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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

FRITTO MISTO

Entre nós não há distância. Apenas sabores, amores e rumores

Aqui, de onde avisto o mar, o silêncio prevalece. A ausência de sons é a mesma que a dos alpes da Toscana. Aqui, do paraíso zimbreiro, o silêncio é interrompido pelo rumor das ondas, que suavemente se quebram, como se conversassem umas com as outras. Uma verdadeira sinfonia das águas, que, por vezes, sem nem sabermos, do encontro dos oceanos reverbera.

Lá, das montanhas, em meio à bucólica paisagem, d’onde castelos medievais são encontrados ‘no meio do nada’, quem ressoa são os sinos, em uníssono, quase que para avisar os desavisados de que a hora da refeição está por chegar. Daqui os rumores das crianças, que da escola chegam e para a praia correm, sabemos que outro horário importante está por vir, o do jantar. Seja daqui, seja de lá!!! O que prevalece é a sintonia entre as pessoas que juntas trabalham, falam, falam, brincam e comem, comem e comem....já que entre amores, sempre haverá de existir sabores e rumores. 
Cartoccio di frito misto e as Minestras
Para quebrar a ‘monotonia’ de tanto silêncio, um ‘cronch’ sempre vai bem. Desta feita, dois quitutes na Itália aperfeiçoei. Das hortas e mares para as mesas, os legumes e frutos do mar empanados e fritos. Serão os tempurá?
Até poderiam ser, se o ‘cronch’ da frescura dos ingredientes não estivesse sempre a prevalecer. Seja da cozinha do Borgo às Friggitoria di Cinque Terra e de outras regiões litorâneas da Ligúria (composta pelas províncias Gênova – capital, Impêria, La Spezia e Savona), as delícias empanadas têm sabor e crocância sem igual. 


Dos legumes, sempre os da estação, cortados em finas lâminas, empanados em farinhas de trigo mais de grão-de-bico (ceci) misturadas à água com gás (ou, quem sabe, cerveja). Imersas em óleo quente, são uma das iguarias de rua (comidas de rua) muito degustadas, além da porchetta. Nas sequências de pratos das casas e de restaurantes é receita infalível no Cortorni. Das Minestras, há muita para falar, pois delas muito degustei e aprendi. Então, por aqui, dos legumes e frutos do mar empanados, vamos nos servir.


quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Festival do pão com coberturas com a tradicional bruschetta

bruschetta de lardo  com mel
Coberturas agradam a todos os paladares
O naco de pão levemente tostado, retirado do forno ainda quente e ligeiramente esfregado com um dente de alho cru, pode ser coberto de formas díspares. Sabores que agradam a ‘gregos e a troianos’, isto é, dos amantes de carnes – das de caça às tradicionais; a vegetarianos, e até a veganos.
com miúdos de coelho
Já tive oportunidade de degustar, e replicar aqui no Pastifício Dell'Amore, as de cobertura de lardo com um fio de mel; a tradicional (tomates confitados com folhas frescas de basílico); de miúdos de coelho – sensacional; com queijo de cabra mais pancetta; com cogumelos frescos; nacos de porchetta; verduras ligeiramente refogadas. Enfim, uma verdadeira paleta de sabores!!!



Degustação de bruschetti
No mais, se não estiver disposto a preparar seu pão, adquira um italiano, sem sal, ou uma ciabatta. Dê preferência aos de fermentação natural (levain). No mais, corte fatias grossas e doure rapidamente no forno. Se desejar rusticidade, fatie na longitudinal. Assim que dourarem, esfregue um dente de alho sobre cada uma delas,


A ORIGEM
O termo bruschetta (pronuncia-se brusqueta) é originário das regiões do Lazio e de Abruzzo, derivada da palavra "bruscato" que significa tostado ou torrado, quer seja no forno ou na grelha. Há também outros nomes para bruschetta, como "Fetunta", na região da Toscana. Aí, derivado das palavras "fetta unta", isto é, fatia untada, no caso, com azeite de oliva.

A clássica bruschetta é feita com uma fatia de pão italiano rústico, de farinha escura e grossa, de casca dura, tostada na grelha, esfregada com alho, untada com abundante azeite e polvilhada com sal e eventualmente com pimenta-do-reino.
brusquetta de mariscos
Há, porém, incontáveis variações para se preparar uma boa bruschetta. Na Toscana, o pão local, feito sem sal é guarnecido com "fagioli al fiasco", ou seja, feijão branco cozido com ervas e alho ou então, com "cavolo nero"; cavolo nero picado bem fininho, antes aferventado em água e sal.
Nas regiões litorâneas, pode-se conferir a delícia com frutos do mar, como a de mariscos.


Aqui, no Pastifício, costumamos servir um trio, como a bruschetta de comgumelos frescos; Calabresa (com a calabresa salteada, flambada na cachaça, finalizada com cebolas caramelizadas.

Diversidade regional dos pães
Como os pães italianos são diversificados, variando de região para região, a brsuchetta possui sabor e aparência com características distintamente regionais. Na Puglia e na Campania, por exemplo, é feita com um pão crocante, chamado "frisella" ou "frisedda". Na Calábria, Sicília e Basilicata, a bruschetta é feita com um pão comprido de semolina e sementes de gergelim, guarnecido com tomates, azeite e orégano. Embora certas guarnições seriam mais adequadas para determinados tipos de pães pode-se garantir uma boa bruschetta somente com um pão de qualidade e um azeite de oliva de  qualidade. A pimenta-do-reino moída na hora também dá um sabor especial. Ainda prefira tostar o pão na grelha a torrá-lo no forno. Ele fica macio por dentro e com uma casca crocante. Se usar queijo e quiser derretê-lo, coloque as bruschetti em forno alto, por alguns minutos, isto impedirá que o pão endureça.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Pasta com verduras, comida simples e repleta de encantos


penne com cavolo nero, pinoli mais parmesão
testaroli com pesto 

Paciência e devoção são os ingredientes primordiais dos pratos que chegam à mesa na Toscana/Itália. Em cada refeição, o respeito às tradições pode ser aferido nos ingredientes degustados. Quando da mesa lá me levanto (e isso demoraaaaa...) tenho a impressão de que não fiz apenas uma refeição, mas participei das histórias de vidas das pessoas, ao lado de quem estava. E é a mais pura verdade.
Cada produto que para a panela vai, tem uma história diversa, respaldada pela dedicação de muitas pessoas, dos encantos; da diversidade ecológica; do respeito a cada ingrediente; ao passado, ao presente e ao futuro.
E, lógico, toda degustação, sempre é regada de prosas, prosas e mais prosas perché io parlo, parlo, parlo...(porque eu falo muito durantes as refeições e como devagar. Sempre. talvez seja o sangue italiano correndo nas veias).

tagliatelli con sugo di funghi

cavolo nero
Fato é que todas as refeições são rapidamente preparadas. Alguém dá o 'tom': che mangiamo (pasta com i fagioli o verdure – feijão, e/ou batatas, e/ou folhas, como a cavolo nero); há pão, focaccia, salada, queijo. Basta!!).No mais, se na horta estamos, com os ingredientes voltamos. De outra forma, armazenadas já estarão. Então, um EVIVAAAAAAA às pastas com verduras. Leves, de fácil preparo e tão distante do nosso dia a dia.E assim o é no Il Borgo Della Colomba e Osteria Dei Sani. E que assim sempre o seja. Saúde e mais um...obrigada!!!!

Massa com Cavolo Nero e cubos de batatas
Esta deliciosa verdura pode ser usada em preparos diversos. Quando emergida em água quente, tende a soltar seu forte verde e ‘contaminar’ os demais ingredientes. Um prato bastaste comum é o fettuccine com cavolo nero mais cubos de batatas. A verdura, após cozida, é picada grosseiramente e refogada em azeite com bastante alho e pimenta fresca. Na mesma panela, cubos de batatas, são agregados. A massa, cozida paralelamente, após escorrida é agregada á frigideira dos legumes. Sal e pronto!!!

domingo, 6 de novembro de 2016

Penne com tomates, alcaparras e alho

Dias desses, conversando com um dos clientes do Pastifício Dell’Amore assuntamos sobre a doçura, cores e variedades dos tomates encontrados na Itália. Não se trata de valorizar mais o produto de fora, mas, sim, constatar fatos, já que foi este país que desmitificou a ideia de que era um fruto venenoso, popularizando o multifacetado ingrediente.

Além disso, é fato de que o clima e o solo onde são cultivados também aferem propriedades diversas a vegetais, legumes e frutas em geral. No caso, na Itália, pode-se encontrar variedades incontáveis, a exemplo de receitas nas quais a iguaria é usada e locais onde são plantados. Em encostas repletas de pedregulhos, em pequenos terrenos de casas localizadas em vielas, em varandas... fato é, aproveitar a temporada!!



No caso deste prato, penne com tomates, alcaparras e alho, é de rápido preparo, leve e saborosíssimo. Além de ter degustado diversas vezes na Toscana, com os frutos maduros, pequenos, que buscava nas plantações para irem direto para a panela, tentei reproduzir os sabores neste final de semana. Ficou delicioso. Lógico que faltaram as alcaparras grandes, também cultivadas no e envasadas no Il Borgo Della Colomba e a doçura dos pomodorini toscanos.


Penne com tomates, alcaparras e alho
Enquanto a água já salgada levanta fervura, o molho pode ser preparado. Como usei tomates italianos não muito firmes, tirei as sementes para amenizar a acidez. Cerca de 500 gramas de tomates
4/5 dentes de alho picados grosseiramente
Um punhado de alcaparras
Azeite o suficiente para cobrir o fundo da frigideira (de fundo grosso)
Pimenta fresca a gosto
Depois de tirar as sementes dos tomates, corte-os em fatias grossas, na longitudinal, do tamanho de sua preferência. Gosto de cortar no meio, depois em três. Primeiro aqueça o azeite, doure os nacos de alho (lembre-se de deixá-los em pedaços gordinhos. Assim, ficarão dourados e macios) com a pimenta fresca picada. Depois, salteie os tomates, agregue as alcaparras e coloque um punhado de parmesão, que vai encorpar o preparo. Acerte o sal. Em paralelo, cozinhe o penne ao dente. Escorra e coloque na panela onde os tomates estão. Agregue os ingredientes e sirva com um fio de azeite de boa qualidade e mais parmesão. 

sábado, 5 de novembro de 2016

Cogumelos silvestres, um presente da natureza

armillaria mellea i chiodini di macinetor
Da colheita para a panela, os cogumelos foram salteados no azeite e servidos com fettuccine
Ravioli do Pastifício Dell"Amore

Basta a combinação perfeita de alguns dias chuvosos, com solo úmido, seguidos de uma manhã ensolarada e os cogumelos silvestres comestíveis se proliferam, no caso, o chiodini. Famílias diversas podem ser encontradas e colhidas para, em seguida, tornarem-se o ingrediente principal da refeição, salteados e servidos sobre um
fettuccine delicado (preparado sem ovos, apenas com farinhas de trigoe grão-de-bico mais azeite e água), um riso bianco ou, ainda, sobre raviolis recheados com ricota mais espinafre; cobertura de bruschette  ou crostini dourados, produto que enrique uma delicada sopa, como a Sopa de cogumelos 'Paris e Rose' ou, ainda, recheados e rapidamente assados.
Para tanto, é necessário conhecimento acerca das variedades do ingrediente, perspicácia e sorte. Sim, sorte, pois deve estar andando pelos alpes italianos, fora da rota turística, ao lado de pessoas especiais, que conhecem o valor do que a terra oferece. E foi assim. Numa bela manhã iluminada na Toscana (no Il Borgo Della Colomba), que, com um sorriso no rosto e uma piscada de olhos, alguém me chama, com extremo entusiasmo. 
Paramos outros afazeres para colher dezenas e dezenas de cogumelos. 
Famílias de funghi que retiramos com extremo cuidado. Depois de duas horas de trabalho, jogando conversa fora, já havíamos preenchido cinco caixotes de madeira apenas com o ‘chapéu’ do cogumelo em questão.
Cogumelos salteados, servidos com fettuccine
Modo de preparo
Uma das caixas foi para a panela. As demais, para a Osteria Dei Sani. Para limpá-los, ao contrário do que costumo fazer – um a um, com papel toalha –, diante de tamanha quantidade, a querida Cris os mergulhou rapidamente em água fervente, escorrendo-os bem. Depois, seguem para uma frigideira com azeite quente onde são salteados com alho e pimenta fresca. Vinho branco seco, de boa qualidade (1/3 da quantidade de cogumelos salteados) complementa o ‘sugo’ de funghi. Para finalizar, sal. Cozer a massa rapidamente e agregá-la aos cogumelos. Servir com parmesão ralado na hora.

Combinação sem igual - entre funghi diversos, pastas sem igual, embutidos díspares, há o delicioso Testaroli, prato típico da Toscana e da Ligúria, que nas mãos de Cris, se transformam em iguarias sem igual. Agora, quando servidos com cogumelos frescos refogados (com alho, pimenta fresca e vinho branco)...é prato sem igual  

Testaroli do Il Borgo Della Colomba
Penso que estes fatores combinados – clima, entusiasmo pela culinária e trabalho, muito trabalho – levaram a Itália a preservar, em todos os âmbitos, a cultura gastronômica de que tanto gosto e tento reproduzir.




Mas, se não há oportunidade de colhê-los, basta adquirir algumas bandejas de shiitake. O ingrediente pode ser degustado em um dos exemplares das lasanhas do Pastifício Dell'Amore (shiitake com queijo minas fescal); sobre raviolis recheados com ricota mais espinafre ou, também em um dos trios de bruschette.




domingo, 16 de outubro de 2016

Joelho de porco defumado à perfeição


Pode até parecer irreverente, mas quem já provou, sabe de que sabores estou falando. Os nacos de suínos defumados no Pastifício Dell’Amore estão, a cada dia, mais suculentos em especial o joelho de porco. Após adquiridos de fornecedor que cria os próprios animais, os pedaços do ‘bicho’ são lavados, curados em sal grosso mais ervas, cozidos rapidamente, secos, amarrados um a um, para, na sequência, seguirem para o defumador. Após cerca de 12 horas de fumaça, os dourados joelhos estão prontos. Carne tenra e macia, sem gordura – que é derretida durante os processos (cozimento prévio mais defumação). Para quem desejar adquirir um exemplar, são vendidos sob encomenda pelo whatsapp (41) 9223.5213.Como preparar
Há os que tem habilidade para assar os joelhos defumados. Tradicionalmente, elaboro-os, mesmo que defumados, na panela de pressão. Algumas cebolas cortadas grosseiramente, dentes de alho, louro e um fio de azeite. Douro a cebola e azeite, coloco os joelhos, o louro e cubro com água. Cerca de 30 minutos depois, abro a panela. Este processo faz com que os pedaços de carne defumadas hidratem novamente. Se a água estiver evaporada, coloque mais uma xícara. Então, na mesma panela, agregue duas ou três batatas inteiras e duas xícaras de chucrute (repolho em conserva).  
O resultado são texturas diversas para um prato incomum. Se desejar, pode complementar com repolho-roxo refogado. Basta três punhados, rapidamente salteados numa panela com um fio de azeite, incrementados com duas/três colheres de vinagre, uma pitada de açúcar mascavo e um dente cravo-da-índia. Tampe a panela e deixe por, no máximo, 5 minutos.

A delicadeza dos sabores é sem igual.

sábado, 1 de outubro de 2016

Compota de tomate com curry - preparo para revigorar qualquer refeição

compota de tomate com curry








Geleias, conservas e compotas de frutas, grãos e/ou vegetais são alternativas práticas e – se preparadas de forma adequada – saudáveis para compor o cardápio de qualquer uma das etapas das refeições. A exemplo desta compota de tomate com curry, que estrelou quando agregada a um fettuccine artesanal, sobre nacos de queijo branco e cobrindo um naco de pão artesanal, outros quitutes podem ser elevados a outra categoria com apenas algumas colheradas dos ingredientes envasados.

Trata-se de uma forma prática que surgiu quase que com a humanidade, para garantir o processo da vida. Atualmente, para os que têm a saúde e asustentabilidade como meta, é fundamental buscar a sabedoria dos antigos alquimistas para resgatar mais uma das artes da gastronomia. Quando se refere aos alimentos orgânicos, sazonais – que obedecem às safras e estações do ano, as formas de conservação por meio de técnicas distintas são fundamentais. Conservá-los, portanto, garante melhor aproveitamento do produto e também tê-los à nossa disposição durante todo o ano.
Não é de hoje que os alimentos em conserva fazem parte da minha vida. Descendente de italianos, sempre tive a oportunidade de provar quitutes em conserva, todos preparados artesanalmente, a exemplo dos pepinos em folha de parreira, vegetais e legumes da estação, entregues em casa pelo tio Raimundo Lunardon. E, para incrementar as sabedorias, no Il Borgo Della Colomba (Fosdinovo/Toscana/Itália) reafirmei meus aprendizados quando se ve, in loco, que o ciclo dos alimentos da estação determina os sabores.
Então, vamos à Compota de tomate com curry
Primeira etapa
Assando os tomates:

2 kg de tomates italianos, cortados em quatro, dispostos em forma grande, regados com azeite de oliva, salpicados com sal grosso e alecrim fresco. Assar até dourar a camada superior. Cerca de 1h30.

Segunda etapa
em uma panela de barro, grande, dispor os tomates assados, juntamente com a calda que ficou no fundo da forma. Agregar 2 colheres de sopa de mel, uma colher de chá de pó de curry mais uma boa pitada de comigo. Agregar bem e cozer, por duas horas em fogo baixo, por cerca de duas horas.

marmelada de limão siciliano
Passata de pomodoro do Il Brogo della Colomba

domingo, 14 de agosto de 2016

Posta recheada sempre há de brilhar

posta (lagarto) recheada com legumes, ovos e bruxarias
Em meio a delícias ímpares, a posta recheada não desce do pedestal. Comprovei neste domingo (14 de outubro). Depois de anos - talvez décadas - não elaborava este prato, que resgatei dos meus compêndios gastronômicos para diversificar o cardápio do dia a dia e irradiar sabores saudáveis, que remetem a encontros felizes e de comemorações. Para quem nunca provou, vale a pena preparar. Seja para uma data especial ou para que façamos de qualquer dia um dia peculiar, pois é leve, saudável, e proporciona felicidade. É fato!!

Para a ocasião, uma peça de posta de cerca de 1,5 kg já livre das nervuras e gorduras. Com uma faca faço uma incisão no sentido transversal ao das fibras, bem no centro da peça. Neste momento, ainda fui indagada!!! “por que não aberta, recheada e depois enrolada e amarrada, a exemplo da fraldinha que já fez”!!! Dúvidas?.... sempre existirão. Mas o acreditar no resultado, sempre faz a situação. Fraldinha é fraldinha. Posta
(em São Paulo, conhecida como lagarto) é outra preparação. Então, vamos que vamos.






Temperei a peça toda com cominho, besunto com azeite e deixo descansar, enquanto preparo o mise en place (elementos do recheio e que vão compor o caldo). Cenoura, dentes de alho, gengibre picado, bacon cortado em finas lâminas e...ovo caipira cozido. Eis a questão!!!! Mas dei um jeito. Delicadamente, com a faca afiada, aumentei a incisão.  Temperei com sal e comecei a rechear intercalando os ingredientes. Depois, em uma panela de pressão, selei a peça, sem mexer até que cada lado dourasse perfeitamente. Depois, cebolas cortadas em lâminas preenchem as bordas laterais (cerca de quatro grandes), dentes de alhos cortados grosseiramente (uma cabeça) e duas folhas de louro. Deixo mais 5 minutos para que os sabores agreguem; na sequência, vou regando com 1 litro de caldo de legumes aquecido. Depois fecho a panela de pressão e deixo por 30 minutos. Abro, texto o ponto, rego mais um pouco de caldo e fecho novamente por mais 10 minutos. Pronto. Caldo escuro. Cebolas e alhos desmanchados, engrossando o que vai regar a guarnição. Carne retirada da panela e fatiada sem nada desmanchar. Molheira ao centro das fatias e, 

focaccia pronta para ir ao forno
no mais, focaccia em três versões clássicas (pomodoro e zucchini em finas lâminas mais a tradicional de rosmarinho – alecrim fresco. Todas salpicadas com sal grosso e regadas com o melhor azeite que tiver).


quarta-feira, 13 de julho de 2016

Desta feita, o mar não está para camarões!!


Daqui, ouço o marulho das ondas. Também ouço a vigília, mesmo que silenciosa, dos profissionais da pesca à espera do momento certo para a adequada colheita dos ‘frutos’ oferecidos pelos oceanos. Cada um deles, ao lado de suas famílias, colocando em prática suas habilidades para tornar o segmento, a cada dia, mais profissional e rentável. Mas, nem sempre o vento sopra a nosso favor.


Desde o primeiro dia do fim do defeso do camarão (01 de junho de 2016), os crustáceos não estão favorecendo o comércio deste tão cobiçado ingrediente. As baleeiras têm voltado leves, sem o montante necessário para que as próximas estações (primavera/verão) iniciem a todo vapor, quiçá para o dia a dia de quem por aqui (em Zimbros/Bombinhas) mantém viva e inabalável a tradição da pesca artesanal. Mas, acredito que nada ocorre em vão e que tudo ainda pode mudar.

Talvez os crustáceos tenham, por algum tempo, decidido mudar de rota.  Ou, desacostumaram com o frio, que havia tempo não chegava igual. Quem sabe, só, somente só, tenham enjoada das tainhas, que proliferam como há décadas não se via por aqui. Fato é que na nossa mesa - companheiros de vida e da rotina destas pessoas - não falta. Certeza também de que aos profissionais da pesca e suas famílias, que nasceram observando o mar, a alegria continua presente. 

Apenas (para quem de longe observa) à espera de que a rotina desses crustáceos volte a prevalecer em alta, beneficiando os mais diversos estados deste nosso país, que deste 'fruto' também fazem seu quinhão.



domingo, 10 de julho de 2016

Antepasto de verduras grelhadas (Contorni di Verdure Grigliate)


Para um verdadeiro italiano, entre as opções do Contorni (que chega à mesa após as sugestões de Antepastos) figura a de Verduras grelhadas - Verdure Grigliate. Delicadas lâminas de vegetais diversos - sempre os da estação - grelhadas em uma chapa de ferro e servidas displicentemente.
Para arrematar os sabores, ervas frescas que harmonizem com as verduras grelhadas. No mais, um fio de azeite e pepperontino (pimenta; da horta; e não das fracas). Por vezes, nacos de alho. Outras, mini-cebolas salteadas. Enfim, sabores e saberes da estação.....Assim aprendi a preparar e servir, sempre em larga escala, uma das opções, das cinco etapas das refeições, que compõem o cardápio do dia a dia dos italianos. Aos poucos incorporei à minha rotina, seja preparando pequenas porções de verduras tostadas para agregar aos pratos de massas elaboradas para a refeição do dia; ou, ainda, a um 'sanduba' de pão francês; ou, também, delícias de potes de verduras grelhadas, frutos (tomates) assados mais os sabores das ervas frescas que estão disponíveis, seja na horta ou nos mercados.










Agora, o Pastifício Dell’Amore adotou este como um dos antepastos preteridos, colocando as verduras grelhadas mais o fruto (tomate) assado por 50 minutos - cada um deles cortado ao meio, todos salpicados com sal grosso e envoltos em ramos de alecrim fresco. Ao final, em uma única travessa, os sabores são agregados. Quando a opção é guarnecer uma massa, basta cozê-la ao dente, preservando um pouco da água de cocção. Agregar as Verduras grelhadas, as ervas frescas e regar com azeite e servir. Mas para que este sabor chegue a todos, tenho embebido s verduras  em azeite e feito compotas, que em menos de dois dias chegam ao final.
grande griglia di Il Borgo Della Colomba
antepastos à base de verduras do
Il Borgo Della Colomba
Para o antepasto, misturo bem os grelhados mais os tomates assados. Depois, rego mais azeite, agrego azeitonas negras e verdes livres de caroços. . Coloco folhas de louro e mini-cebolas salteados no azeite. Nada mais do que um Sott’olio di Verdure Grigliate. A produção tem rendido dezenas de potes, com camadas que se revezam entre legumes e fruto, cedendo espaço para as azeitonas e azeite. Um antepasto que serve para ser degustado a qualquer momento, que pode ser adquirido, sob encomenda, em porções conforme a necessidade. 
A Escola - No Il Borgo della Colomba (em Fosdinovocomuna italiana da região da Toscana, província de Massa-Carrara,) severamente,  se aprende a comer, viver e cozinhar de forma inigualável.Em meio a uma vida bucólica, onde se trabalha muito com a terra para cultivar seu próprio alimento, os sabores das refeições são distintos, pois desde o azeite, vinho, às massas e verduras - tudo é cultivado na região e trazido do quintal para a mesa.  A simples passata de pomodoro, executada com os tomates produzidos neste período pelas nossas mãos, se tornam delícias inesquecíveis. No Borgo,  o almoço (pranzo) ou jantar (senza) para visitantes de última hora é preparado com tranquilidade pelas mãos de Gianni, Cris e ajudantes, que resgatam as verduras recém-colhidas; as massas frescas; pães e focaccias e sentam todos à mesa para juntos jogar conversa fora.  Então, vamos resgatar um pouco de nossas origens grelhando legumes para   agregá-los a uma massa; um antepasto; sanduba, enfim.....sabores sem fim. E simples assim!!!!