terça-feira, 29 de março de 2016

Rabada ao sugo com polenta de espinafre


Há 20 anos não preparava rabada – rabo de boi cortado em nacos, temperado à perfeição e cozido morosamente até a carne se desprender do osso, mas sem desmanchar. Certa manhã, após longo tempo, decidi elaborar o quitute. E foi assim. Simples assim, como relatou um companheiro de vida, que havia partilhado da fatídica degustação, em 1996. “Apenas deixar o tempo passar para que os sabores sejam novamente os melhores”.

Para não correr risco de ‘torcer o nariz’ para o prato, fiz à minha moda. A começar pela compra da carne, de boa procedência e bem limpa. Depois de lavar cada pedaço, o pré-preparo foi fundamental, com a carne massageada com sal e cominho para, na sequência, ser banhada por duas horas no vinho branco seco, ao lado de cebolas, cenouras, alho e salsão.

Modo de preparo
Hora da panela de pressão. Cobrir o fundo da panela com azeite de oliva e uma colher de manteiga. Assim que aquecer, selar cada pedaço até o mais remoto cantinho dourar. Na sequência, agregar cebolas e dentes de alho bem picados, folha de louro fresco, gengibre fresco ralado, um pau de canela, meia cebola com dois cravos (cravejados) e uma ramalhete de ervas frescas amarradas com barbante (tomilho, alecrim, salsinha, manjericão (bouquet garni). Adicionar meia garrafa de vinho tinto e terminar de cobrir a carne com água fervente. Mais uma pitada de sal e fechar a pressão. Após 45 minutos em fogo baixo, abrir e deixar o caldo restante reduzir até 1/3.
Finalização
Retirar todos os nacos de carne da panela e reservar. Coar o caldo e também reservar (para esta receita não utilizei, pois, como enfatizei, queria me impressionar).
Desta forma, na pressão, onde o fundo da panela reservava os tesouros da carne, que ficam grudados no fundo, coloquei o vinho branco no qual os pedaços de rabo haviam sido marinados. Com uma colher de pau, descolei todos os grumos e deixei o álcool evaporar (cerca de 10/15 minutos) e agreguei uma lata de tomates bem picados. Sal, uma pitada de açúcar mascavo e, em fogo baixo, cozer até se tornar um creme perfumado e de um vermelho intenso. Distribua a carne no molho. Mexa delicadamente e sirva com a polenta mais nobre que existe: a pura!!! Feita à base de água, temperada com sal e finalizada no prato com agrião picado.
Que venham os próximos desejos e as próximas oportunidades para que eu possa preparar este prato, desta mesma maneira, a todos que de uma boa refeição são companheiros.
Ingredientes (para quatro pessoas)
Primeira etapa
1 ½ kg de rabo de boi
Sal
Cominho e pó
4 cebolas
2 cenouras
2 talos de salsão
louro
Dentes de alho
Vinho branco seco
Segunda etapa
Azeite o q/b para cobrir o fundo da pressão
1 colher de manteiga
Alho e  cebolas bem picadas
Um pau de canela
Ramalhete de ervas frescas amarradas com barbante (tomilho, alecrim, salsinha, manjericão (bouquet garni)
Uma cebola cortada ao meio com dois cravos (’cravejados’)
½ garrafa de vinho tinto seco
Água o q/b para terminar de cobrir
Finalização
Vinho branco seco que restou da marinada
1 lata de tomates pelados, bem picados, ou amassados com as próprias mãos
Sal
1 pitada de açúcar mascavo
Para a polenta, dois litros de água fervente, duas xícaras de fubá, uma pitada de sal. para montar o prato, um maço de agrião bem picado na ponta da faca distribuído no fundo dos prato. Assim que a polenta estiver pronta, cerca de 30 minutos, mexendo e remexendo, cobrir o agrião e agregar os dois ingredientes vigorosamente. Assim, o verde manterá sua crocância e a cor agregará ao amarelo da polenta mais o vermelho do Sugo de Rabada. 


domingo, 13 de março de 2016

PÃO COM BIFE NA ZAGA

finos filés de bife de patinho, batidos, salteados num fio de azeite mais um de vinagre.
Depois, cebolas são douradas na mesma panela, com um pingo de molho inglês. No mais,
pão francês crocante e queijo mozarela derretido.
Não é de hoje que sou chegada num pão com bife. De criança, enquanto o pai defendia a zaga no Operário Pilarzinho Sport Clube (na década de 70), fui merecedora do cargo de vendedora de fichas da majestosa delícia. Eram dezenas de nacos finos de carne, que escorregavam pela chapa quente, sempre regada por um fio de óleo mais um de vinagre.

Depois de alguns anos, quando o pai não era mais o ‘destruidor’, apenas atuava nos bastidores do Clube da suburbana, subi de cargo. Do alto de um engradado de cerveja de madeira ajudava as lâminas de carne a selarem rapidamente para, em seguida, preencherem um pão francês crocante. 

A experiência me rendeu habilidade para preparar um bife à perfeição. Já sabia que deveriam ser finos, beeeeemmm batidos, já que assim era o pedido da mãe, quando nos pedia para comprar ‘xxxxx dinheiro...R$, 10,00’ de bife, passados duas vezes na máquina. O feitio era similar. A mãe aquecia a frigideira, repousava a carne transparente, passava de um lado, de outro, cortava-os e distribuía nos pratos. Para finalizar, cebolas fatiadas eram salteadas no mesmo recipiente. De lá para cá, no pré-preparo, só agreguei o martelo de bater, já que as finas fatias solicitadas no açougue ficaram a ‘ver navios’. Quando necessário, passo uma faca na transversal, transformando um bife, em dois. Embrulho no papel filme e bato. Bato. Bato. Questa è la magia.  Depois, em temperatura ambiente, selo rapidamente os bifes salpicados com pimenta do reino no fio de azeite e um pingo de limão (por vezes, finalizo com um pingo de molho inglês). Depois, salgo. O pão francês recebe uma bela fatia de queijo mozarela derretida na chapa. No mais, é finalizar, quem sabe, com umas lâminas de tomate. É o pão com bife destruidor!!!


quarta-feira, 2 de março de 2016

Fada Marinha transforma cozinha em conto de fada

Um longo e perfumado pau de canela. Na ponta, uma estrela do mar, de feltro, ladeada por fitas de seda, todas cor-de-rosa. Lógico. Só pode ser a Fada Marinha. De um dia para outro ela se concretizou e com seu condão de estrela do mar fez tudo acontecer.  
O distante se tornou próximo. O rapaz – apenas um conhecido - transformou-se em grande parceiro para uma bate-papo acalentador, daqueles que só existem entre companheiros de muitos anos. O cachorro ‘jaguara’ que morou por dois meses numa caixa de papelão foi ‘comprado’ pela Fada Marinha. Ganhou um lar e, por vezes, uma gravata. Para sentir-se mais importante passou a ser chamado de Jaguarão! A garota Mabel recebeu da menina encantada o título maior, a de Mãe Marinha!! Não poderia ser diferente, já que ela mais o rapaz – o amigo do menino do beco encantado que o elegeu companheiro para conversas acerca da vida -, são os pais da Fada Marinha!!! 


BATATA GRATINADA À PERFEIÇÃO
Garoupa à milanesa finalizada com farinha panko

Com isso, para as comemorações semanais, o condão de estrela do mar fez as batatas pularem do cesto e se tornarem macias, douradas e perfumadas. Transformaram-se nas deliciosas batatas gratinadas. A garoupa, ahhhhhhh, a garoupa. Certa noite, numa sexta-feira de fevereiro de 2016, transformaram-se em pérolas do mar. Nacos altos, brilhantes e macios do peixe mais amado da família Marinha chegaram à mesa da Fada em postas crocantes, passadas no trigo, depois nos ovos com gema caipira, repousando em farinha panko. Com isso, os pedaços do peixe (que adora viver entre as pedras, no fundo dos oceanos) repousaram na mesa em formato distinto. Mais parecia comida do mundo das Fadas Marinhas, que, naquele dia, serviu a todos com seu frescor, sabor e beleza.


Em seguida, 
para o delírio da Fada, sem nem perceber, tocou o condão marinho nos morangos frescos arremessando-os sobre um sorvete tricolor. Para completar o jantar na casa do beco encantando (servidão Tijucas), a Fada Marinha fez o Canto ganhar ainda mais encantos e..., quando menos esperávamos, a nossa casa - há 11 anos já encantada - Virô Bistro!!!!!!!!!!!!!!


Como se não bastasse, a vila (Pousada Zimbros) ganhou nome e sobrenome: Vila de Zimbros e no primeiro verão deixou saudades em quem por lá passou. Obrigada família Marinha!!!