" dianteiro, que pertence e paleta. Existe uma diferença considerável entre o traseiro e o diantiro. O traseiro é muito mais macio, cheio de carne e saboroso que o dianteiro. Então, ao comprar, fique atento e peça sempre o traseiro !!

domingo, 3 de agosto de 2014

Caldinho de Feijão para abrir uma bela refeição: feijuca da Aninha

Como não poderia deixar de ser, comemoração de aniversário de Rafael Moro Martins tem que ser mais do que bem temperada! Grande amigo e companheiro de vida, revelo: o cara é chato. Muuuuuito chato!!! Reflexo de sua personalidade. Não tem jeito!!!. E se não bastasse a comemoração, a data marcou o início do ciclo dos seus 40 anos. Mas, nada que seja relevante quando se trata de pessoas que - década após década – nos acompanham em distintos momentos.  

Para a ocasião, Aninha (companheira de Rafa) fez uma feijoada responsa. De minha parte, não poderiam faltar os pães (desta feita, com recheio de tomates e ervas frescas agregados à sardela feita(assim como a massa do pão)com, no mínimo, 48h de antecedência; o caldinho de feijão para acalentar o apetite mais farofa elaborada com farinha d’água, direto de Belém, trazida pela querida irmã do aniversariante.
Para os admiradores de cervejas especiais, alguns exemplares produzidos em pequenos lotes pelos M.C. Rodrigo, Tomate e Felipe (mais conhecido como semente de tomate), aliás, aprovada com louvor para os que tiverem o prazer de poder experimentá-la.
Quando se trata de refeições, os amados pais do corintiano Rafa (Carlos e Carmem) são pessoas experientes no assunto, além de estarem sempre em paz com a vida permeando o ambiente de alegria, afagos e elogios.
Mas, como adoro comemorar aniversários, seja o meu ou de todos que ao meu redor estão, aprovo que ........... tem que ter alegria, uma pitada de tristeza, abraços calientes....e, para acompanhar uma feijoada, parodiando Vinícius de Moraes "f
azer samba não é contar piada; E quem faz samba assim não é de nada; O bom samba é uma forma de oração; Porque o samba é a tristeza que balança E a tristeza tem sempre uma esperança A tristeza tem sempre uma esperança; De um dia não ser mais triste não; Feito essa gente que anda por aí...Brincando com a vida!!!!!!! Cuidado, companheiro!!!!!! A vida é pra valer, companheiro...

E como presente para nossas vidas, Anos Incríveis!!!!!!!!!!!!!!!!!!

'oe Cocker - With a Little Help From My Friends 
https://www.youtube.com/watch?v=AQb0_0AIkt4
https://www.youtube.com/watch?v=0G1w3k0f3sQ
CALDINHO DE FEIJÃO PARA ACALENTAR O APETITE
Ingredientes
500 gramas de feijão preto cozido
1 cabeça de alho, com os dentes cortados em lâminas
Cerca de 200 gramas de bacon em lâminas
Uma xícara de chá de vinagrete (salsinha, cebolinha, tomate....)
1 xícara de chá de pinga
 200 ml de água
1 copo de suco de laranja Bahia
Azeite de oliva para forrar fundo da panela de barro usada no preparo
Modo de preparo
Aquecer a panela de barro e regar o azeite.
dourar o bacon e separar.
Dourar o alho. Agregar os dois e flambar  com a pinga.
Bater o feijão cozido colocando água para não ficar muito espesso.
passar na peneira eliminando assim o excesso de cascas.

Voltar para o liquidificador e bater novamente com a caneca de vinagrete e o suco da laranja.
Colocar na panela de barro com os nacos de alho e bacon já dourados e flambados com a pinga.
Agregar e servir.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Panacota regada com calda de frutas vermelhas

Um Brinde à vida, para sorrir sem remorso e ser plenamente feliz
Em cada celebração
, o Pastifício emana energias diversas. Sem colocar em questão os quitutes servidos, mas, sim, das pessoas que aqui se reúnem. Fato é que o sorriso predomina. 

A cada garfada de salada preparada com produtos da horta; naco de tortano; fatia de focaccia; caldos de frutos do mar; ostras gratinadas;
massas artesanais regadas com sugo variados....brindes e mais brindes fazem as gargalhadas ecoarem. 
                                                                                                                                                                    Para finalizar, o doce. Este encerra com um...'quero mais...mas por hoje batas!!!!!" 
Desta feita, com a ajuda do adorável casal Lorraine e Fanini, mais brindes e sorrisos, no evento:
















Como a última garfada é a mais lembrada, a receita da Panacota com calda de frutas vermelhas.
Ingredientes para 8 porções individuais:
1 fava de baunilha
750 ml de creme de leite fresco

6 colheres (sopa) de açucar rfinado
12 gr. de gelatina incolor em pó
manteiga para untar as forminhas
Modo de preparo
Aquecer o creme de leite com a fava de baunilha;
Deixe ferver e desligue;
Coloque a gelatina  (dissolvê-la previamente até dissolver);
Mexa bem, com um foie, agregando todos os componentes;
Coloque nas forminhas untadas por, no mínimo, 12 horas, na geladeira.

Sirva com frutas vermelhas preparadas. 


sábado, 12 de julho de 2014

Saborosas lembranças de nossas vidas, com torta inglesa de carne

A vivência profunda com a cultura de um país, que não o de sua origem – ao menos nessa vida -, proporciona viagens rotineiras. Quantas vezes fecho os olhos ao som de uma canção italiana ou, ainda, estou no mais absoluto silêncio, e me sinto lá. O sabor da comida que provei; as tantas vielas por onde andei; as sementes dos legumes,temperos, pimentas... que plantei, colhi, cozinhei, servi e, com todos, saboreei. O cheiro dos borgos vizinhos de onde o leite, carnes....  Eram trazidos. Os minutos em que - ‘na lida’, com o sol a pino - parei para ouvir o badalar dos sinos ecoando em uníssono, provenientes de dezenas de igrejas de vilarejos vizinhos, que, sem nem serem avistadas, emanavam suas energias por entre as colinas, onde o olhar se perdia em meio ao verde. É essa atmosfera que tento incorporar em cada refeição que elaboro e em cada ingrediente que desvendo na cozinha.
O mundo pode estar, sim, na nossa cozinha.  Basta aliar, ao ato de cozinhar, a pesquisa, seja por meio da leitura e também da prova incansável do uso das ervas frescas, especiarias, ponto de cocção ....
Depois sim, o nosso toque pessoal se torna o álibi para o resultado perfeito, com nossa marca registrada. E assim o é com receitas italianas, francesas, inglesas, portuguesas e das mais diversas regiões do nosso Brasil. A última investida foi com a torta Inglesa de carne. Após duas execuções, ao lembrar do sabor, a vontade é de já prepara-la novamente.
A influência britânica sobre a vida, a paisagem e a cultura do Brasil foi largamente estudada por GilbertoFreyre - , que define as relações entre a Grã-Bretanha e o Brasil ainda semicolonial como "mais ou menos imperiais". E cita, entre os efeitos da influência, “o terno branco, o chá, a cerveja e o uísque, o bife com batatas, o pijama de dormir, o tênis e o futebol, a capa de borracha, os piqueniques, o escotismo, o lanche e o sanduíche”.
Em minha opinião, no âmbito da gastronomia, a cerveja é o ícone, e sem uma das versões dela, a torta inglesa não seria a mesma, já que a carne, cortada em nacos grandes, após temperada com especiarias, é cozida em cerveja, mas deve ser uma escura e de respeito.
Para começar, aviso, o recheio dessa deve ser um ritual. 
Ingredientes
1,5 kg de peito de boi livre de toda gordura e nervos, cortados em cubos grandes. Preserve os ossos para cozê-los com a carne e legumes
2 cenouras picadas em cubinhos
2 bulbos de alho poró1 maço de salsinha fresca moída, inclusive com os talos
4 cebolas cortadas grosseiramente
2 bulbos de salsão bem picados
Dentes de alho em finas lâminas. Gosto de colocar praticamente uma ‘cabeça’, com todos os dentes de alho.
300 gramas de ervilhas frescas
1 colher de Páprica picante
Cominho
Canela em pó
Sal e pimenta do reino
Especiarias para temperar a carne
1 litro de caldo de carne
1/2 litro de cerveja escura
4 colheres de farinha de trigo para engrossar o recheio antes de dispor sobre a massa já esticada
2 colheres de sopa de manteiga
Azeite de oliva (para dourar cebola e alho juntamente com a manteiga
Massa folhada. No caso, comprei massa folhada para pastel. Desta forma, a massa ficará bem fina, e não predominará na torta, já que é adquirida fina, depois aberta no rolo, com farinha de trigo







Modo de preparo
Recheio - após limpar a peça de peito de boi, cortá-la em cubos grandes para que marquem a presença com seu sabor delicado e também para que não ressequem durante o cozimento. Junto os ossos da peça, tempere com sal, pimenta do reino, cominho, canela e páprica picante. Reserve; 
- Em panela de pressão grande aquecer o azeite e a manteiga. Murchar o alho, cebola e pimenta seca. Depois, agregar salsão picado finamente, os cubinhos de cenoura e cozer por mais alguns minutos em fogo baixo
- Agregar os cubos de carne temperados mais os ossos, cobrir com a cerveja e 50% do caldo de carne. Espere pegar pressão e cozinhe por cerca de 20 minutos;
- Abra a panela para  conferir ponto do sal e textura da carne.
- Se ainda não estiver macia, coloque mais caldo de carne e finalize o cozimento com a panela destampada;
- quando sentir que está macia, sem estar se desmanchando, agregue a farinha de trigo dissolvida no caldo de carne, misture bem e cozinhe para que o sabor da farinha não predomine. após uns 5/6 minutos, agregue as ervilhas, que podem até estar congeladas.
- Na bancada coberta de farinha, abra a massa com rolo, esticando uniformemente. 
- Passe manteiga em uma travessa, estique a massa deixando 60% dela para fora, que será a cobertura da torta. Distribua o recheio, dobre a massa, e molde as bordas. Bata a gema de um ovo, faça dois ou três cortes na massa para que o ar saia. com um pincel, espalhe a gema batida por toda a torta. e forno aquecido, ase por cerca de 20 minutos.  
Gilberto Freyre
"As mangueiras
o telhado velho
o pátio branco
as sombras da tarde cansada
até o fantasma da judia rica
tudo esta à espera do romance começado
um dia sobre os tijolos soltos
a cadeira de balanço será o principal ruído
as mangueiras
o telhado
o pátio
as sombras
o fantasma da moça
tudo ouvirá em silêncio o ruído pequeno."

domingo, 29 de junho de 2014

Vôngoles açorianos alastraram-se graças aos valores italianos

 No Brasil, a terra natal desse saboroso molusco é Santa Catarina. Mas o status que ganhou foi decorrente dos italianos – mais precisamente os advindos de Nápoles, que aportaram em São Paulo e na bagagem (AMÉM) trouxeram suas tradições gastronômicas
Os berbigões são de fácil preparo e  encontrados em abundância em todo o litoral brasileiro. Mas cabe aos pescadores de origem açoriana, mais precisamente os de Florianópolis (SC), o rótulo de especialistas em sua coleta, já que a cultura do seu consumo, bem como da extração, aportou em terras catarinenses com os açorianos, se tornando importante fonte de renda para os locais.
Chegados à Ilha de Santa Catarina, eles descobriram, no fundo da baía, fartas colônias de moluscos que em muito se pareciam aos do outro lado do Atlântico. Com isso, nas terras catarinenses vôngole não é vôngole. É berbigão. Tem sido assim chamado desde que os primeiros açorianos lá se estabeleceram e assim o batizaram. 
E dele fizeram ingrediente fundamental para os dias em que o vento leste revirava o mar e impedia os pescadores de sair em busca de peixe. Cabia às mulheres, naquela ocasião, garantir a refeição, catando  os berbigões enterrados no lodo. Com eles, preparavam ensopados. Mas, a exemplo de outros insumos de fácil captura e encontrado em abundância, durante décadas, foi ingrediente pouco valorizado.
Pastel com recheio de bebigão refogado
Fato é que cerca de 90% da produção nacional desses moluscos se concentra no estado de Santa Catarina (SC), e as principais cidades produtoras são Florianópolis, Governador Celso Ramos, Bombinhas, Penha, São Francisco do Sul e Palhoça. 
Status 
Não fossem os italianos (mais precisamente os napolitanos desembarcados em São Paulo) terem trazidos na bagagem suas tradições gastronômicas e a recordação de pratos elaborados com um típico marisco do país da bota, talvez nossos berbigões não tivessem hoje disponíveis às mesas de todos os estados do Brasil. Mas memória afetiva envolvendo italiano mais alimentos in natura (atualmente já parte da Arca do Gosto), de boa procedência e tratados como se fossem  para compor o prato do seu dia a dia, já é sinal de qualidade.
Então, foram em busca de ingrediente similar ao que chamavam de vongola (tradução de Ostra, também 'sinônimo' da família da máfia italiana mais poderosa do mundo) e encontraram o nosso mais do que amado berbigão. Para alguns, mudou de nome, mas, estando na concha, com sabor similar e possibilidades ímpares de preparo, nunca deixará de ser o nosso autêntico molusco  catarinense.
Profissionalismo acarreta maior reconhecimento do 
berbigão e maximiza presença nas mesas do país  
A busca por produtos que tenham a garantia de qualidade de produção e o fomento ao extrativismo formal é questão de saúde pública, já que se trata de um molusco perecível, que necessita de higienização adequada e o consumo feito no prazo de validade indicado, no caso dois dias após serem colhidos. Por isso, o Selo de Certificação Federal (S.I.F) se faz de fundamental importância, quando se trata da procedência do delicado ingrediente. 

O sabor inigualável, o desejo de tê-lo às mais variadas mesas também está proporcionando o profissionalismo do segmento (dos cultivos formais à busca da oficialização dos catadores informais). Assim, para que estas delícias estejam presentes à mesa nas próximas décadas temos, todos, de nos esmerar em apoiar a formação de cooperativas para que os especialistas do mar se tornam, também, especialistas na arte de preservar este quitute de sabor inigualável. 
Incentivo aos catadores informais por meio de cooperativas Há de se ter, em breve, o incentivo aos catadores informais por meio de cooperativas, que agreguem ainda mais valor ao estado e melhor qualidade de vida social e financeira aos pescadores artesanais, que dedicam suas vidas para colher os 'frutos' das mais deliciosas maravilhas do oceano.

Receitas diversas 
Decorrente da expressiva presença dos italianos em solo brasileiro, uma das receitas mais conhecidas  é o espaguete ao vôngole (Spaghetti alle vongole).
Mas a utilização é ampla, assim como os sabores díspares. 

Pirão de berbigão
Receitas:
Pirão de Vôngole
O primeiro passo é fazer um refogado com os vôngoles. Para tanto, faz-se necessário escaldar um bom tanto dos moluscos, tirá-los da casca, para que o pirão ganhe corpo e ainda mais sabor dos vôngoles.
1 kg de vôngole cozido e sem casca
½ kg de vôngoles vivos, com casca
1 cebola picada
4 dentes de alho picados
1 maço de alfavaca rasgada
Azeite
2 tomates  sem sementes
1 xícara de molho sugo (refogado de tomate concentrado)
Para o pirão:
1 xícara de farinha de mandioca
cerca de 1 litro de água quente 
Sal a gosto 

Modo de preparo
No fogo médio, refogue a cebola e o alho no azeite até murcharem. Coloque o tomate salteando-os rapidamente.  Coloque o molho sugo e a alfavaca mais uma xícara de água fervente. Acrescente o berbigão com casca. Quando as conchas estiverem abertas, junte os já livres delas, a alfavaca e mais uma xícara (chá) de água. Acerte o sal e deixe ferver.
Paralelamente, faça o pirão.
Em uma travessa, demolhe a farinha na água quente com um foie, desmanchando todos os grumos de farinha. Leve ao fogo, deixe engrossar sem parar de mexer por cerca de 15 minutos (a exemplo de um angu). Acerte o sal. Se desejar mais ralo, acrescente mais um copo d'água. 
Sirva o pirão num prato regando o refogado de berbigão por cima.
Finalize com salsinha picada
Patê de vôngole
Ingredientes:
1 xícara de vôngole cozido e picado na ponta da faca
1 dente de alho amassado
cerca de 100 ml de azeite
½ xícara de chá de salsinha picada
½ xícara de nata
2 colheres de iogurte natural
Raspas de meio limão galego, ou de 1 limão siciliano
Modo de preparo:
Primeiro misture a nata, o iogurte, o alho moído e as raspas de limão. Agregue, aos poucos, o azeite até todos os ingredientes incorporarem e o creme homogêneo. Misture o vôngole, a salsinha, acerte o sal e a pimenta do reino.
Pronto

Arroz de vôngole
Ingredientes
500g de vôngoles limpos e sem casca (abri-los no vapor, com a panela tampada)
suco de um limão
1 colher (sopa) de azeite
1 cebola picada
1 xícara de arroz
1 colher  de açafrão da terra
2 colheres de manteiga
2 cebolas bem picadas
4 colheres de uva-passa branca, sem sementes
1/2 copo de vinho branco seco
1 colher  de farinha de trigo
200 ml de nata fresca
½ litro de caldo de legumes
1 maço de salsinha bem picada
Modo de preparo:
Tempere os vôngoles com o suco de limão e deixe tomar gosto por pelo menos 20 minutos. Enquanto isso, aqueça o azeite, doure a cebola e, em seguida, coloque o arroz, deixando-o fritar rapidamente.. Adicione o caldo de legumes quente e o açafrão. Abaixe o fogo e cozinhe o arroz até secar o arroz. Reserve.

Numa panela, aqueça a manteiga, doure a cebola, junte os vôngoles e refogue-os, mexendo de vez em quando, para que não grudem no fundo da panela. Junte uva-passa, o vinho e cozinhe em fogo baixo por 5 minutos. Adicione a farinha de trigo aos poucos e mexa até engrossar. Desligue o fogo, junte o cheiro-verde e a nata.
Agregue o arroz e misture delicadamente.
Reserve alguns vôngoles na casas para finalizar o prato

Berbigão na Arca do Gosto, catálogo mundial que identifica, localiza, descreve e divulga sabores quase esquecidos de produtos ameaçados de extinção, mas ainda vivos, com potenciais produtivos e comerciais reais. 

domingo, 8 de junho de 2014

Porco celestial

Para os que apreciam carne de porco, deparar com uma peça preparada de forma celestial é covardia. Não tem como refugar. Tem?










Não exige acompanhamentos, mas é bom optar por alguns que colaboram com a digestão, como farofa de couve elaborada com farinha de milho e limão da horta regada sobre os nacos. No mais, é, literalmente, chafurdar.
Costelinha de Porco à Pururuca
Ingredientes
1 kg e meio de costela de porco com pele
Ramos de alecrim fresco
Duas colheres de sal grosso

Modo de prepraro
Com uma faca de ponta faça alguns furos na costela, nos dois lados. Macere bem o alecrim com o sal grosso.  Esfregue bem sobre a carne. Coloque em uma grelha dupla, na parte superior da churrasqueira com a pele para cima. 

Asse vagarosamente, por, ao menos, três horas. Durante o processo, o segredo é virar a peça algumas vezes - não muitas (a exemplo dos frangos de vitrine de cachorro), mas sempre que conferir que a cocção está se apropriando da carne e transformando suas nuances, que são traduzidas na cor da peça da carne de porco. é nítido. Não tem erro. Neste preparo, a pressa é a inimiga da perfeição; e para obter camadas diversas, todas tenras e macias, finalizadas com uma cobertura dourada e crocante, segue outra dica: 
mantenha a  peça distante  da brasa (a exemplo da foto) para que o fogo 
não ultrapasse seus limites. Após o tempo indicado, chegou a hora de  formar a camada que aproxima você do paraíso, quando se trata de nacos de suínos: o pururuca. 
Rapidamente, como em um filme de ficção científica, a pele dourada começa a borbulhar, e essas borbulhas se tornam crocantes e permanentes. Um verdadeiro banquete, que pode ser degustado em nacos roubados, ou em garfadas contempladas com pedaços de cada camada. A peça, depois de pronta, fica entremeada por lâminas de gordura (já derretida e espalhada pela carne, o que a torna ainda mais macia e perfumada). Para finalizar, uma crocante, a da pururuca recém-saída da brasa. 

Os nacos de porco e seus fiéis escudeiros - Esse tema, apesar de há muito por mim contestado, só está sendo tratado neste blog por conta de uma das casas que mais admiro na cidade. Com seus nacos de porco sempre  perfeitamente cozidos, das orelhas brilhando por cima das cumbucas da feijoada aos rabos que proporcionam sabor ao prato, o Restaurante São Francisco nunca peca na sua proposta de ser o que é ( a exemplo de casas como o Tabu, da rua Vitória, em SP; ou, ainda,  o Parreirinha, também no centro da capital palista, ambos próximos à praça da República). Lógico que ambos não existem mais. E seus fieis escudeiros, clientes que mantiveram a casa até as últimas horas de existência, talvez também não mais, já que o convívio social, seja como habitues de estabelecimentos como esses, os mantém  vivos.. Por conta de fato recente ocorrido no mais do que querido "Chico' decidi falar sobre o tema..

Quando começamos a frequentar o São Francisco - há alguns anos, antes de ser propagado com palavras nem sempre cabíveis ao que a casa e seus fiéis clientes comportam  e mantém a alma do restaurante intácta -, o brilho  nos olhos dos assíduos reluzia. Pessoas com copos de 'underbergue' às mãos, tinham seus lugares reservados, jamais disputados, com litrões de Refris, como ocorreu na sexta-feira (06/06/2014).

Durante décadas, quem manteve essas casas foram os senhores, senhoras, casais, que com suas tradicionais refeições semanais tinham seu lugar privativo e cativo.

Agora, quem não come orelha, rabo, pé...concedeu os lugares dos que mantiveram essas casas vivas, aos litrões de Coca-Cola.
  
Ao meu ver, quem atesta, testa. E come a verdadeira feijoada, com orelhas, rabos e pés... nacos que tornam o prato único e como realmente deve ser degustado e reservado aos fieis escudeiros, quer dizer, clientes. 
Amém aos pés, rabos e orelhas dos suínos!!!!! Ahhh, e aos pururucas!!!